sábado, 27 de novembro de 2010

A V Plenária Estadual dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará

Piso Salarial é bandeira de luta dos educadores paraenses

A V Plenária Estadual dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará realizada  sábado  dia 20, foi marcada por fortes debates a respeito da conjuntura política educacional e a política sindical no Brasil e no Pará. O encontro que ocorre na sede do Paysandu, em Belém, encerrou no domingo (21) e vai gerar o Plano de Lutas da categoria para 2011.

Educadores prometem lutar para implementar o PCCR no Pará. Educadores prometem lutar para implementar o PCCR e por um piso salarial no Pará.
“Tudo que está sendo discutido é para criar o nosso plano de lutas que norteará os trabalhadores no enfrentamento aos novos governos”, disse Conceição Holanda, coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp). Segundo ela, no Pará já foi aprovado o PCCR – Plano de Cargos, Carreira e Remuneração, e o governo estadual têm até o final deste ano para implantação.

Na visão da direção do sindicato, o fato de ter sido aprovado o PCCR já representa um avanço, mas é preciso efetivar a implementação do plano. “Nosso foco central dentro do PCCR é criar um piso salarial para os educadores, hoje no Pará é usado o salário mínimo como base salarial do servente ao professor doutor na escola”, explicou.

Para a dirigente sindical, o ideal seria a implantação da base salarial para os professores de acordo com o DIEESE, que deixaria o salário base do professor na faixa de R$ 2.077,00. O Sintepp promete lutar para alcança este objetivo, como um dos maiores sindicatos, possui cerca de 26 mil associados que devem buscar a concretização do direito a um salário digno.

No debate da conjuntura política muitas criticas foram feitas ao governo federal, estadual e municipal, porém os participantes eram unânimes em afirma que somente com unidade a classe de educadores em escolas públicas pode avançar na conquista dos seus direitos. “Por uma luta permanente e fortalecimento das bases que iremos crescer. Temos que ser unidos, de oposição a qualquer governo que venha tirar os direitos dos trabalhadores”, destacou a representante da regional sul do Pará, professora Sirlene Costa.

A V Plenária Estadual dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará encerra apresentando um balanço dos debates e o plano de lutas da classe trabalhadora, além de eleger os delegados que irão representar o Pará no congresso da CNTE (Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação) que acontece em Brasília, no mês de janeiro do próximo ano.

Publicado no site Vermelho

Do Blog do Miro:Tucanos te querem fora da internet



Reproduzo artigo de Sônia Correa, publicado no blog Coisas da Soninha:

Hoje quero me dirigir aos meus leitores, com um chamado muito sério e especial. Gostaria de convidá-los a, primeiramente, ficarem muito atentos e, depois, a se somarem na defesa da democracia na internet.

Muita gente não sabe do que estou falando. Vou explicar: Tramita no Congresso Nacional um Projeto de Lei (PL 84/99) do Senador Eduardo Azeredo – da turma tucana do José Serra, que propõe um verdadeiro ataque à democracia na rede, além de transformar a internet num território de rico.

Para que vocês tenham ideia, o PL ficou conhecido como o “AI-5 digital”, em alusão ao Ato Institucional nº 5, do obscuro período da Ditadura Militar, que fechou o Parlamento e acabou com a liberdade de manifestação e expressão, além de ter sido responsável pela maior repressão, torturas e desaparecimentos de lideranças populares.

Eu sei o que você fez no verão passado

O AI-5 digital de Eduardo Azeredo determina que não haja necessidade de mandado judicial para a quebra de sigilo dos internautas, o que afronta a própria Constituição do Brasil que só permite o acesso aos dados de uma pessoa, mediante autorização da justiça

O Senador tucano quer que provedores de serviços de e-mail, blog’s, serviços de busca, etc, guardem toda a navegação de cada usuário, com o IP do computador, a hora e data de acesso, durante três anos. Na prática, isso significa proibir a inclusão digital, pois algumas cidades estão implementando sistemas de redes sem fio, onde permite que várias pessoas se conectem com o mesmo IP.

