sábado, 21 de maio de 2011

Efeito da Era Lula:Babás vivem ascensão e chegam à classe média brasileira, diz 'NYT'

O TERROR DO NORDESTE:

"Babás brasileiras vivem um momento de ascensão, em que estão quebrando o estereótipo de trabalhadoras que cobram pouco e se dedicam muito, segundo reportagem do 'The New York Times'.
O jornal aponta que conforme aumentam as expectativas de melhora na qualidade de vida dessas profissionais, mais ela buscam trabalhar para as classes sociais mais abastadas e se tornam menos acessíveis para as famílias de classe média.


De acordo com o 'Times', a mudança tem causado um problema em uma sociedade em que cada vez mais mulheres ingressam no mercado de trabalho sem que haja um sistema de creches elaborado, como ocorrem em nações industrializadas.

O diário relata o caso de uma brasileira, de 39 anos, que chegou à classe média após trabalhar por dez anos como babá. Segundo a reportagem, com o dinheiro que poupou, ela comprou um apartamento de dois dormitórios com bancada de granito na cozinha e uma pequena varanda, uma casa para a mãe dela, uma parte de um terreno para o seu irmão, além de uma bolsa Louis Vuitton.

O jornal aponta ainda que os rendimentos dos trabalhadores domésticos no Brasil (babás e empregadas domésticas) subiram 34% entre 2003 e 2009, mais do que o dobro do aumento médio de todos os profissionais no país. Ao mesmo tempo, as horas de trabalho caíram 5%, para 36,2 horas semanais.


O 'Times' relata que está terminando o tempo em que babás aceitavam trabalhar por um salário baixo com apenas dois dias de folga a cada 15 dias. 'Babás mais qualificadas estão recusando trabalhar aos finais de semana e demandam salários duas ou quatro vezes maiores do que os pagos cinco anos atrás.Folha


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Um país sem miséria

Adital
Selvino Heck
Assessor Especial da Secretaria Geral da Presidência da República
Adital

'Um grupo que gemia e ninguém ouvia. Hoje, geme e há alguém que ouve”, foram as palavras do Samuel, do Movimento Nacional de População de Rua, diante do ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República, e da ministra Tereza Campello, do Ministério de Desenvolvimento Social. E concluiu: 'Parabéns ao governo. Esta discussão vai tomar conta do país. É preciso preservar as conquistas do governo Lula e avançar”.

A Secretaria Geral da Presidência da República e o Ministério do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome (MDS) organizaram uma seqüência de debates -chamados diálogos sociais- sobre o Programa Brasil Sem Miséria, antes de seu lançamento em junho pela presidenta Dilma. Houve dois encontros esta semana: com os movimentos do campo –Via Campesina, FETRAF e CONTAG- e com os movimentos sociais urbanos, movimentos de luta pela moradia, catadores de material reciclável, moradores de rua. Até o final do mês de maio, haverá o diálogo com as Redes de ONGs e movimentos sociais, os conselhos de políticas sociais, direitos humanos e temas transversais, as igrejas –católica, evangélicas, adventistas e de matriz africana–, as Centrais Sindicais, as Confederações patronais -CNI, CNA, CNC, CNS-, GIFE e Instituto Ethos e a Rede de Educação Cidadã (RECID).

Como diz o folder distribuído nas reuniões, os avanços econômico-sociais ocorridos no Brasil nos últimos anos são fruto de crescimento econômico e de decisões políticas. Destacam-se o aumento do emprego e sua formalização, a valorização real do salário mínimo, a ampliação e consolidação de programas de transferência de renda (Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada) e a expansão do crédito. Contudo, apesar de todo este esforço, 16,2 milhões de brasileiros e brasileiras ainda permanecem em situação de extrema pobreza.

59% dos extremamente pobres estão concentrados na região Nordeste, correspondendo a 9,21 milhões de pessoas. Do total de brasileiros e brasileiras residentes no campo, um em cada quatro se encontra em extrema pobreza. 50,9% têm até 19 anos de idade, sendo que 39,9% têm até 14 anos de idade. 53,3% dos domicílios não estão ligados à rede geral de esgoto pluvial ou fossa séptica e 48,8% não estão ligados à distribuição de água e não têm poço ou nascente na propriedade. 70,8% são negros (pretos ou pardos). 25,8% são analfabetos, de 15 anos ou mais.

O desafio, segundo o Ministério de Desenvolvimento Social, é implementar uma abordagem multidimensional da extrema pobreza, envolvendo ações de transferência de renda associadas à melhoria geral do bem-estar social e ao acesso a oportunidades de ocupação e renda: retirar a população extremamente pobre de sua condição, rompendo o círculo vicioso da exclusão social.

João Pedro Stédile, da Coordenação Nacional do MST, falou em Seminário sobre Direito, Pesquisa e Movimentos Sociais na Faculdade de Direito da USP: 'As medidas que Lula tomou nos oito anos, de compensação social com o ProUni, o Bolsa Família e o aumento do salário mínimo tiveram o papel de tirar o povo da miséria, que agora virou pobre. Mas para sair da pobreza não bastam as medidas de compensação social. Só é possível com a distribuição de riqueza” (Valor Econômico, 29.04.11).

Neste sentido, as lideranças presentes aos dois primeiros debates públicos com a sociedade – movimentos sociais do campo e movimentos sociais urbanos -, explicitaram sua satisfação por terem sido chamados a discutir com o governo, bem como suas análises, preocupações e propostas.

Joceli Andreolli, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), falou que é preciso identificar as causas da extrema pobreza e da pobreza. Para isso, é preciso enfrentar a concentração da terra, bem como saber se e como os programas chegam na prática aos mais pobres. William, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) disse que é preciso apresentar as causas ou a origem da pobreza. 'Pobreza tem idade, sexo e cor”. E apontou a necessidade da Reforma Agrária.

Raul, do MPA, reconheceu os passos afirmativos, positivos dados pelo governo federal nos últimos anos. 'O Brasil passou de uma análise de coisa atrasada para coisa bonita, positiva. Mas enfrentar a pobreza traz a necessidade de enfrentar o modelo de sociedade.” Frei Sérgio, também do MPA, disse que é importante que o Estado brasileiro tenha pautado a superação da pobreza. 'É um avanço extraordinário. Mas superação da pobreza só acontece com mudanças estruturais. O tema precisa tornar-se estratégico para o Estado brasileiro” Mas reconheceu: 'Se queremos andar um quilômetro, é preciso dar o primeiro passo”. Miguel, do Fórum de Reforma Urbana, falou que 'é preciso fazer um debate sobre empoderamento da sociedade, não deixando as ações só com os prefeitos”.

Nenhum governo sozinho conseguirá superar a extrema pobreza e a pobreza. È fundamental o apoio da sociedade, com a criação de uma consciência coletiva, um sentimento ético de construção solidária. Assim como, para enfrentá-la, é preciso diminuir a injusta distribuição de renda e a desigualdade econômica e social. Apesar de ser a sétima economia mundial, o Brasil continua sendo um dos países de maior concentração de renda: os ricos do Brasil são dos mais ricos do mundo e os pobres estão entre os mais pobres.

Um programa de superação da extrema pobreza, inédito num mundo em crise, num momento em que a pobreza e até a miséria aumentam nos países mais desenvolvidos, abrirá também a oportunidade de pensar e propor um novo modelo de desenvolvimento, que não só enfrente as desigualdades, mas incorpore a agenda ambiental e os valores do bem-viver. E poderá dar luzes, inclusive, para um outro projeto de sociedade, ‘um outro mundo possível’.

Em vinte de maio de dois mil e onze.

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Grito da Terra cobra educação de qualidade para manter jovem no campo

Agencia Brasil: "Grito da Terra cobra educação de qualidade para manter jovem no campo


Da Agência Brasil

Brasília - Os pequenos agricultores que participam do segundo dia de manifestações do Grito da Terra Brasil querem do governo federal regularização fundiária, políticas públicas para a agricultura familiar e assentamentos e investimento em educação para que os jovens, filhos de camponeses, não precisem deixar a roça para buscar melhores condições de trabalho na cidade.

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado Rondônia, Lazaro Aparecido, disse que, se não houver mudanças no modelo de educação oferecido à população rural, a agricultura familiar vai continuar perdendo mão de obra. “ Necessitamos de um modelo de educação que fortaleça a permanência do jovem no campo, pois só existe educação para que ele seja empregado e, assim, ele sai da roça para estudar e não volta mais'.

Com relação a Rondônia, Aparecido disse que um dos principais problemas enfrentados pelos pequenos agricultores é falta de regularização fundiária. “A pessoa produz há 25 anos, mas não tem acesso a politicas públicas para agricultura, por não ter posse da terra”, disse ele.

Em frente ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, os manifestantes fizeram um ato em favor da reforma agrária, com o assentamento emergencial de 150 famílias acampadas, além de cobrar acesso a financiamentos do governo e politicas sociais para a juventude do campo.

Aproximadamente 5 mil agricultores ligados à Confederação Nacional dos Trabalhadores da Terra (Contag) estão em Brasília participando do Grito da Terra, que adotou o slogan 'Por um Brasil sustentável, sem miséria'. Pela manhã, uma comissão de representantes da Contag foi recebida pela presidenta Dilma Rousseff. Outra comissão participou da primeira reunião da Subcomissão Temporária de Erradicação da Miséria e Redução da Pobreza, da Comissão de Direitos Humanos do Senado.

Edição: Vinicius Doria

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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sobre o livro "Por uma vida melhor" : Aceitam tudo - Sirio Possenti

Terra - Sirio Possenti:
Reprodução
Trecho do livro Por uma Vida Melhor apresenta a pergunta posso falar 'os livro'?

Sírio Possenti
De Campinas (SP)

De vez em quando, alguém diz que lingüistas 'aceitam' tudo (isto é, que acham certa qualquer construção). Um comentário semelhante foi postado na semana passada. Achei que seria uma boa oportunidade para tentar esclarecer de novo o que fazem os linguistas.

Mas a razão para tentar ser claro não tem mais a ver apenas com aquele comentário. Surgiu uma celeuma causada por notas, comentários, entrevistas etc. a propósito de um livro de português que o MEC aprovou e que ensinaria que é certo dizer Os livro. Perguntado no espaço dos comentários, quando fiquei sabendo da questão, disse que não acreditava na matéria do IG, primeira fonte do debate. Depois tive acesso à indigitada página, no mesmo IG, e constatei que todos os que a leram a leram errado. Mas aposto que muitos a comentaram sem ler.

Vou tratar do tal 'aceitam tudo', que vale também para o caso do livro.

Primeiro: duvido que alguém encontre esta afirmação em qualquer texto de linguística. É uma avaliação simplificada, na verdade, um simulacro, da posição dos linguistas em relação a um dos tópicos de seus estudos - a questão da variação ou da diversidade interna de qualquer língua. Vale a pena insistir: de qualquer língua.

