Maria Frô:
"O tal do ‘custo brasil’ que o empresariado brasileiro adora repetir aos quatro cantos pra justificar os altos preços praticados no país e os salários bem abaixo da média mundial dos países industrializados é só discurso.
Pesquisas do Dieese mostram que encargos trabalhistas representam um ‘custo’ de apenas 25% para o empregador (em 34 países pesquisados a média desse custo é bem mais alta, acima dos 33%) enquanto a média salarial dos trabalhadores no mundo industrializado também é maior que a dos trabalhadores brasileiros: no Brasil a hora média de trabalho é de 2,70 dólares enquanto nos países pesquisados é de 5,80 dólares. Ou seja, aqui os empregados ganham menos, os consumidores pagam mais caro e os empresários lucram mais.
Atualização: Hoje o governo federal tomou medidas ampliando teto para empreendedor individual, micro e pequenas empresas se beneficiarem do Simples Nacional (menor e mais simplicada carga tributária).
Ao contrário do que se diz, os encargos trabalhistas correspondem a 25% sobre os salários, e não 102%
Por: Artur Henrique, presidente da Cut, em seu blog
26/07/2011
O Dieese divulgou à imprensa um levantamento que comprova que os encargos trabalhistas representam apenas 25% sobre os salários pagos aos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil.
O levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) desmonta a tese, alardeada pelos empresários, que o salário de cada trabalhador custa mais que o dobro para os empregadores.
É possível que, apesar de o Dieese ter divulgado esse dado, a notícia não chegue até a maioria.
O empresariado, através de consultores e com a ajuda da grande mídia, tanto divulga a ideia de que cada trabalhador custa duas vezes o seu salário, que até mesmo os assalariados costumam repetir essa falsa informação.
Precisamos desmontá-la.
Os empresários, quando dizem que os encargos custam 102% a mais que o salário propriamente dito, fazem uma conta marota.
Eles consideram como encargo algo que, na verdade, é salário. Confira o que eles consideram como encargo, e não como salário:
- repouso salarial remunerado
- férias remuneradas
- adicional de 1/3 sobre as férias
- feriados
- 13º salário
- aviso prévio em caso de demissão sem justa causa
- multa sobre o FGTS
- parcela do auxílio-doença paga pelo empregador.
Ora, tudo isso é salário, pois compõe o rendimento do trabalhador, aquilo que ele põe no bolso, seja em dinheiro, seja em forma de poupança.
Quando os empresários separam uma coisa da outra, querem considerar salário só o valor da hora de trabalho. Todos esses outros itens citados acima seriam “despesa extra”, “encargo”, e que poderiam, portanto, ser eliminados.
Para o Dieese e para a CUT, devem ser considerados encargos sociais aqueles que são repassados para o governo e também para entidades empresariais (ora vejam só) como Sesi, Senai, Sesc e outros, com o objetivo inicial de financiar programas universais:
- INSS
-seguro acidentes do trabalho
- salário educação
- Incra
- Sesi ou Sesc
- Senai ou Senac
- Sebrae
Tais encargos, aplicados sobre o salário, representam 25,1%. Jamais 102%.
Vamos lembrar disso neste momento em que a grande pauta do empresariado é a “desoneração da folha”
________
– Enviado usando a Barra de Ferramentas Google"
"O tal do ‘custo brasil’ que o empresariado brasileiro adora repetir aos quatro cantos pra justificar os altos preços praticados no país e os salários bem abaixo da média mundial dos países industrializados é só discurso.
Pesquisas do Dieese mostram que encargos trabalhistas representam um ‘custo’ de apenas 25% para o empregador (em 34 países pesquisados a média desse custo é bem mais alta, acima dos 33%) enquanto a média salarial dos trabalhadores no mundo industrializado também é maior que a dos trabalhadores brasileiros: no Brasil a hora média de trabalho é de 2,70 dólares enquanto nos países pesquisados é de 5,80 dólares. Ou seja, aqui os empregados ganham menos, os consumidores pagam mais caro e os empresários lucram mais.
Atualização: Hoje o governo federal tomou medidas ampliando teto para empreendedor individual, micro e pequenas empresas se beneficiarem do Simples Nacional (menor e mais simplicada carga tributária).
Ao contrário do que se diz, os encargos trabalhistas correspondem a 25% sobre os salários, e não 102%
Por: Artur Henrique, presidente da Cut, em seu blog
26/07/2011
O Dieese divulgou à imprensa um levantamento que comprova que os encargos trabalhistas representam apenas 25% sobre os salários pagos aos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil.
O levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) desmonta a tese, alardeada pelos empresários, que o salário de cada trabalhador custa mais que o dobro para os empregadores.
É possível que, apesar de o Dieese ter divulgado esse dado, a notícia não chegue até a maioria.
O empresariado, através de consultores e com a ajuda da grande mídia, tanto divulga a ideia de que cada trabalhador custa duas vezes o seu salário, que até mesmo os assalariados costumam repetir essa falsa informação.
Precisamos desmontá-la.
Os empresários, quando dizem que os encargos custam 102% a mais que o salário propriamente dito, fazem uma conta marota.
Eles consideram como encargo algo que, na verdade, é salário. Confira o que eles consideram como encargo, e não como salário:
- repouso salarial remunerado
- férias remuneradas
- adicional de 1/3 sobre as férias
- feriados
- 13º salário
- aviso prévio em caso de demissão sem justa causa
- multa sobre o FGTS
- parcela do auxílio-doença paga pelo empregador.
Ora, tudo isso é salário, pois compõe o rendimento do trabalhador, aquilo que ele põe no bolso, seja em dinheiro, seja em forma de poupança.
Quando os empresários separam uma coisa da outra, querem considerar salário só o valor da hora de trabalho. Todos esses outros itens citados acima seriam “despesa extra”, “encargo”, e que poderiam, portanto, ser eliminados.
Para o Dieese e para a CUT, devem ser considerados encargos sociais aqueles que são repassados para o governo e também para entidades empresariais (ora vejam só) como Sesi, Senai, Sesc e outros, com o objetivo inicial de financiar programas universais:
- INSS
-seguro acidentes do trabalho
- salário educação
- Incra
- Sesi ou Sesc
- Senai ou Senac
- Sebrae
Tais encargos, aplicados sobre o salário, representam 25,1%. Jamais 102%.
Vamos lembrar disso neste momento em que a grande pauta do empresariado é a “desoneração da folha”
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