E quem disse que internet é lugar de pobre?

Por exemplo, tu que és morador do Bairro Restinga, em Porto Alegre, e que já começa a utilizar este tipo de serviço, se o Projeto de Eduardo Azeredo for aprovado, tu não mais poderás usá-lo, a não ser contratando e pagando algum serviço de internet.

Argumento não falta. Azeredo diz que o objetivo é impedir a realização de fraudes pela internet, em especial, no setor bancário. Entretanto, é obrigação dos bancos garantir a segurança dos seus clientes. Para tanto, os banqueiros é que devem ser obrigados a adotar sistemas seguros para suas transações via internet e, se não o fazem é pela ganância de ganhos fáceis, ao invés de investir em tecnologias seguras.

Tucanos agem na calada do Congresso

Em outubro passado, enquanto o Brasil inteiro estava voltado para o segundo turno das eleições, os tucanos se aproveitaram de um Congresso vazio e aprovaram o PL de Eduardo Azeredo em duas comissões.

Nós que somos amantes da democracia precisamos nos mobilizar para impedir a ditadura na rede. Precisamos conversar com cada um dos novos parlamentares e com a nossa presidenta Dilma para impedir este retrocesso.

A Internet que queremos

A Internet é e precisa permanecer sendo um espaço de comunicação democrático, livre e cada vez mais acessível a todo povo brasileiro. Através da internet é possível a criação e ampla disseminação de conteúdos, metodologias científicas, tecnologias, como os softwares livres, sem que tenhamos que pedir aval para quem quer que seja.

Através da rede o acesso a informação se ampliou, contribuindo para a diversidade cultural, para a socialização de aprendizados e cooperação. É um veículo que permitiu que a comunicação deixasse de ser um privilégio de um pequeno grupo para ser propriedade social. Aí está um grande motivo para que os poderosos se voltem contra esta liberdade.

Por isso, te chamo a vir junto, a se manifestar e lutar contra o “AI-5 digital” do Senador Eduardo Azeredo. Pela inclusão digital! Por banda larga para todo povo brasileiro! Pela liberdade na rede! Em defesa da democracia!

O controle do Complexo do Alemão é um exemplo de integração policial

Do Conversa Afiada,  por Paulo Henrique Amorim




A Vila Cruzeiro passará a ser território de cidadãos

Estão na Vila Cruzeiro e na entrada do Alemão, neste momento, carros anfíbios da Marinha, Caveirões da polícia do Rio, Fuzileiros Navais, policiais federais, policiais civis e militares do Rio, soldados do Exército e, imagina-se, um contingente de agentes de inteligência das diversas forças.

A tomada de controle do Complexo do Alemão demonstra muito mais do que a eficácia de uma política centrada na construção de Unidades Policiais Pacificadoras.

O tráfico fugiu das UPPs, reagiu e passou a ser combatido de forma maciça.

O governador Sérgio Cabral e o secretário de Segurança José Maria Beltrame conseguiram, primeiro, integrar as polícias do Rio.

Não é coisa fácil.

O amigo navegante se lembra das cenas de guerra civil em frente ao Palácio do Padim Pade Cerra em que se transformou as divergências entre as polícias Civil e Militar da Chuíça (*).

O segundo trabalho político de Cabral e Beltrame foi criar as condições morais e técnicas para ter direito à participação de contingentes da Marinha e Exército.

O tráfico não vai acabar.

Sempre haverá o consumidor.

Mas, quando os policiais do Rio de Janeiro cruzaram as ruas estreitas da Vila Cruzeiro e, enfim, chegaram ao topo do morro, ficou estabelecido que o cidadão tinha recuperado uma boa parte de seus direitos.

Direito à Educação, à Saúde, ao Comércio e à Paz.

Quando o secretário Beltrame começou a ofensiva para re-instalar o poder do Estado nas favelas do Rio, a classe média, os ricos, e as Organizações (?) Globo ficaram contra.

Com o argumento hipócrita de que haveria sangue e abusos, escondiam um outro temor, mais profundo.