Segundo: 'aceitar' é um termo completamente sem sentido quando se trata de pesquisa. Imaginem o ridículo que seria perguntar a um químico se ele aceita que o oxigênio queime, a um físico se aceita a gravitação ou a fissão, a um ornitólogo se ele aceita que um tucano tenha bico tão desproporcional, a um botânico se ele aceita o cheiro da jaca, ou mesmo a um linguista se ele aceita que o inglês não tenha gênero nem subjuntivo e que o latim não tivesse artigo definido.

Não só não se pergunta se eles 'aceitam', como também não se pergunta se isso tudo está certo. Como se sabe, houve época em que dizer que a Terra gira ao redor do sol dava fogueira. Semmelveis foi escorraçado pelos médicos que mandavam em Viena porque disse que todos deveriam lavar as mãos antes de certos procedimentos (por exemplo, quem viesse de uma autópsia e fosse verificar o grau de dilatação de uma parturiente). Não faltou quem dissesse 'quem é ele para mandar a gente lavar as mãos?'

Ou seja: não se trata de aceitar ou de não aceitar nem de achar ou de não achar correto que as pessoas digam os livro. Acabo de sair de uma fila de supermercado e ouvi duas lata, dez real, três quilo a dar com pau. Eu deveria mandar esses consumidores calar a boca? Ora! Estávamos num caixa de supermercado, todos de bermuda e chinelo! Não era um congresso científico, nem um julgamento do Supremo!

Um linguista simplesmente 'anota' os dados e tenta encontrar uma regra, isto é, uma regularidade, uma lei (não uma ordem, um mandato).

O caso é manjado: nesta variedade do português, só há marca de plural no elemento que precede o nome - artigo ou numeral (os livro, duas lata, dez real, três quilo). Se houver mais de dois elementos, a complexidade pode ser maior (meus dez livro, os meus livro verde etc.). O nome permanece invariável. O linguista vê isso, constata isso. Não só na fila do supermercado, mas também em documentos da Torre do Tombo anteriores a Camões. Portanto, mesmo na língua escrita dos sábios de antanho.

O linguista também constata the books no inglês, isto é, que não há marca de plural no artigo, só no nome, como se o inglês fosse uma espécie de avesso do português informal ou popular. O linguista aceita isso? Ora, ele não tem alternativa! É um dado, é um fato, como a combustão, a gravitação, o bico do tucano ou as marés. O linguista diz que a escola deve ensinar formas como os livro? Esse é outro departamento, ao qual volto logo.

Faço uma digressão para dar um exemplo de regra, porque sei que é um conceito problemático. Se dizemos 'as cargas', a primeira sílaba desta sequência é 'as'. O 's' final é surdo (as cordas vocais não vibram para produzir o 's'). Se dizemos ¿as gatas', a primeira sílaba é a 'mesma', mas nós pronunciamos 'az' - com as cordas vocais vibrando para produzir o 'z'. Por que dizemos um 'z' neste caso? Porque a primeira consoante de 'gatas' é sonora, e, por isso, a consoante que a antecede também se sonoriza. Não acredita? Vá a um laboratório e faça um teste. Ou, o que é mais barato, ponha os dedos na sua garganta, diga 'as gatas' e perceberá a vibração. Tem mais: se dizemos 'as asas', não só dizemos um 'z' no final de 'as', como também reordenamos as sílabas: dizemos as.ga.tas e as.ca.sas, mas dizemos a.sa.sas ('as' se dividiu, porque o 'a' da palavra seguinte puxou o 's/z' para si). Dividimos 'asas' em 'a.sas', mas dividimos 'as asas' em a.sa.sas.

Volto ao tema do linguista que aceitaria tudo! Para quem só teve aula de certo / errado e acha que isso é tudo, especialmente se não tiver nenhuma formação histórica que lhe permitiria saber que o certo de agora pode ter sido o errado de antes, pode ser difícil entender que o trabalho do linguista é completamente diferente do trabalho do professor de português.

Não 'aceitar' construções como as acima mencionadas ou mesmo algumas mais 'chocantes' é, para um linguista, o que seria para um botânico não 'aceitar' uma gramínea. O que não significa que o botânico paste.

Proponho o seguinte experimento mental: suponha que um descendente seu nasça no ano 2500. Suponha que o português culto de então inclua formas como 'A casa que eu moro nela mais os dois armário vale 300 cabral' (acho que não será o caso, mas é só um experimento). Seu descendente nunca saberá que fala uma língua errada. Saberá, talvez (se estudar mais do que você), que um ancestral dele falava formas arcaicas do português, como 300 cabrais.

Outro tema: o linguista diz que a escola deve ensinar a dizer Os livro? Não. Nenhum linguista propõe isso em lugar nenhum (desafio os que têm opinião contrária a fornecer uma referência). Aliás, isso não foi dito no tal livro, embora todos os comentaristas digam que leram isso.

O linguista não propõe isso por duas razões: a) as pessoas já sabem falar os livro, não precisam ser ensinadas (observe-se que ninguém falao livros, o que não é banal); b) ele acha - e nisso tem razão - que é mais fácil que alguém aprenda os livros se lhe dizem que há duas formas de falar do que se lhe dizem que ele é burro e não sabe nem falar, que fala tudo errado. Há muitos relatos de experiências bem sucedidas porque adotaram uma postura diferente em relação à fala dos alunos.

Enfim, cada campo tem seus Bolsonaros. Merecidos ou não.
PS 1 - todos os comentaristas (colunistas de jornais, de blogs e de TVs) que eu ouvi leram errado uma página (sim, era só UMA página!) do livro que deu origem à celeuma na semana passada. Minha pergunta é: se eles defendem a língua culta como meio de comunicação, como explicam que leram tão mal um texto escrito em língua culta? É no teste PISA que o Brasil, sempre tem fracassado, não é? Pois é, este foi um teste de leitura. Nosso jornalismo seria reprovado.

PS 2 - Alexandre Garcia começou um comentário irado sobre o livro em questão assim, no Bom Dia, Brasil de terça-feira: 'quando eu TAVA na escola...'. Uma carta de leitor que criticava a forma 'os livro' dizia 'ensinam os alunos DE que se pode falar errado'. Uma professora entrevistada que criticou a doutrina do livro disse 'a língua é ONDE nos une' e Monforte perguntou 'Onde FICA as leis de concordância?'. Ou seja: eles abonaram a tese do livro que estavam criticando. Só que, provavelmente, acham que falam certinho! Não se dão conta do que acontece com a língua DELES mesmos!!


Sírio Possenti é professor associado do Departamento de Linguística da Unicamp e autor de Por que (não) ensinar gramática na escola, Os humores da língua, Os limites do discurso, Questões para analistas de discurso e Língua na Mídia.

Fale com Sírio Possenti: siriopossenti@terra.com.br

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Sobre o livro "Por uma vida melhor" : À classe média arrogante e iletrada

Blog da Cidadania: "À classe média arrogante e iletrada

Posted by eduguim on 19/05/11


Se você é da classe média arrogante, iletrada, que gosta de entremear suas frases com expressões em inglês como o ridículo feedback e outros estrangeirismos idiotas e ficou se achando muito inteligente por conseguir compreender que infringe a norma culta dizer “os livro”, agora chegou a hora de você descobrir o mico que pagou ao criticar o livro “Por uma vida melhor”, da professora Heloisa Ramos, adotado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC).

Abaixo, sob dica do blogueiro Miguel do Rosário, reproduzo vídeo do programa Entre Aspas, da insuspeita Globo News, no qual a apresentadora Monica Waldvogel tomou uma surra lingüística de gente que tem credenciais para julgar esse caso. Descubra agora o mico que você pagou. E não esqueça de que foi avisado por pessoas como eu, o Miguel e outros que aprenderam a se relacionar com o idioma de forma não-arrogante, porque é assim que vemos o povo.


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Aquicultores agora podem fazer seus registros e ter acesso a crédito e assistência técnica

Blog do Planalto:
"Uma nova fase para quem quer produzir no Brasil organismos aquáticos como peixes, crustáceos, moluscos e algas. Em outras palavras, para quem quer se dedicar à aquicultura, no continente ou no mar. Assim, pode ser entendida a Instrução Normativa que implanta o Registro Geral do Aquicultor no País, assinada pela ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti, nesta quinta-feira (19/5)durante reunião do Conselho Nacional de Pesca (Conape), ocorrido em Brasília.

“Os aquicultores agora poderão ter a sua atividade reconhecida e acessar outras políticas públicas, como o crédito e a assistência técnica”, disse a ministra durante a cerimônia.

Ideli acredita que este avanço legal beneficia todos os que atuam ou querem atuar na atividade, para desfrutar “a riqueza de água, clima, biodiversidade e o grande empreendedorismo, ousado e até criativo, do povo brasileiro”. O país, disse a ministra, tem extraordinário potencial para a aquicultura, por contar com quase 13% da água doce do mundo e um litoral muito extenso. “Na Amazônia, a aquicultura pode gerar emprego e renda sem comprometer a floresta”, contou.

Ela lembrou que a presidenta Dilma Rousseff garantiu recentemente aos produtores rurais, entre eles os aquicultores, juros ainda mais baixos nos financiamentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Na prática, o registro do aquicultor resolve um problema antigo, que desestimulava a atividade. É que existia uma ambivalência legal entre os entes federativos que criava embaraços à atividade aquícola. Alguns estados exigiam o registro de aquicultor como pré-requisito para a concessão de licença ambiental e outros invertiam esta ordem. Este registro poderá ser obtido com simplicidade e rapidez pela Internet, através do preenchimento de formulário que será postado brevemente no site do MPA.

A estimativa do MPA é de que mais de 70 mil aquicultores efetuem o seu registro nos próximos meses, utilizando o chamado Sistema Informatizado do RGP – SisRGP. O sistema também poderá contribuir para a formação de um banco de dados sobre o setor, capaz de subsidiar as políticas públicas com informações mais seguras.

“Esta era uma demanda histórica do setor, a simplificação do processo, o que significa produzir mais, com inserção social, sem esquecer a responsabilidade ambiental”, lembrou na solenidade Felipe Matias, secretário de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura do MPA.


Foto: Ascom/Divulgação

Segundo Felipe Matias, a expectativa do ministério é de a aquicultura nacional cresça em média 15% ao ano nesta década, percentual maior que o dobro da média mundial. Em entrevista, Matias disse que, se bem conduzida, a criação de tilápia em tanque-rede – uma espécie de gaiola submersa onde os peixes crescem – pode produzir 200 toneladas por ano de pescado, algo que supera de longe a produtividade de outras criações para a produção de carne.

No ano passado, a estimativa é de que o Brasil tenha produzido 460 mil toneladas de pescado, o que já representa mais de um terço da produção global do país no setor.