O temor de que as favelas se tornassem bairros em que cidadãos pobres pudessem viver com dignidade.

E o que a classe média, os ricos e as Organizações (?) Globo mais queriam e querem é a Sowetização do Rio e do Brasil.

O que eles querem é o Carlos Lacerda.

Cabral e Beltrame fizeram o funeral do Lacerda no alto da Vila Cruzeiro.

Aleluia !

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

AOS MUNICÍPIOS MARAJOARAS


Solicito que seja repassado aos municípios do MARAJÓ e principalmente aos responsáveis pelas Unidades Hospitalares dos municípios.
Grato!

Paulo Campos
Coordenação do Sistema Estadual de Urgência e Emergência - CSEUE / DT / SESPA

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE PÚBLICA
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
DIRETORIA TÉCNICA
COORDENAÇÃO DO SISTEMA ESTADUAL DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA


PROTOCOLO DE ACIONAMENTO DO SERVIÇO DE RESGATE AEROMÉDICO

ASPECTOS LEGAIS DO SOCORRISMO

• OMISSÃO DE SOCORRO (ART. 135º DO CÓDIGO PENAL.)
Todo cidadão é obrigado a prestar auxílio a quem esteja necessitando, tendo três formas para fazê-lo: atender, auxiliar quem esteja atendendo ou solicitar auxílio.
Exceções da lei (em relação a atender e/ou auxiliar): menores de 16 anos, maiores de 65, gestantes a partir do terceiro mês, deficientes visuais, mentais e físicos (incapacitados).
Telefones de emergência:
CB: 193
SAMU: 192
PM: 190
REGULAÇÃO MÉDICA SESPA (24h) – CONTATO (91) 81153957

“ A principal causa-morte pré-hospitalar é a falta de atendimento. A segunda é o socorro inadequado.”


O ACIONAMENTO
EVENTO E/OU PACIENTE

ACIONAMENTO 190/193

(TRIAGEM MACRO)
COORDENADOR DO CIOP/ CAPITÃO BOMBEIRO

REGULAÇÃO MÉDICA (SESPA) – (91) 81153957

CENTRO DE OPERAÇÕES AÉREAS MÉDICO PLANTONISTA

BRIEFING (REUNIÃO PRÉ-VÔO)

VÔO

A equipe de Regulação Médica é constituída de: Médicos, Enfermeiros e Assistentes Sociais da Coordenação do Sistema Estadual de Urgência e Emergência – CSEUE.

Atribuições da Regulação Médica:
1-Definir se o resgate / remoção do paciente é realmente necessário.
2-Verificar onde o paciente se encontra?
2.1- Qual o Município?
2.2- Se o paciente está no referido município ou povoado, vila ou localidade próxima.
2.3- Se estiver em fazenda, perguntar qual o nome da fazenda e pontos de referência, tais como: rios próximos, antenas, plantações ou animais próximos. Perguntar se existe alguma pessoa conhecida no local ou próximo que possa orientar a equipe.
2.4- Se em hospital, saber qual o nome do hospital e contato telefônico. Orientar quanto ao espaço requerido pela aeronave pousar e perguntar a cerca de possíveis locais de acesso do paciente a aeronave.
3- Falar com o médico ou solicitante da ocorrência.
4-Verificar o poder de resolução do caso no local.
5-Perguntar quanto tempo de doença*.
6-Se pode vir para Belém por outros meios (avião, barco, ambulância).
7-Perguntar se o paciente já foi medicado e qual a resposta após a medicação.
8-Se há risco de morte.
9-Se é perfil para transporte aéreo**.
10-Se tem condições de vôo***.
11-Informar que os pacientes serão transportados sem a presença de acompanhantes a bordo da aeronave, excetuando-se aqueles respaldados por lei (idosos e crianças).
12-Perguntar se já houve cadastro do paciente na central de leitos ou contato prévio com algum hospital que garanta o atendimento do enfermo.
13-Confirmar o leito informado e o atendimento do paciente.
14-Acionar o COA e o médico plantonista.
*Deve-se informar que pacientes com doenças crônicas e sem risco de morte, não serão transportados pelo serviço, mesmo que o mesmo possua leito confirmado em hospital.
**O perfil do paciente para o transporte aéreo por helicóptero resume-se quanto sua capacidade física e risco presumido a aeronave e sua tripulação.
Pacientes que tiverem altura superior a 1,75 metros, grandes obesos e com transtorno mental, agitados e agressivos não serão resgatados.
***Pacientes instáveis hemodinamicamente, com risco iminente de morte, infartados descompensados, aqueles que necessitem de via aérea definitiva e ventilação mecânica por período de tempo superior a 40 minutos durante o transporte, deverão ser considerados “sem condições de transporte”, e, portanto o envio da equipe não será autorizado.

Atribuições do Aeromédico:
1-Ser acionado pelo médico regulador da SESPA ou Piloto de serviço do COA, quando este for em “missão bombeiro”.
2-Verificar a possibilidade de falar com o médico do local do evento ou pessoa que acionou o serviço.
3-Realizar o Check List do material a ser usado na aeronave, verificando a presença ou ausência de medicações e de materiais de consumo, bem como sua validade.
4-Colocar os EPIs (Cadeirinha, mosquetão, corda ou fita, colete salva-vidas).
5-Informar o comandante quando pronto.
6-Ser conhecedor das técnicas de embarque e desembarque da aeronave, bem como o que fazer em caso de pane e pouso forçado
7-Estabilizar o paciente no local do chamado, embarcando o mesmo somente após estável ou quando após uma minuciosa avaliação, constatar que o beneficio do transporte sobrepuja o risco para o enfermo.
8-Preencher o relatório de vôo, em ficha padronizada presente no interior da aeronave.
9-Avisar o médico regulador após chegada e entrega do paciente ao serviço de atendimento móvel (SAMU ou RESGATE BOMBEIRO).

Atribuições do Assistente Social:
1- Realizar atendimento social dos familiares dos usuários do serviço de resgate aeromédico, de segunda a sexta de 8:00 as 16:00h (presencial) e aos sábados e domingos das 7:00 as 19:00 hs, através do fone: (91) 8116-4086;
2- Orientar as Unidades Hospitalares que encaminham os pacientes a cadastrarem os mesmos na Central de Leitos;
3- Contactar a Central de Leitos quando houver a solicitação de transporte, para verificar se o paciente já tem destino definido, quando não se tratar de encaminhamento para Unidades Hospitalares de Porta Aberta - Prontos Socorros;
4- Contactar as Unidades Hospitalares de Urgência e Emergência para verificar se estas possuem condições objetivas de receber o paciente- mesmo sendo de porta aberta;
5- Orientar aos familiares quanto aos procedimentos de alojamento, funeral e traslado de corpo- quando o óbito ocorrer na aeronave.
6- Realizar a sistematização dos dados das ocorrências geradas, através da formulação de planilhas e relatórios para subsidiar as ações de saúde neste segmento.


Atribuições do Tripulante Operacional:
1-Estar pronto quando acionado.
2-Confirmar o material que deverá ir no interior da aeronave, excetuando aqueles que o médico definir que deve permanecer em solo.
3-Avisar o médico quanto a ausência de materiais que constam na lista do CHECK LIST.
4-Colocar EPIs.
5-Segurar o embarque e o desembarque do paciente e acompanhante.
6-Fazer um Briefing com os passageiros sobre os procedimentos padrões de segurança com relação a aeronave e o vôo.
7-Verificar se toda a tripulação e passageiros encontram-se embarcados na aeronave, com cintos afivelados e fones de ouvidos.
8-Fazer a segurança da aeronave, prevenindo danos à mesma.
9-Auxiliar o piloto quanto a presença de aves e obstáculos.
10-Fazer o “apoio de solo”, orientando quanto ao melhor local de pouso, posição do vento e a presença de algum obstáculo que impeça o pouso ou decolagem da aeronave.
11-Auxiliar o médico durante o transporte.
12-Coordenar o serviço de atendimento móvel ao se aproximar da aeronave e retirada do paciente.
13-Acompanhar o paciente até a ambulância, exceto nos casos graves em que a presença do médico for indispensável.
14-Quando em pouso em área restrita deverá ser o primeiro a desembarcar da aeronave para que possa proporcionar a segurança da aeronave e impedir a aproximação de pessoas e animais até que os rotores principal e de Cauda parem de girar.
15-Retornar a base e preparar a aeronave para o próximo vôo.
Todas as informações prestadas ao piloto são realizadas através de frasiologia padrão utilizada no meio aeronáutico.