Incentivo

Segundo André Camargo, presidente da Associação Nacional de Piscicultura em Águas da União (ANPAP), o registro do aquicultor elimina barreiras e traz para a legalidade muitos produtores, além de atrair novas pessoas e empresas para o setor. “Antes a atividade exigia uma dose de coragem por não estar legalizada totalmente, e agora este processo vai incentivar os investimentos”, ponderou.

Por ser considerada uma atividade de baixo impacto ambiental e produzir um alimento nobre e saudável, alguns estados já estão liberando a necessidade de licença ambiental para projetos aquícolas de menor porte. O governo do Acre, por exemplo, isenta a licença para projetos aquícolas de até cinco hectares. “Quando criamos galinha ou montamos um chiqueiro ninguém nos pede licença ambiental”, comparou a ministra, lembrando ainda que a criação de pescado em cativeiro exige água limpa e em boas condições.

Nos primeiros meses de sua gestão à frente do Ministério da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti está fazendo um périplo por vários estados, para sensibilizar os governadores sobre a importância da concessão de licenças ambientais mais ágeis para a aquicultura ou mesmo a sua isenção para os produtores.

Durante a solenidade, a ministra anunciou que inaugura em junho os primeiros parques aquícolas marinhos do Brasil, para a produção de ostras e mexilhões, no litoral de Santa Catarina. Os parques irão regularizar a situação de muitos produtores já em atividade. No continente, o ministério já implanta parques aquícolas em seis grandes reservatórios de hidrelétrica, para a produção de pescado, enquanto estuda outros. Os parques aquícolas geralmente só demandam 0,5% da lâmina d’água dos reservatórios, o que permite o compartilhamento com outras atividades, como a pesca, o abastecimento e o turismo.
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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sobre o livro "Por uma vida melhor", Urariano Motta e o livro que ensina a falar errado

Viomundo - O que você não vê na mídia: "Urariano Motta e o livro que ensina a falar errado

por Urariano Mota, em Direto da Redação

Recife (PE) – Nesta semana, o “Bom dia Brasil”, nome do telejornal que desconhece o vocativo, abriu espaço para uma aula magna de Alexandre Garcia. Em breve editorial, Alexandre fulminou o livro “Por uma vida melhor”. Entre outras sábias reflexões, assim falou Garcia:

- Pois, ironicamente, esse livro se chama ‘Por uma vida melhor’. Se fosse apenas uma polêmica linguística, tudo bem, mas faz parte do currículo de quase meio milhão de alunos. E é abonado pelo Ministério da Educação. Na moda do politicamente correto, defende o endosso ao falar errado para evitar o preconceito linguístico. Aboliu-se o mérito e agora se aprova a frase errada para não constranger.

A isso o professor Sérgio Nogueira apareceu como convidado. Mas antes, de modo espontâneo, o apresentador lhe levantou a bola:

- Isso (esse livro) é o início do fim da gramática?

Ao que pontificou o mestre:

- O fim da gramática já vem sendo feito há um bom tempo por essa nova linha do ensino, na chamada linguística moderna, em que o certo e o errado é abandonado… vocês pagariam pra uma escola em que seu filho vai continuar falando a língua que ele não precisa, que pode aprender sozinho?

Ao que aterrorizou melhor o apresentador:

- A língua é um traço de união nacional. Ela estaria ameaçada?

No que concordou o brilhante professor:

- Neste caso, sim, porque é diferente você respeitar as variantes regionais, as variantes sociais,e não conhecer uma língua geral, uma língua padrão. Por sinal, é nosso trabalho constante na Rede Globo, que é conseguir essa linguagem, como no caso do Bom Dia, que atinge o Sul e o Norte, Leste e Oeste. Hoje o gaúcho da fronteira se comunica com o sertanejo.

“Graças ao ótimo trabalho de lingüística da Rede Globo”, nem precisou o mestre completar. Que coisa… As letras de um artigo não enrubescem de vergonha. Nem cabe, na medida deste espaço, mostrar o serviço danoso que as telenovelas da Globo têm feito contra a riqueza da fala nacional. Mas cabem 2 ou 3 coisas sobre o livro condenado.

Ele, o maldito que rompe a unidade e pureza da língua, não prestigia o “falar errado”, nem ensina a fala errada. Em um capítulo, em apenas um, o malvado chama a atenção para formas à margem da norma culta. Mas alerta que as falas têm o seu lugar, adequação diferente, em momentos solenes, na escrita ou dentro de casa. Escândalo.

O que deveria ser saudado em um livro que não humilha os falantes mais pobres, porque não os desqualifica, mas antes, como uma ressalva, lembra que “a sua fala não é errada, ela possui um valor. Apenas tomem cuidado, porque em determinadas ocasiões essa variante faz da pessoa alguém menor”, virou uma prova da mais alta incompetência do MEC. É como se não houvesse estudos científicos da língua nas universidades, é como se os frutos dessa pesquisa não pudessem voltar a quem de direito.

Em toda a mídia, falaram entre naftalinas ou com o mais simples cheiro de mofo. Contra o livro se levantou uma guerra, um embate político e ideológico que faz a gente lembrar a difamação sofrida por Darwin, com um rabo até hoje porque teria dito que o homem descende do macaco. Ou como lhe perguntou um conservador no século XIX: “o senhor vem de um símio por parte de pai ou de mãe?”. Ou como afirmam os conservadores destes dias: “Aboliu-se o mérito e agora aprova-se a frase errada. Livro aprovado pelo MEC é uma inversão de valores”. Pois o governo agora ensina que nós vai tá bão.

No entanto, a palmatória que se levanta nem precisava ir tão longe: na própria imprensa se cometem todos os dias autênticas aberrações na ortografia, na sintaxe e no sentido das palavras. Há um novo léxico de novo-rico. Os apresentadores de telejornais falam récorde, em lugar de recorde, e nessa pronúncia nem são ingleses nem brasileiros. Os nomes franceses procuram ser pronunciados à francesa, e a comédia resultante disso é constrangedora. Não faz muito, criou-se um deus nos acuda porque Dilma virou presidentA. Não, ensinaram os doutos que não leem dicionários, ela é presidentE. (Muito contra a nossa vontade, queriam dizer.)

Por que nunca levantaram a voz contra Manuel Bandeira?

“A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros

Vinha da boca do povo na língua errada do povo

Língua certa do povo

Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil”

Por que não impediram jamais a divulgação de versos tão sacrílegos? Ah, Manuel Bandeira dominava a língua culta. Quem domina, pode. Quem não domina, se pode, para não falar rima menos pura.

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Amazônia perde 593km quadrados em março/abril

Jornal Correio do Brasil: "O desmatamento na Amazônia subiu para 593 quilômetros quadrados em março e abril deste ano, na comparação com os mesmos meses do ano passado, e o Mato Grosso foi o Estado que mais contribuiu para a perda da floresta com 480,3 quilômetros quadrados de área desmatada, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O alerta sobre o avanço do desmatamento ocorre no momento em que o projeto que altera o Código Florestal aguarda para ser votado na Câmara dos Deputados. A votação do texto já foi adiada três vezes por falta de consenso entre governo, o relator, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e parlamentares.

O desmatamento da Amazônia, floresta vital para as pretensões brasileiras de protagonismo na área ambiental e nas negociações internacionais sobre as mudanças do clima, registrou grande aceleração em abril na comparação com março, segundo os números do Inpe, indo de 115,6 quilômetros quadrados, para 477,4 quilômetros quadrados de um mês para o outro.

– Esses dados têm um efeito muito ruim para o Brasil no cenário internacional, por conta dos compromissos assumidos pelo país na COP-15 –, disse o responsável pela Campanha de Florestas do Greenpeace, Márcio Astrini.

O ambientalista se referiu à conferência sobre mudanças climáticas na qual o Brasil apresentou um compromisso voluntário de reduzir emissões de gases causadores do efeito estufa, o que inclui reduzir o desmatamento.

Para ele, a possibilidade de aprovação do novo Código Florestal explica a alta no desmatamento. “O crescimento do desmatamento tem toda a relação (com a discussão do projeto que altera o Código Florestal). Por eliminação, é a única razão que explica o aumento do desmatamento”, disse.

Para ele, o relatório de Rebelo anistia proprietários rurais irregulares e incentiva o desmatamento ao suspender embargos a quem desmatou ilegalmente.

A reforma do texto do código pode trazer mudanças nas Áreas de Preservação Permanente (APPs) e na Reserva Legal, partes das propriedades que têm de ser mantidas intactas, sem a destinação para atividades econômicas.

Embora o Inpe desaconselhe comparações com os mesmos meses dos anos anteriores, por conta da diferença na cobertura de nuvens entre os períodos, para se ter uma ideia, entre março e abril do ano passado foi detectado um desmatamento de 103,5 quilômetros quadrados na Amazônia.

Ou seja, o número aferido pelo Inpe em março e abril deste ano, representa um salto de 472,9% na comparação com o ano anterior.

Em Mato Grosso, principal produtor de soja e algodão do país e que abriga o maior rebanho bovino do Brasil, o desmatamento detectado pelo sistema Deter, do Inpe, saltou de 76,4 quilômetros quadrados em março e abril do ano passado, para 477,4 quilômetros no mesmo período deste ano.

Na terça-feira, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou um alerta sobre a escalada do desmatamento em Mato Grosso em abril deste ano.

De acordo com a organização não-governamental, que usa um sistema de detecção de desmatamento diferente do usado pelo Inpe, o desmatamento no Estado somou 243 quilômetros quadrados, saltando 537 por cento na comparação com o mesmo mês de 2010.

Após a divulgação do alerta do Imazon, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que também é a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), foi à tribuna do Senado e acusou o Imazon de divulgar dados inverídicos sobre o desmatamento na Amazônia.

A senadora, que está de saída do DEM rumo ao PSD, lançado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmou que com a divulgação de dados não-verdadeiros, o Imazon causaria “terrorismo à população brasileira”, segundo a Agência Senado.

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Governo pretende liberar até sexta-feira (20) a licença ambiental para a construção da polêmica usina de Belo Monte

Congresso em foco: "Licença ambiental de Belo Monte deve sair sexta-feira

Há duas semanas, a Casa Civil trabalha com o prazo de concluir a licença definitiva no final desta semana. Trata-se do último documento necessário para o início da construção da polêmica usina no rio Xingu


Renata Camargo



A licença de instalação da hidréletrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, deve sair nos próximos dias. O governo prepara os ajustes finais do documento, considerado a última licença necessária para iniciar as obras de construção do maior e mais polêmico empreendimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Há duas semanas, a Casa Civil trabalha com o prazo de sexta-feira (20) para conceder a licença definitiva da usina. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), órgão responsável pela liberação do documento, tem participado de todas as reuniões.

Na semana passada, técnicos do Ibama realizaram a última vistoria no local de instalação das obras. Segundo o presidente do órgão, Curt Trennepohl, o instituto precisaria apenas aguardar o parecer dos técnicos e analisá-lo para liberar a licença definitiva.