LISTA DE ABREVIATURAS:
EPIs: Equipamentos de Proteção Individuais
COA: Comando de Operações Aéreas.
CB: Corpo de Bombeiro
CBMPA: Comando de bombeiros Militar do Pará.
PM: Policia Militar.
SAMU: Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Emir Sader : A via Brasileira


A via brasileira

Havia dois horizontes para as elites brasileiras: o Estado de bem estar social europeu ou o dinamismo e a afluência ao consumo dos EUA. O primeiro estava identificado com civilização e com estabilidade. O segundo, com dinamismo e modernização.

O getulismo tinha sido nosso modelo de bem estar social, com o Estado assumindo responsabilidade sobre o desenvolvimento econômico e os direitos dos trabalhadores. Foi sempre repudiado pelas elites que, mesmo beneficiadas pela expansão industrial propiciada pelos governos, manteve sempre repúdio a Getúlio, por não se considerar representada politicamente nele. O modelo de aliança de classes que Getúlio representava, com expansão do mercado interno e base popular de apoio, nunca foi digerido nem sequer pela burguesia industrial.

Mesmo JK - claramente mais moderado no estilo de liderança política -, além da hegemonia econômica que passou a estar em mãos do capital estrangeiro, com a instalação do parque automobilístico, nunca foi de agrado, por exemplo do grande empresariado paulista. (JK ficou em terceiro lugar nas eleições de 1955, atrás de Adhemar de Barros e do candidato udenista, Juarez Távora.)

O governo Jango já se instalou quando o impulso econômico apresentava sinais de esgotamento, com uma grande pugna redistributiva entre trabalhadores e grande empresariado tomando conta do cenário político e refletindo-se em brote inflacionário. A resolução do conflito se deu pela via violenta (“A burguesia prefere um fim com violência do que uma violência sem fim”, dizia Marx no XVIII Brumário.). O modelo instalado cortou bruscamente o processo de distribuição de renda com expansão do mercado internacional, favorecendo a acumulação de capital centrada no consumo da alta esfera do mercado e na exportação. O arrocho salarial e a intervenção em todos os sindicatos produziu uma lua de mel para o grande capital nacional e internacional, que nunca ganhou tanto como na ditadura.

O eixo de referência da elite se unificava em torno do modelo norteamericano de livre comércio, de competição, de crescimento com exclusão social e concentração de renda, de dinamismo do capital internacionalizado. O tema do bem estar social desapareceu, o desenvolvimento foi assimilado à expansão do grande capital internacionalizado, o mercado interno de consumo popular ficou deprimido.

A redemocratização foi atropelada pela crise de 1979/1980, quando a economia deixou de crescer –praticamente pela primeira vez desde 1930 -, e a crise da dívida fez a economia funcionar em função da exportação para arrecadar recursos para pagar a divida – multiplicada pela crise. Desenvolvimento e bem estar social ficaram relegados.

A década neoliberal enterrou de vez o desenvolvimento, promovendo a estabilidade monetária a objetivo central. A democratização não trouxe nem retomada da expansão econômica, nem melhoria social da massa da população. O neoliberalismo institucionalizou essa tendência, na expectativa que o controle da inflação se refletiria nas condições sociais da população. O que foi imediatamente verdade, até que esse impulso se esgotou, a economia, por sua vez, foi jogada na maior recessão dos últimos tempos e a situação social do povo voltou a se degradar fortemente.

A social democracia tinha chegado ao governo na era da sua conversão ao neoliberalismo – a começar pela França e pela Espanha, referencias centrais dos tucanos. Não trouxe o Estado de bem estar social, mas o modelo mais mercantilista que tínhamos conhecido.