Casa de diálogo

Em reunião na tarde de ontem (17), a Casa Civil reafirmou a intenção do governo de liberar a licença de Belo Monte na próxima sexta. Na ocasião, porém, um grupo apresentou a sugestão de criar uma 'casa de diálogo' na região do Xingu. A casa funcionará como um escritório com o objetivo de mediar conflitos. Com a sugestão, levantou-se a possibilidade de 'adiar por mais um ou dois dias' a liberação da licença de Belo Monte, o que pode jogar o prazo para a próxima terça-feira (24).

A 'casa de diálogo' contaria com representantes de órgãos federais, estaduais e municipais, de ambientalistas, de ONGs ligadas a grupos locais, de indígenas, da empresa responsável pelo empreendimento, a Norte Energia, e outros envolvidos.

Mas a pressão em torno da liberação da licença definitiva da hidréletrica tem se intensificado nas últimas semanas. Preocupada com o período de chuvas, que começa a partir de novembro, a empresa Norte Energia, responsável por Belo Monte, tem dito que se a licença não sair nos próximos meses as obras podem sofrer um atraso de 'até um ano'. A construção de Belo Monte é prioridade da presidenta Dilma Rousseff.

Polêmica

A usina Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo e a maior usina inteiramente brasileira. Ela se estenderá por um trecho de 100 km do Rio Xingu, com potência de gerar no pico de energia cerca de 11 mil MW. A energia firme, média, será de cerca de 4 mil MW. Do total, 70% da energia produzida será para o mercado cativo e distribuidoras; 10%, para produtor e 20%, para o mercado.

A possibilidade de construção de usinas hidrelétricas na bacia do Rio Xingu começou a ser analisada ainda na década de 1970. Desde aquela época, a construção de usinas na região enfrenta polêmicas. Movimentos sociais e lideranças indígenas da região são contrários à obra de Belo Monte, por considerarem que os impactos socioambientais do empreendimento não estão suficientemente dimensionados.

No início deste mês, em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado, o procurador da República no Pará Bruno Soares Valente afirmou que o Ministério Público considera que a construção da usina de Belo Monte 'está sendo conduzida de forma errada, com a prática de uma série de irregularidades'.

Segundo o procurador, desde 2001 dez ações civis públicas contra o empreendimento foram ajuizadas. Entre os pontos polêmicos, estão a ausência de consultas públicas junto à população local e a falta de planejamento para infraestrutura urbana nos municípios próximos a Belo Monte. 'Sem a estrutura adequada, coloca-se em risco esses locais', disse Valente, durante a audiência.

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Levantamento aponta mapa com casos de exploração sexual contra crianças e jovens

Blog do Planalto: "No marco da mobilização pelo Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – 18 de maio –, o governo federal divulgou levantamento com mapa das denúncias sobre exploração sexual de crianças e adolescentes. O estudo aponta a existência de delações desses crimes em 2.798 municípios brasileiros, sendo que a região Nordeste apresenta o maior número de municípios (34%), seguida pelo Sudeste (30%), Sul (18%), Centro‐Oeste (10%) e Norte (8%).

De acordo com dados do Disque Denúncia – Disque 100 ‐, no período de 2005 a 2010, foram registradas 25.175 casos de exploração sexual contra crianças e adolescentes. Entre as capitais, o ranking de cidades que mais denunciaram é liderado por Salvador (BA), seguida pelo Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE), São Paulo (SP) e Natal (RN).

Os dados apontam que o crescimento das denúncias também resultam da sensibilização da sociedade civil para os casos de violência. De maio de 2003 a março de 2011, o Disque 100 já realizou um total de 2.640.801 atendimentos e recebeu e encaminhou 156.664 queixas de todo o país. Em relação aos municípios brasileiros, 90% deles já foram atendidos pelo serviço.

Para realização do estudo, foram consideradas os casos de prostituição, pornografia, tráfico para fins sexuais e exploração no contexto do turismo. O objetivo é subsidiar as ações do Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes – (PNEVSCA) para o enfrentamento do fenômeno de forma intersetorializada.

Ao comentar a pesquisa, a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) defendeu que o desenvolvimento do Brasil deve ser perseguido e trabalhado para enfrentar a exploração e o abuso sexual. A ministra informou, ainda, que é diretriz clara da presidenta Dilma Rousseff que os ministros se empenhem no desenvolvimento de políticas efetivas de proteção às crianças e aos adolescente.

“Nós não aceitamos a exploração sexual nos dias de hoje e não permitiremos que qualquer novo investimento seja caminho para novas formas de exploração sexual. Por isso estamos nos direcionando para os locais onde existem grandes investimentos com o objetivo de termos planos específicos de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes”, frisou.

A pesquisa é uma atualização da Matriz Intersetorial produzida em 2004 pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH/PR), em parceria com o Instituto Violes, da Universidade de Brasília (UnB). Além do mapa de denúncias, o estudo traz ainda um levantamento das ações de enfrentamento conduzidas pelo governo federal.

Na análise das políticas públicas federais de enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes, a Matriz 2010 identificou 13 programas envolvendo sete ministérios, sendo que pelo menos um deles está presente em 86% dos municípios brasileiros. Na edição 2004, foram identificados três programas de enfrentamento: Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), Sentinela e Pair, conduzidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social e pela Secretaria de Direitos Humanos. Em 2010, a maior cobertura encontrada foi do programa Peti, presente em 75% dos municípios.

Dique 100 – As denúncias de exploração sexual de crianças e adolescentes registradas pelo Disque Denúncia entre 2005 e 2010 (25.175) representam 23,7% do total de denúncias recebidas pelo serviço no mesmo período.

O Disque Denúncia é coordenado pela SDH/PR desde 2003. Em 2007, o serviço migrou para um número de utilidade pública, o 100, aumentando de forma expressiva o acesso ao serviço.

“As campanhas de divulgação conduzidas pelos poderes públicos e pela sociedade civil organizada também contribuíram de forma decisiva para o aumento da utilização do serviço, impactando no número de denúncias recebidas pelos municípios”, informa a SDH/PR.

Turismo – Para sensibilizar os profissionais que integram a cadeia produtiva do turismo, o governo federal criou o Programa Turismo Sustentável e Infância (PTSI). O objetivo é contribuir para a garantia dos direitos das crianças e adolescentes no enfrentamento da exploração sexual nos locais turísticos.

O PTSI está estruturado em quatro eixos: inclusão social com capacitação profissional; formação de multiplicadores; seminários de sensibilização e campanhas anuais de incentivo às denúncias dos casos de exploração sexual. Desde 2006, já foram distribuídos mais de 4 milhões peças de comunicação como folders e viseiras, com versões, inclusive, em inglês e espanhol.

Dia Nacional - A data de 18 de maio foi escolhida como dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes para homenagear Aracelli Cabrera Sanches Crespo, brutalmente assassinada nessa data aos nove anos, na cidade de Vitória (ES) em 1973. O corpo dela foi encontrado seis dias após o crime completamente desfigurado e com sinais de abuso sexual. Os assassinos nunca foram presos.

EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NÃO É TURISMO. É CRIME. DISQUE 100 E DENUNCIE.

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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Governo anuncia pacote com redução de juros aos beneficiários do PRONAF

Folha.com: "Dilma anuncia pacote de benefícios aos agricultores familiares


BRENO COSTA
DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff anunciou hoje um pacote de benefícios aos agricultores familiares, reunidos em Brasília para o Grito da Terra. Entre as principais medidas do governo está a redução dos juros para acesso a investimentos por meio do Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar), que passarão a ser de, no máximo, 2% ao ano.

Também foi anunciada a liberação de R$ 16 bilhões para o Plano Safra 2011/2012 dos agricultores familiares.

O valor é o mesmo da safra passada, mas atende aos apelos da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), segundo o presidente da entidade, Alberto Broch.

Outra novidade comemorada pelos agricultores familiares é a promessa de Dilma de que, em até 30 dias, será criado o Suasa (Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária), que fixará regras nacionais para o comércio de produtos da agricultura familiar.

Hoje, cada município e Estado definem suas regras sanitárias, segundo a Contag, o que dificulta o comércio da produção fora dos municípios onde são produzidos.

A adesão ao Suasa, no entanto, será voluntária, segundo o ministro Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário), que também participou da audiência com Dilma Rousseff na manhã desta quarta-feira (18), no Palácio do Planalto.

A presidente entregou à Contag um caderno com respostas aos 185 pontos de reivindicação do Grito da Terra. Alberto Broch afirmou que ainda analisará o documento, mas disse que, no geral, as medidas anunciadas pelo governo satisfazem os agricultores familiares.

Outro avanço na área comercial foi o anúncio do Programa de Garantia de Preços Mínimos, a ser criado especificamente para a agricultura familiar. Os recursos para isso, no entanto, ainda não foram divulgados.

Na área de habitação, a presidente determinou a criação de uma nova superintendência na Caixa Econômica Federal específica para tratar de moradia no campo, enquanto a área de habitação urbana passará a ser tratada separadamente.

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Sobre a polêmica em torno do livro Por uma vida melhor

Cloaca News:"'Por uma vida melhor': por que abolir os conceitos de “certo” e “errado”

Por Daniela Jakubaszko*, do blog Mulheres de Fibra
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A polêmica que se criou em torno do livro Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, adotado pelo MEC, é inútil e representa um retrocesso para a Educação.
Como lingüista e professora de português defendo ardorosamente a utilização do livro. Vou explicar, mas antes faço alguns esclarecimentos:
1. A escola é o lugar por excelência da norma culta, é lá que devemos aprender a utilizá-la, isso ninguém discute, é fato.
2. O livro NÃO está propondo que o aluno escreva “nós pega” – como estão divulgando por aí - ele está apenas constatando a existência da expressão no registro “popular”. Do ponto de vista cotidiano, a expressão é válida porque dá conta de comunicar o que se propõe. E ela é mais que comum e, sejamos sinceros, é a linguagem que o leitor dessa obra usa e entende. Será que é intenção da escola se comunicar com ele de verdade? Se for, ela tem que usar um livro que consiga fazer isso. Uma gramática cheia de exemplos eruditos e termos que o aluno não consegue nem memorizar, com certeza, não vai conseguir.
3. O que o livro está propondo é trocar as noções de “certo” e “errado” por “adequado” e “inadequado”. E isso é mais que certo. Vou explicar a seguir.
4. A questão é: como ensinar a norma culta num país de tradição oral, e no qual existe um abismo entre a língua oral e a língua escrita? Como fazer isso com jovens adultos – que já apresentam um histórico de “fracasso” em seu processo formal de educação e, muito provavelmente, na aquisição dos termos da gramática e seus significados. Se esse jovem não assimilou até o momento em que procurou o EJA (Educação de Jovens e Adultos) a “concordância de número”, como o professor vai fazê-lo usar a crase? Isso para mencionar apenas um dos tópicos mais fáceis da gramática e que a maioria das pessoas, inclusive as “mais cultas e graduadas”, algumas até mesmo com doutorado, ainda não sabem explicar quando ela é necessária.
Por que abolir os conceitos de “certo” e “errado”?
Vou mencionar apenas 3 razões, para não cansar demais o leitor, mas existem muitas outras, quem se interessar pode perguntar que eu passo a bibliografia.
1. Primeiro, por uma questão de honestidade com o aluno. A língua é viva, assim como a cultura, e não pode ser dirigida, por mais que tentem. Por isso, não existe nem “certo” nem “errado”: as regras são convenções e são alteradas de tempos em tempos por um acordo entre países falantes de uma mesma língua. O que era “errado” há alguns anos, hoje pode ser “certo”. Agora é correto escrever lingüística sem trema - o que discordo - e ideia sem acento. Assim, o que existe é o “adequado à norma culta” e o “inadequado à norma culta”. E essa norma é uma convenção, não uma lei natural e imutável. Além disso, por mais que a escola seja representante da norma culta, isto não significa que ela deva ficar “surda” diante dos demais níveis de fala. A língua portuguesa – ou qualquer língua – não pode ser reduzida à sua variante padrão. Tão pouco as aulas de português devem ficar. Afinal, se numa narrativa aparece um personagem, por exemplo, pescador e analfabeto, como o aluno deverá escrever uma fala (verossímil) para ele? Escrever de forma inverossímil é certo? Aliás, o que seria dos poetas e escritores se não fosse o registro popular da língua? Acho que Guimarães Rosa nem existiria.
Com certeza a crítica ao livro parte de setores conservadores e normativos. Eu, como lingüista e professora, não apoio a retirada dos livros porque não acho justo falar para o aluno que o jeito que ele fala é errado, até porque não é, só não está de acordo com a norma culta, o que é muito diferente. Depois que você explica isso para o aluno é que ele entende o que está fazendo naquela aula. Essa troca faz toda a diferença.
2. Segundo, porque quando você diz para um aluno sucessivas vezes que o que ele fez está “errado” você passa por cima da subjetividade dele e acaba com toda a naturalidade dessa pessoa. Daí, ela não fala “certo” e também não sabe quando fala “errado”. Assim, quando na presença de pessoas que ela julga mais letradas que ela própria, não tenha dúvida, vai ficar muda. A formação da identidade do sujeito passa obrigatoriamente pela aquisição da linguagem, viver apontando os erros é desconsiderar a experiência de vida daquela pessoa, é diminuí-la porque ela não teve estudo. E não se engane: ela pode se tornar até uma profissional mais desejada pelo mercado por usar melhor a norma culta, mas não necessariamente vai se tornar uma pessoa melhor.
3. Em terceiro, porque é urgente trocar o ponto de vista normativo pelo científico. A lingüística reconhece que a língua tem seu curso e muda conforme o uso e a cultura: já foi muito errado falar (e escrever) 'você', por exemplo. A lingüística também reconhece que a língua é instrumento de poder, por isso, nada mais importante do que desmistificar a gramática normativa. Isto não significa deixá-la de lado, mas precisamos exercitar uma visão mais crítica. Esse aluno sente na pele a discriminação social devido ao seu nível de fala, nada mais natural que ele rejeite a norma culta e considere pedante a pessoa que fala segundo a norma padrão. É compreensível, ainda, que ele não entenda grande parte do que se diz em sala de aula. O que não é compreensível é o professor, ou melhor, “a Escola”, não entender a razão de isso acontecer.
Em nenhum momento foi dito que a professora e autora do livro em questão não iria corrigir ou ensinar a norma culta aos alunos, só ficou validado o registro oral. Os alunos precisam entrar em contato com o distanciamento científico. E os lingüistas não saem por aí corrigindo ninguém, eles observam, e você, leitor, bem sabe como funciona a ciência - e um aluno de pelo menos 15 anos já precisa começar a ouvir falar do pensamento científico. Além disso, é muito bom que eles percebam se o nível de fala que usam tem prestígio ou não, e o porquê.
Por que ignorar o estudo da língua oral em sala de aula? Eu fazia um trabalho nesse sentido com os meus alunos e só depois de transcrever entrevistas orais eles conseguiam ouvir a si mesmos e tomar consciência de seu registro lingüístico: “nossa como eu falo gíria! Eu nem percebia!”. Aí sim eles entendem que, com o amigo, com os pais, eles podem dizer 'os peixe', mas que na prova é preciso escrever 'os peixes', no seminário é preciso dizer “os peixes”, mas ele precisa estar à vontade para fazer isso. A realidade em sala de aula é que os alunos não entendem onde estão errando. Quando você explica o conceito de norma culta eles entendem. Cria-se um parâmetro e não uma tábua de salvação inatingível. É aceitando o registro desse interlocutor e apresentando mais uma possibilidade de uso da língua para ele que vai surgir o esforço para aprender. Se você insistir no “certo” e no “errado” ele vai ficar com raiva e rejeitar o novo. Quer apostar?
Ter uma boa comunicação não é sinônimo de usar bem as regras da gramática. Para ensinar os conceitos de 'gramática natural' e 'gramática normativa' temos de dar esses exemplos. Os conservadores se arrepiam porque eles partem do princípio que você nunca pode escrever ou falar nada errado na frente do aluno. Para mim isso é hipocrisia: o aluno tem direito de saber que o registro que ele usa em casa é diferente daquele que ele usa na rua, no estádio de futebol, na escola, no trabalho, em frente ao juiz. E tem o direito de saber que o “correto” se define por aquele que tem mais prestígio social. Essas são só as primeiras noções de sociolingüística, para quem quiser abrir a cabeça e saber. Ou será que a língua portuguesa se aprende descolada da realidade? É isso que se está tentando mudar. É tão difícil assim perceber isso?
Quando me perguntam qual é a função do professor de português na escola, eu respondo: oferecer ao aluno um grau cada vez mais elevado de consciência lingüística; oferecer instrumentos para que ele possa transitar conscientemente entre os diversos níveis de linguagem. Só depois de realizada essa operação o aluno vai conseguir escrever conforme as regras da norma culta. E falar a norma padrão com naturalidade. Ou, ainda, escolher falar conforme o ambiente em que cresceu e formou a sua subjetividade (Lula que o diga, comunica-se muito bem, sem camuflar as suas origens). É bom ficar claro que a função do professor não se reduz a 'corrigir' o aluno. Isso, o google, até o word, pode fazer. Ajudar o aluno a ter consciência de seu nível de fala é outra história...
O problema não é uma pessoa dizer “nós pega”, o problema é ela não entender que esse uso não é adequado em determinados contextos, o problema é não saber dizer “nós pegamos”. Ou sequer compreender porque não pode falar “nós pega”... É, leitor, tem muito aluno que não entende porque precisa aprender uma lista de nomes difíceis que nada significam para ele e que ele não enxerga a relação direta entre uso da norma culta e como esta vai ajudá-lo a melhorar de vida.
Conheço quilos, ou toneladas, de gente formada, pós-graduada, que fala “seje” e não tem consciência de que está falando assim, e ainda critica quem fala “menas”. Ouvir a si mesmo é uma das coisas mais difíceis de fazer. E como ajudar o aluno a fazer isso?
O primeiro passo é, sem dúvida, abolir o “certo” e o “errado”. Enquanto o professor for detentor da caneta vermelha, o aluno vai tremer diante dele e nada do que ele disser vai entrar na cabeça dessa pessoa preocupada em acertar uma coisa que não entende, tem vergonha de dizer que não entende, então não pergunta, faz que entendeu, erra na prova e o resultado é ela se achar cada vez mais burra e desistir de estudar. Ufa... Puxa, ninguém estuda mais psicologia da educação? Isso é básico!
E então, leitor, o que é mais honesto com esse aluno que chega no EJA com a autoestima lá em baixo? Começar falando a língua dele e depois trazê-lo para a norma padrão ou começar de cara a humilhá-lo com uma língua que ele não entende?
É muito sério quando pessoas leigas começam a emitir, levianamente, juízos de valor sobre assuntos que não dominam. Alguns jornalistas, blogueiros e “opineiros” de plantão, por exemplo, sem conhecimento dos conceitos e técnicas de ensino em lingüística, sem a menor noção do que está acontecendo nas salas de aula desse país, começam a querer dizer para os professores o que eles têm de fazer, como eles têm de ensinar! Isto sim, é nivelar por baixo! É detonar, mais ainda, a autoridade do professor, já tão desprezada no país. Ah, e ainda fazem isso sem perceber que freqüentemente cometem erros crassos; eu estou cansada de lê-los em blogs, jornais e revistas, e ouvi-los na televisão. Não que precisem, ou usamos com eles os mesmos critérios que defendem?
E então, qual é mesmo o tipo de educação que o Brasil precisa?
.
* Daniela Jakubaszko é bacharel em lingüística e português pela FFLCH-USP, mestre e doutora pela ECA-USP. Desistiu de ser professora depois de dar aula por 15 anos e virou redatora porque não agüentava mais ouvir: 'você trabalha além de dar aulas?'

* *Ah, eu tenho uma dúvida: até quando eu posso usar o trema? Até 2012?

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terça-feira, 17 de maio de 2011

No PNBL, Telebrás confirma uso de rede da Petrobras

Rede Brasil Atual:
Por: Helena Sthephanowitz, especial para a Rede Brasil Atual


No PNBL, Telebrás confirma uso de rede da Petrobras


A rede de fibra ótica da Petrobras, que interliga a região Sudeste do país mais Brasília, será usada no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). A novidade é que a Telebrás assinou o acordo definitivo com a a estatal do petróleo, o que permite a instalação de equipamentos ao longo da rede, que coincide com os gasodutos da empresa. A informação, do jornal Valor Econômico, foi confirmada por Rogério Santanna, presidente da Telebrás.

Outros dois acordos devem ser firmados em breve para aproveitar as redes da Petrobras nas regiões Nordeste e Sul.

Considerando-se 100 quilômetros de distância da rede da Petrobras no Sudeste – que inclui São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília –, 700 cidades estão incluindo. A Telebrás deve pagar R$ 94,9 mensais por quilômetro e par de fibra utilizados, pagos seis meses depois do início da vigência do contrato, mas o jornal não informou valores finais do acerto.

O contrato estava prometido desde o lançamento do plano, em 2010, e pode ser o passo que faltava para pôr o o PNBL em prática. Além da Petrobras, redes instaladas em linhas de transmissão de energia elétrica da Eletrobras também serão aproveitadas. Para esta parte, falta o aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A meta do governo é oferecer banda larga a até R$ 35 em 800 municípios até o fim do ano – o que representa uma redução do objetivo inicial, que previa 1.163 cidades atendidas ainda em 2011.