Com o governo Lula, a superação da crise foi feita mediante um novo modelo, que foi sendo construído aos poucos. Que incorporou o consenso nacional de controle da inflação, mas não fez dele o centro do modelo, apenas uma de suas dimensões. A especificidade do novo modelo foi a retomada do crescimento econômico estruturalmente articulado com a expansão do mercado interno do consumo de massas, requerendo portanto políticas sociais e papel indutor do crescimento e da garantia dos direitos sociais pelo Estado. O Brasil vai construindo assim seu próprio caminho de desenvolvimento histórico.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Compromissos de Simão Jatene com latifúndio impõem dificuldades à realização da Reforma Agrária no Pará

Por João Márcio
Da Página do MST

Antes de entrar em uma reunião com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na semana passada, em Marabá, o dirigente estadual do MST Alberto da Silva Lima declarou que "temos menos de dois meses para ainda fazer algo, pois os diálogos se cessarão com Jatene”.
Depois da reunião do Incra com acampados da região sul e sudeste do Pará, Lima estava pessimista com o futuro. “A pauta da Reforma Agrária, no cenário político que se desenha a partir de 2011 no Pará, não é das melhores”.
O Incra nacional e a sua subseção de Marabá não cumpriram nenhum dos acordos feitos em agosto com o MST, que se limitavam a vistoriar oito fazendas entre os municípios de Parauapebas e Curionópolis e divulgar se eram terras públicas, improdutivas e se cumprem sua função social.
Não houve avanços, inclusive, em relação à última ocupação do MST, na fazenda Marambaia, que culminou nesse acordo. “Essa fazenda já tinha sido vistoriada há muito tempo e classificada como terra pública e improdutiva, mas não progrediu”, protesta Lima.
O Incra alega que não cumpriu seus compromissos por falta de viaturas e número insuficiente de servidores públicos para fazer a vistoria das fazendas.
Assim, entre os nove acampamentos da região sul e sudeste paraense, apenas dois foram beneficiados com a criação do projeto de assentamento.
Um deles fica na Fazenda Peruana, em Eldorado dos Carajás, controlada pela conhecida família Mutran, desapropriada pelo Instituto de Terras do Pará (Interpa).
O outro acampamento se localiza na Fazenda Nega Madalena, no município de Tucumã.
“Até o fim do ano, sai a desapropriação da área da Nega Madalena para assentar as famílias. Já ganhamos na Justiça o direito pela terra para fins de Reforma Agrária”, assegura a procuradora geral do Incra, Priscila Lima.
Os acampados fizeram pressão para que essa área fosse devolvida ao Incra, já que havia sido sequestrada pela Justiça Federal por ser utilizada pelo tráfico de drogas.
O perigo se aproxima
Lima está preocupado com a demora do Incra. Teme que, com a posse do novo governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), os acampados não terão mais acordos intermediados pelo Interpa, órgão estadual da Reforma Agrária .
Sobretudo, de acordo com o dirigente do MST, os que já ocorrem no complexo de fazendas do Grupo Santa Bárbara, do banqueiro Daniel Dantas, que entrou na Justiça pela reintegração de posse de suas áreas ocupadas pelo MST. Até o momento, não foi atendido pelo governo de Ana Júlia (PT-PA), que termina dia 31 de dezembro.
Doias acampamento de famílias de Sem Terra está ameaçadas, se o acordo proposto pelo Incra não atender ainda este ano as 600 famílias acampadas em duas áreas, nas fazendas de Daniel Dantas.
“O ano que vem é despejo na certa... O próprio Jatene já afirmou”, denuncia Lima.
“Jatene recebeu 1 milhão de reais do grupo Santa Bárbara na última semana das eleições. Sua campanha política foi marcada pela promiscuidade com os fazendeiros e seu governo seguirá o mesmo rumo”, denuncia Raimundo Oliveira, dirigente do PT no Pará.
Oliveira ainda revela um acordo firmado durante a campanha eleitoral no Pará, que envolve o reeleito deputado federal Wander Cock (PSDB-PA) e o Sindicato dos Fazendeiros da região de Parauapebas e Curionópolis.