* Helena Sthephanowitz™ é jornalista e autora do blog Os Amigos do Presidente Lula e do Os Amigos do Brasil. Ela escreve no Na Rede, da Rede Brasil Atual.

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Fátima Oliveira: O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher vai calar?

Viomundo - O que você não vê na mídia: "Fátima Oliveira: O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher vai calar?

Abdelmassih fugiu; todo mundo sabia o final da ópera

por Fátima Oliveira, no Jornal OTEMPO

O que pensa sobre Roger Abdelmassih o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM)? Como cidadã, quero saber. O CNDM vai ou não exigir do governo as medidas cabíveis para proteger mulheres e homens nos processos de fertilização in vitro (FIV) e as crianças nascidas por tais meios? Ou o CNDM age agora ou feche a suas portas para sempre.

O “rei da paternidade” fugiu. Mas quem era que achava que alguém, pelo que a mídia relata, desprovido de escrúpulos de qualquer ordem, configurando uma personalidade sociopata, condenado a quase 300 anos de cadeia, ia esperar ser preso tomando uma fresca, numa cadeira de balanço?

De mamando a caducando, todo mundo sabia o resumo e o final da ópera. Deve estar agora com sua consorte palitando os dentes à beira do Mediterrâneo, arrotando caviar. Por que permitiram que fugisse?

O fugitivo é matéria de capa da última revista “Época” (16.5.2011): “Exclusivo: A clínica do horror”, com algumas chamadas que falam por si: “Pais descobriram que os bebês concebidos com a ajuda do fugitivo Roger Abdelmassih não eram seus filhos biológicos”; “O casal que recebeu R$ 600 mil para ficar em silêncio”; e “Um cientista que frequentava o laboratório denuncia manipulação genética…”.

A matéria extrapola o que a imaginação é capaz de supor. Fiquei atônita, enojada, nauseada e… vomitei. Sou autora de um livro sobre o tema: “O Estado da Arte da Reprodução Humana Assistida em 2002 e Clonagem e Manipulação Genética Humana: Mitos, Realidade, Perspectivas e Delírios”, publicado pelo Ministério da Justiça e pelo CNDM em 2002, uma demonstração de que o tema àquela época preocupava o órgão e sua presidente, Solange Bentes Jurema. Depois de 2002, o CNDM nunca mais se interessou, pelo menos publicamente, pelo assunto.

Chegou a hora. A hora é agora! Não é de hoje que várias feministas escrevem sobre as angústias que nos causam as clínicas de reprodução humana no Brasil, discurso que não ecoa junto às autoridades nem mobiliza o CNDM!

Em “As novas tecnologias reprodutivas conceptivas a serviço da materialização de desejos sexistas, racistas e eugênicos?”, citei o fugitivo: “Só para ilustrar, ouçamos o dr. Roger Abdelmassih, em entrevista à revista Domingo , do JB ( O rei da paternidade , 30.6.1996), sobre a rigorosa seleção de óvulos para que resultem em bebês belos. Quando indagado se existe algum tipo de seleção dos óvulos doados, Abdelmassih disse: A seleção é feita entre óvulos doados por nossas pacientes. Por ano, são feitos aqui na clínica 600 ciclos de fertilizações, ou seja, 600 mulheres recebem embriões. A média é de 50 por mês. Nesse universo de pacientes, metade é de mulheres com menos de 30 anos. Dessas, 60% a 70% concordam em doar seus óvulos. A seleção é feita a partir desse universo. O estudo é feito não só a partir do fenótipo (conjunto de características da pessoa). Tenho de achar mulheres de fenótipo bonito .

Como resposta à pergunta por que os óvulos das mulheres feias não são escolhidos, explicou: “Não é assim. Tenho que olhar as características de quem vai receber. Não sou nenhum juiz de beleza, mas há mulheres extraordinariamente feias que têm direito a viver e reproduzir. Mas não vou pedir para serem doadoras. A receptora sempre pergunta como são os óvulos. Não vou exigir nenhum padrão de beleza internacional. As doadoras são mulheres normais e com características semelhantes às de quem vai receber o óvulo, para evitar que as crianças tenham características diferentes das dos pais “. Chega, não?

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O que a Globo tentou esconder da gente, o povo já sabia!

TERRA BRASILIS: "A Globo sonegada por ela mesma - Viva LULA!
Que pena que vocês escolheram o lado errado!


O vídeo acima mostra uma retrospectiva HONESTA dos 8 anos do governo Lula, com imagens pinçadas do próprio noticiário da TV Globo.


Disseram que esta retrospectiva especial sobre os 8 anos do governo Lula iria ao ar na Globo, no início de 2011. Nunca foi até hoje.


A retrospectiva pinça as notícias importantes de fato, que causaram impacto na vida nacional, que merecem ser lembradas à luz da história. O resultado é que as notícias positivas dominam com sobra.


Se pegarmos o noticiário da TV Globo nos 8 anos do governo Lula, há apenas uns 10% destas notícias positivas (as realmente muito importantes, conforme a retrospectiva mostra) e 90% de notícias negativas, com muito lixo, “testes de hipóteses”, factóides, assuntos de pouca importância dominando a pauta.


Os 8 anos de noticiário foram o inverso do que foi de fato o governo Lula, e quem diz é povo, quando 87% consideraram o presidente como bom ou ótimo, e apenas 4% acharam ruim ou péssimo.


Se a Globo quisesse fazer um noticiário honesto, ela faria. E com o próprio material que tem.

Midiacrucis's Blog

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PNUD Brasil e Embrapa lançam cartilha sobre práticas sustentáveis no manejo de plantas e frutas

PNUD Brasil:


O PNUD e a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia lançaram, nesta sexta-feira (13), em Brasília, uma coleção de cartilhas que busca incentivar agricultores e extensionistas rurais - profissionais que disseminam conhecimentos e técnicas de expansão e produção alimentar - a adotar práticas sustentáveis no manejo de plantas e frutas. Os textos trazem ainda informações sobre o calendário de colheitas e a importância social e econômica das espécies.

O lançamento foi realizado na sede central da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), e contou com a presença da oficial de programa do PNUD Rose Diegues (foto), além de diretores da instituição, da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e do Ministério do Meio Ambiente, entre outras autoridades. As cartilhas também foram produzidas em parceria com o ISPN (Instituto Sociedade, População e Natureza).

Os primeiros cinco livros trazem como tema espécies importantes para a alimentação (pequi, mangaba, umbu, coquinho azedo) e o artesanato (capim dourado e buriti) de famílias de proprietários rurais. Nas publicações, há informações sobre a distribuição dos espécimes, características e ciclo de vida das plantas, calendário de colheita, importância social e econômica, além de receitas com mangaba, umbu, coquinho azedo e pequi e dicas de coleta e uso sustentável do capim dourado e do buriti para artesanato.

'Mas o mais interessante são as recomendações e boas práticas de manejo e transporte. As cartilhas explicam quais cuidados se precisa ter com as espécies e como plantá-las', afirma Aldicir Scariot, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e coordenador da iniciativa.

Linguagem simples

A intenção é auxiliar a preservar, no local, os recursos genéticos nativos e permitir a sustentabilidade da atividade por longos prazos. Um dos pontos altos da coleção, de distribuição gratuita, é sua linguagem simples e fácil de ser interpretada, dirigida a agricultores e técnicos extensionistas.

'A tiragem inicial foi de mil exemplares de cada livro, mas a procura foi tão grande que vamos aumentar para cinco mil exemplares', ressalta Scariot. As publicações estarão disponíveis em comunidades tradicionais e indígenas, cooperativas e associações de agricultores. A coleção também vai se transformar em kit de leitura nas escolas rurais.

O coordenador da iniciativa lembra que o Brasil tem 31,3 milhões de pessoas morando em áreas rurais, o que equivale a 16,7% da população. Ao todo, 58% das propriedades têm menos de 25 hectares, ou seja, são minifúndios. 'Tentamos, com as cartilhas, conter a perda de recursos genéticos nativos, que desempenham papel importante na alimentação e na renda familiar', afirma Scariot, que reforça ainda que os livros ajudam na conservação da diversidade ambiental e cultural.

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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Tecnobrega: a nova música brasileira tipo exportação

VEJA.com: "Tecnobrega: a nova música brasileira tipo exportação
A mistura de ritmos folclóricos do Pará com música eletrônica se tornou a bola da vez em clubes e festas da Europa e dos Estados Unidos, acompanhando uma onda de pesquisas por músicas produzidas em periferias
Rodrigo Levino

Organizados em pequenos selos musicais e produtoras de festas, DJs americanos e europeus promovem uma espécie de intercâmbio de novos gêneros musicais

Em dezembro de 2009, o DJ inglês Lewis Robinson, de 44 anos, se embrenhou no mercado de Ver o Peso, em Belém do Pará, para descobrir o que era o tecnobrega. “Fiquei espantado ao encontrar uma música brasileira que não é excessivamente polida como a bossa nova”, diz ele. Referir-se ao tecnobrega como 'não excessivamente polido' é uma forma muito mais do que polida de descrever essa mistura tóxica de carimbó, brega dos anos 70, calipso e música eletrônica. Mas Lewis queria isso mesmo. Levou para casa, em Londres, dezenas de discos e passou a alimentar com eles a festa BatMacumba, que produz mensalmente em Nothing Hill, na capital inglesa.

Não só as noites londrinas são abaladas pelo tecnobrega. Em Nova York, Paris ou Montreal é possível escutar as suas batidas. O gênero está definitivamente em ascensão entre os DJs. Seus expoentes são artistas como Wanderley Andrade e Banda Calypso, que fazem o tecnobrega 'clássico', e Waldo Squash, Maderito e Gaby Amarantos, que praticam uma variação mais recente e ainda mais encorpada da música paraense, batizada de eletromelody.

Conhecida como Beyoncé do Pará por causa das formas voluptuosas, Gaby Amarantos gravou há pouco um single que já faz algum sucessso em clubes da Europa O que ela canta, com timbre indomável e sintetizadores estridentes, é uma versão de Águas de Março (morra, bossa nova, morra!). “Só falta agora cantar no exterior”, diz Gaby. Não deve demorar.
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Vá tomar tacacá, Jair Bolsonaro

Blog da Dilma:
Autor: Jussara Seixas



José Ribamar Bessa Freire – Professor, coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ), pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO).

Quando o finado Waldick Soriano entrava no centro de lazer ‘Lá Hoje’, em Manaus, cantando o bolero A Carta, as meninas iam ao delírio, especialmente com a frase final: “Espero que um dia / tudo se combine / e a quem ama não seja negado / o direito de ser amado”. Ele dava uma paradinha em “ser” e esgoleava: “aaaaamado”. Esse modelo epistolar do cantor baiano inspirou a forma e o conteúdo da carta abaixo enviada ao deputado Bolsonaro (PP- vixe, vixe!). Ai vai.

Manaus, 15 de maio de 2011

Excelentíssimo Sr. Deputado Jair Messias Bolsonaro

Saudações. Escrevo essa carta, mas não repare os senões, para dizer o que senti na última quinta-feira, quando vi sua imagem na TV, atrás da senadora Marta Suplicy (PT-SP). Ela concedia entrevista sobre o projeto de lei que tipifica como crime a homofobia. V. Ex.ª , muito enxerido, interrompeu-a com um panfleto antigay, promovendo o maior arranca-rabo com a senadora Marinor Brito (PSOL-PA). Sua truculência, deputado, me faz lembrar o Nego Valdir, da Rua das Flores, no Bairro de Aparecida.
Nem seu Anquises nem dona Almerinda entendiam porque Valdir, o filho caçula, odiava tanto os homossexuais. É verdade que, na década de 1950-60, quase todo mundo era preconceituoso, os moleques riam, debochavam, faziam piadinha, mas ninguém era tão fervorosamente e tão visceralmente virulento como o Valdir. Quando ele via um cara mais delicado, um fiu-fiu, sentava logo a porrada, proclamando sua própria macheza aos quatro ventos. Parece que bater em gays o tornava mais macho.
Era um ódio doentio. Um dia, num banho coletivo de igarapé, sem mais nem menos, Valdir quase mata afogado no bosteiro de São Vicente o Heraldinho Bebê, suspeito de ‘correr na floresta’, segundo as más línguas. O que é que Valdir perdia ou deixava de ganhar com a existência de mariquinhas? Nada. Em que o fato de alguém desmunhecar prejudicava a vida dele? Em nada. Então, por que tanta violência? Mistério. O certo é que o Nego Valdir, durante algum tempo, foi uma espécie de Bolsonaro amazonense, aterrorizando qualquer um que fosse suspeito de ‘carregar bandeja’.

Deputado Bolsonaro, V. Ex.ª, em entrevista no ano passado, deu a receita para acabar com as bichas, preconizando surras: “O filho começa a ficar assim meio gayzinho leva um coro, ele muda o comportamento dele. Tem muita gente que diz: ainda bem que eu levei umas palmadas, meu pai me ensinou a ser homem”. V. Ex.ª acha que o homossexualismo é uma doença que se cura com porrada. Não sei se V. Ex.ª apanhou muito, se está falando por experiência própria. Mas esse era também o pensamento do Valdir, sua alma gêmea. Macho pacas!
A raiva descabida do Nego Valdir contra os homossexuais, como a sua, deputado, também foi transferida, muitas vezes, para as mulheres. V. Ex.ª já agrediu várias delas em público. O seu discurso, contraditoriamente, exalta sempre a própria masculinidade. Na briga com a senadora paraense Marinor, V. Ex.ª declarou aos berros:
- Já que está dificil ter macho por aí, eu estou me apresentando como macho. Ela (Marinor) deu azar duas vezes: uma, que sou casado, e outra, que ela não me interessa. É muito ruim. Não me interessa.
Pois é, com idêntica fúria proclamando macheza, o Nego Valdir também dizia que mulheres não o interessavam. Com unhas afiadas como navalha, Valdir arranhou um dia as costas de uma das paraibanas, filha do seu Walter Cordeiro, e ainda ameaçou dar porrada na minha irmã Tequinha, quando ela protestou. Taí a Tequinha que não me deixa mentir.
V. Ex.ª insinuou razões estéticas para justificar a falta de interesse na senadora Marinor. Será? E a atual ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário (PT-RS), inteligente e sensível, de beleza unanimemente estonteante? Em vez de lhe dar merecidos carinhos, V. Ex.ª discutiu com ela, em novembro de 2003, diante das câmaras de televisão, chamou-a de “vagabunda”, empurrou-a e ameaçou esbofeteá-la. Macho pacas! Como o Valdir, sua alma gêmea.
V. Ex.ª não sabe lidar com o sexo feminino, da mesma forma que não sabe conviver com homossexuais. Por isso, tantas bravatas, gritos e ameaças. Pai de quatro filhos homens, se tivesse tido pelo menos uma única filha ou um filho declaradamente gay, poderia, talvez, ser educado por eles, que certamente estariam cantarolando em casa a música do Pepeu Gomes: “Olhei tudo que aprendi / e um belo dia eu vi / Uh! Uh! Uh! / que ser um homem feminino / não fere o meu lado masculino / Se Deus é menina e menino / Sou masculino e feminino”.
Quando não tem um gay ou uma mulher por perto, o objeto de sua agressão pode ser qualquer um, desde que seja frágil. Serve negro, como Preta Gil, ou índia como Joênia Wapaixana. Num pronunciamento em audiência na Câmara dos Deputados sobre a demarcação da terra indígena Raposa/Serra do Sol, V. Ex.ª declarou que os índios eram todos “fedorentos e não educados, não falantes de nossa língua” e, por isso, não tinham direito à terra. “O índio devia comer capim para voltar às suas origens”.
Na ocasião, V. Ex.ª interrompeu o debate, adiando a decisão sobre uma questão vital para o Brasil. A advogada Joênia Wapichana respondeu à agressão descabida, dizendo: “Temos cheiro de terra, porque da terra é que vivemos”. O sateré-mawé Jecinaldo Barbosa perdeu a paciência e fez o que quase todo o Brasil gostaria de fazer: jogou um copo de água na cara de V. Ex.ª.
V. Ex.ª não gosta de gays, de mulheres, de índios, nem do debate. Faz um discurso que seria apenas burro, ‘folclórico’ e ‘troglodita’ se não incitasse à violência e ao crime. O antropólogo da UFBA, Luiz Mott, registrou 205 assassinatos de gays no Brasil de janeiro a novembro de 2010. De onde vem tanto ódio e tanta intolerância com a diversidade e a diferença? O seu, eu não sei. Mas o seu Anquises e dona Almerida descobriram que o do Valdir, sua alma gêmea, era pura inveja. Olhe só o que aconteceu, deputado.
Aos 15 anos, Valdir, o terror dos gays de Aparecida, resolveu escancarar, assumindo corajosamente a sua homossexualidade e aí sim, foi macho pacas. Saiu do armário. Adotou o nome de Katya Cylene, assim com dois ipisilones. Pintou as unhas com cores berrantes, vestiu roupas com toques femininos, calçou sapato alto e se tornou uma pessoa adorável, tolerante e alegre. Deixou de agredir mulheres e gays.
Todas as tardes, Valdyr Katya Sylene, com tres ipisilones, comparecia à banca de tacacá da dona Alvina, levando de casa sua própria cuia personalizada, uma peça artística de Santarém, feita pelas índias de Monte Alegre, toda bordada, onde aparecia a imagem de uma iara poderosa saindo das águas de um lago amazônico, com a cara da Charufe Nasser, a sultana dos seringais.
Um dia, senhor deputado, em 2006, caminhando pelas ruas de Quito, Equador, para onde fui participar de um evento, vi uma pichação com letras garrafais num muro próximo à Praça de Armas, que me enterneceu: “Hetero de costumbre, gay de corazón”. É isso aí, deputado, Vossa Excelência não corre qualquer “perigo”, pode ser gay apenas de coração, se humanizando, e convivendo com quem é diferente. Mas se quiser seguir o exemplo de sua alma gêmea, nós, que somos gay de coração, damos o maior apoio a V. Ex.ª, não deixaremos ninguém espancá-lo.
Deputado, seja mais Messias e menos Bolsonaro. Vá tomar tacacá, deputado. Se precisar, Manaus te oferece uma cuia bordada com florzinhas e toda sua solidariedade
Amos. Atos. Obros.
Taquiprati.

P.S. – Em outubro de 2003, de passagem por Manaus, inaugurei minha coluna no Diario do Amazonas com a cronica NEGO VALDIR. Ver o link:
http://www.taquiprati.com.br/cronica.php?ident=307

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Amazônia: qual o código da nossa esquerda?

Altamiro Borges: "Amazônia: qual o código da nossa esquerda?
Enviado pelo professor Gilson Caroni Filho:

Equilíbrio ambiental e desenvolvimento sustentável são elementos indispensáveis para o futuro do país. Exigem do movimento ecológico uma reformulação radical que o torne matriz de uma nova esquerda. A Amazônia é um exemplo. Seu desmatamento é obra conjunta de latifundiários, grandes empresários e empresas mineradoras.



São os inimigos a serem confrontados prontamente. Será o Código Florestal a prova dos nove para o habitual transformismo que, vez por outra, visita forças do campo progressista? Ou talvez a inflexão de fundo seja de maior envergadura. É hora de a própria esquerda se livrar do imaginário herdado do padrão fordista e incorporar a luta pela preservação natural ao seu horizonte político. Fora disso, a palavra progressista torna-se um vocábulo vazio. Um atributo discutível para quem luta no campo democrático-popular. O ciclo da destruição das nossas florestas é sobejamente conhecido

Desde a década de 1960, a grilagem vem sendo ampliada por intervenções como o estímulo à mineração e à expansão da pecuária e da lavoura monoculturista, a abertura ou o asfaltamento de estradas e outros projetos ditos de “povoamento” e, como agora, no caso de projetos de hidrelétricas do Rio Madeira, “desenvolvimento”. E isso desde o simples anúncio, quando tais iniciativas ainda estão no papel.

Todos nós já vimos tramas semelhantes em filmes de faroeste, em que os robber barons tratam de se apossar, por quaisquer meios, das terras por onde vai passar a ferrovia ou ser feita a represa.

Uma vez estabelecida a ocupação, tem início a retirada da madeira de maior valor comercial, destinada às carvoarias e às indústrias moveleira e de construção civil, etapa que pode levar várias estações de corte. Exauridos tais recursos, segue-se a “limpeza” da área, por meio de corte raso e queimada, e o preparo da terra para pastagem.

Quando a extração de madeira se esgota, entra o gado, tipicamente de corte. Em algum momento, a posse é esquentada por títulos falsificados de propriedade que, exatamente por serem falsos, e porque os registros e fiscalização são precários, geralmente não aparecem nas estatísticas oficiais, em que as áreas griladas continuam figurando como terras da União.

Ironicamente, essas “propriedades” serão usadas como garantia para a obtenção de empréstimos e financiamentos junto a bancos, tanto privados como oficiais, e a agências de fomento.

A substituição do gado pela soja ou por outras lavouras extensivas é determinada, mais que por qualquer outro fator, pela demanda por essas commodities e por seus preços relativos nos mercados internacionais, sobre os quais o Brasil não tem qualquer controle: são buyer markets, mercados de compradores. No caso da soja, vale lembrar que há sinergia com a pecuária, já que parte significativa da colheita vai para a produção de farelo empregado em rações animais.

Além disso, o ciclo se expande continuamente. Pois, enquanto a lavoura está entrando numa área, os grileiros e as motosserras estão abrindo novas “frentes de ocupação” em outra, para a qual o gado por sua vez se expandirá ou mesmo deslocará, pois é muito mais fácil deslocar reses do que vegetais.

Se deixada ao sabor do mercado, a floresta de ontem se converte no polo madeireiro de hoje, no pasto de amanhã, na lavoura extensiva de depois de amanhã e, em última instância, em deserto.

O solo característico da Floresta Amazônica, embora rico em elementos não orgânicos como ferro e alumínio, é extremamente pobre em nutrientes, e por si só jamais seria capaz de sustentar florestas. E, no entanto, a floresta está lá. Como? O que sustenta a floresta em pé é a própria floresta.

A decomposição dos detritos vegetais e animais depositados pela própria floresta sobre seu solo forma a “terra preta de índio”, um fino tapete rico em húmus, e são os microorganismos aí presentes que produzem os nutrientes de que as árvores se alimentam.

Quando a cobertura florestal é removida, o ciclo se rompe. Pois a camada de “terra preta” é superficial e, sem a floresta para de um lado renovar os componentes orgânicos e de outro segurá-los, é rapidamente degradada. Até mesmo pela chuva, que nessas condições, sem a floresta para proteger o solo do impacto direto, carrega a terra para as barrancas dos rios acelerando a erosão.

Uma vez derrubada, portanto, a floresta não se recompõe. Disso sabe, ou deveria saber, o deputado Aldo Rebelo. O campo progressista não comporta alianças com forças antagônicas à sua história de combatividade, coerência e superação. Estamos vivendo um debate decisivo para a agenda que a esquerda pretende propor. O fio da navalha onde tudo perde a cor, e dificilmente se refaz, reaparece no cenário político. Como nas florestas degradadas.

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Eduardo Galeano e a questão ambiental

Altamiro Borges: "Eduardo Galeano e a questão ambiental
Por Eduardo Galeano, desde Montevidéu, maio de 2011:

Quatro frases que fazem o nariz do Pinóquio crescer

1- Somos todos culpados pela ruína do planeta.

A saúde do mundo está feito um caco. 'Somos todos responsáveis', clamam as vozes do alarme universal, e a generalização absolve: se somos todos responsáveis, ninguém é. Como coelhos, reproduzem-se os novos tecnocratas do meio ambiente. É a maior taxa de natalidade do mundo: os experts geram experts e mais experts que se ocupam de envolver o tema com o papel celofane da ambiguidade.



Eles fabricam a brumosa linguagem das exortações ao 'sacrifício de todos' nas declarações dos governos e nos solenes acordos internacionais que ninguém cumpre. Estas cataratas de palavras - inundação que ameaça se converter em uma catástrofe ecológica comparável ao buraco na camada de ozônio - não se desencadeiam gratuitamente. A linguagem oficial asfixia a realidade para outorgar impunidade à sociedade de consumo, que é imposta como modelo em nome do desenvolvimento, e às grandes empresas que tiram proveito dele. Mas, as estatísticas confessam.

Os dados ocultos sob o palavreado revelam que 20% da humanidade comete 80% das agressões contra a natureza, crime que os assassinos chamam de suicídio, e é a humanidade inteira que paga as consequências da degradação da terra, da intoxicação do ar, do envenenamento da água, do enlouquecimento do clima e da dilapidação dos recursos naturais não-renováveis. A senhora Harlem Bruntland, que encabeça o governo da Noruega, comprovou recentemente que, se os 7 bilhões de habitantes do planeta consumissem o mesmo que os países desenvolvidos do Ocidente, 'faltariam 10 planetas como o nosso para satisfazerem todas as suas necessidades'. Uma experiência impossível.

Mas, os governantes dos países do Sul que prometem o ingresso no Primeiro Mundo, mágico passaporte que nos fará, a todos, ricos e felizes, não deveriam ser só processados por calote. Não estão só pegando em nosso pé, não: esses governantes estão, além disso, cometendo o delito de apologia do crime. Porque este sistema de vida que se oferece como paraíso, fundado na exploração do próximo e na aniquilação da natureza, é o que está fazendo adoecer nosso corpo, está envenenando nossa alma e está deixando-nos sem mundo.

2- É verde aquilo que se pinta de verde.

Agora, os gigantes da indústria química fazem sua publicidade na cor verde, e o Banco Mundial lava sua imagem, repetindo a palavra ecologia em cada página de seus informes e tingindo de verde seus empréstimos. 'Nas condições de nossos empréstimos há normas ambientais estritas', esclarece o presidente da suprema instituição bancária do mundo. Somos todos ecologistas, até que alguma medida concreta limite a liberdade de contaminação.

Quando se aprovou, no Parlamento do Uruguai, uma tímida lei de defesa do meio-ambiente, as empresas que lançam veneno no ar e poluem as águas sacaram, subitamente, da recém-comprada máscara verde e gritaram sua verdade em termos que poderiam ser resumidos assim: 'os defensores da natureza são advogados da pobreza, dedicados a sabotarem o desenvolvimento econômico e a espantarem o investimento estrangeiro.'

O Banco Mundial, ao contrário, é o principal promotor da riqueza, do desenvolvimento e do investimento estrangeiro. Talvez, por reunir tantas virtudes, o Banco manipulará, junto à ONU, o recém-criado Fundo para o Meio-Ambiente Mundial. Este imposto à má consciência vai dispor de pouco dinheiro, 100 vezes menos do que haviam pedido os ecologistas, para financiar projetos que não destruam a natureza. Intenção inatacável, conclusão inevitável: se esses projetos requerem um fundo especial, o Banco Mundial está admitindo, de fato, que todos os seus demais projetos fazem um fraco favor ao meio-ambiente.

O Banco se chama Mundial, da mesma forma que o Fundo Monetário se chama Internacional, mas estes irmãos gêmeos vivem, cobram e decidem em Washington. Quem paga, manda, e a numerosa tecnocracia jamais cospe no prato em que come. Sendo, como é, o principal credor do chamado Terceiro Mundo, o Banco Mundial governa nossos escravizados países que, a título de serviço da dívida, pagam a seus credores externos 250 mil dólares por minuto, e lhes impõe sua política econômica, em função do dinheiro que concede ou promete.

A divinização do mercado, que compra cada vez menos e paga cada vez pior, permite abarrotar de mágicas bugigangas as grandes cidades do sul do mundo, drogadas pela religião do consumo, enquanto os campos se esgotam, poluem-se as águas que os alimentam, e uma crosta seca cobre os desertos que antes foram bosques.

3- Entre o capital e o trabalho, a ecologia é neutra.

Poder-se-á dizer qualquer coisa de Al Capone, mas ele era um cavalheiro: o bondoso Al sempre enviava flores aos velórios de suas vítimas... As empresas gigantes da indústria química, petroleira e automobilística pagaram boa parte dos gastos da Eco-92: a conferência internacional que se ocupou, no Rio de Janeiro, da agonia do planeta. E essa conferência, chamada de Reunião de Cúpula da Terra, não condenou as transnacionais que produzem contaminação e vivem dela, e nem sequer pronunciou uma palavra contra a ilimitada liberdade de comércio que torna possível a venda de veneno.

No grande baile de máscaras do fim do milênio, até a indústria química se veste de verde. A angústia ecológica perturba o sono dos maiores laboratórios do mundo que, para ajudarem a natureza, estão inventando novos cultivos biotecnológicos. Mas, esses desvelos científicos não se propõem encontrar plantas mais resistentes às pragas sem ajuda química, mas sim buscam novas plantas capazes de resistir aos praguicidas e herbicidas que esses mesmos laboratórios produzem. Das 10 maiores empresas do mundo produtoras de sementes, seis fabricam pesticidas (Sandoz-Ciba-Geigy, Dekalb, Pfizer, Upjohn, Shell, ICI). A indústria química não tem tendências masoquistas.

A recuperação do planeta ou daquilo que nos sobre dele implica na denúncia da impunidade do dinheiro e da liberdade humana. A ecologia neutra, que mais se parece com a jardinagem, torna-se cúmplice da injustiça de um mundo, onde a comida sadia, a água limpa, o ar puro e o silêncio não são direitos de todos, mas sim privilégios dos poucos que podem pagar por eles. Chico Mendes, trabalhador da borracha, tombou assassinado em fins de 1988, na Amazônia brasileira, por acreditar no que acreditava: que a militância ecológica não pode divorciar-se da luta social. Chico acreditava que a floresta amazônica não será salva enquanto não se fizer uma reforma agrária no Brasil.

Cinco anos depois do crime, os bispos brasileiros denunciaram que mais de 100 trabalhadores rurais morrem assassinados, a cada ano, na luta pela terra, e calcularam que quatro milhões de camponeses sem trabalho vão às cidades deixando as plantações do interior. Adaptando as cifras de cada país, a declaração dos bispos retrata toda a América Latina. As grandes cidades latino-americanas, inchadas até arrebentarem pela incessante invasão de exilados do campo, são uma catástrofe ecológica: uma catástrofe que não se pode entender nem alterar dentro dos limites da ecologia, surda ante o clamor social e cega ante o compromisso político.

4- A natureza está fora de nós.

Em seus 10 mandamentos, Deus esqueceu-se de mencionar a natureza. Entre as ordens que nos enviou do Monte Sinai, o Senhor poderia ter acrescentado, por exemplo: 'Honrarás a natureza, da qual tu és parte.' Mas, isso não lhe ocorreu. Há cinco séculos, quando a América foi aprisionada pelo mercado mundial, a civilização invasora confundiu ecologia com idolatria. A comunhão com a natureza era pecado. E merecia castigo.

Segundo as crônicas da Conquista, os índios nômades que usavam cascas para se vestirem jamais esfolavam o tronco inteiro, para não aniquilarem a árvore, e os índios sedentários plantavam cultivos diversos e com períodos de descanso, para não cansarem a terra. A civilização, que vinha impor os devastadores monocultivos de exportação, não podia entender as culturas integradas à natureza, e as confundiu com a vocação demoníaca ou com a ignorância. Para a civilização que diz ser ocidental e cristã, a natureza era uma besta feroz que tinha que ser domada e castigada para que funcionasse como uma máquina, posta a nosso serviço desde sempre e para sempre. A natureza, que era eterna, nos devia escravidão.

Muito recentemente, inteiramo-nos de que a natureza se cansa, como nós, seus filhos, e sabemos que, tal como nós, pode morrer assassinada. Já não se fala de submeter a natureza. Agora, até os seus verdugos dizem que é necessário protegê-la. Mas, num ou noutro caso, natureza submetida e natureza protegida, ela está fora de nós. A civilização, que confunde os relógios com o tempo, o crescimento com o desenvolvimento, e o grandalhão com a grandeza, também confunde a natureza com a paisagem, enquanto o mundo, labirinto sem centro, dedica-se a romper seu próprio céu.

* Eduardo Galeano é escritor e jornalista uruguaio.

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