“Cock acordou um apoio financeiro com o grupo de latifundiários estabelecidos na região e, se fosse reeleito e Jatene vencedor, todas as reintegrações de posse e despejos que estão tramitando na Justiça seriam cumpridos sem acordo com os acampados, diferente do que está sendo estabelecido pela Vara Agrária”.
Tratamento desigual
O dirigente do PT destaca outra problema que a Reforma Agrária vai enfrentar no próximo período: diminuição do crédito rural destinado aos assentamentos do MST. “Será muito concentrado nos negócios das grandes fazendas, até porque é a base do apoio eleitoral do Jatene. Isso deixará parte dos assentamentos ainda padecendo de infraestrutura rural e urbana”.
O povo paraense já sente na mesa da refeição o tratamento desigual dado à agricultura familiar, comparado ao agronegócio e à monocultura das grandes fazendas. “O segundo maior Estado da federação, em extensão de terras, não assegurou ainda sua soberania alimentar. Hoje compra arroz e feijão de Tocantins, Goiás e até São Paulo”, afirma Oliveira.
Segundo ele, embora a agricultura camponesa esteja segundo plano, “é a maior responsável por 70% de alimentos consumidos no país, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento Agrário”.
Grande parte dessa alimentação é produzida nos assentamentos e até acampamentos. É o caso das famílias acampadas na fazenda Maria Bonita, de Dantas, em Eldorado dos Carajás.
“Nós já produzimos, sem subsídio nenhum do Estado, verduras e cereais que abastecem 50% do mercado de Eldorado dos Carajás”, conta Chico Oliveira, coordenador do acampamento.
Já o assentamento Palmares, em Parauapebas, abastece a Feira de Produtores Rurais da cidade. “Somos maioria na maior feira de produtores do município, no entanto, com muito suor nosso, pois maquinário e tecnologia são escassos para nós”, afirma Tito Moura, da coordenação do assentamento.
Para o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Jalcione Pereira de Almeida, as áreas de Reforma Agrária mantém a sua produtividade, embora os assentados tenham dificuldades para acessar o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), a maior linha de crédito do governo federal para a pequena agricultura.
“Muitas vezes, o Pronaf não consegue chegar aos agricultores mais isolados no interior do Brasil, que não têm acesso a telefone ou internet. Temos que pensar políticas baseadas no crédito que possam alavancar a produtividade dessa agricultura familiar e viabilizá-la”, opina.
Para o professor Manoel Baltasar Baptista da Costa, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a agricultura camponesa transcende fatores puramente econômicos e tem de ser preservada nos Estados brasileiro. “Eu acho que não podemos ficar nesse reducionismo do lucro e da escala, mesmo porque essa agricultura do agronegócio está nos levando ao suicídio pelo processo de devastação”, salienta.
Lima acredita, entretanto, que pelos pactos firmados por Jatene com a “casta de latifundiários empresários do Pará, a demanda da Reforma Agrária e dos assentados, com toda a sua importância econômica e cultural na região, ficará de fora se não acentuarmos nossas lutas”.

domingo, 21 de novembro de 2010

Para deleite dos fãs, charge de João Bosco

Do Blog lápis de memória: de olho no milho
Adicionar legenda

Carimbó com rapadura

Para nós paraenses é muito bom ver nossa cultura sendo valorizada e divulgada em outros estados. Os  paraenses é que agradecem aos amigos do projeto Piranha pela divulgação do nosso carimbó.

 

O Carimbó no Ceará

Aos amigos do projeto piranha: Durante alguns dias de Junho deste ano foi gestado um filho que agora começa a dar seus primeiros passos. Alguns amigos se juntaram e resolveram fazer um filme sobre o Carimbó e a guitarrada paraense e sua influência na cultura do Ceará revivendo o seu auge na Fortaleza do começo dos anos oitenta. Surge então Piranha, o carimbó no Ceará. Documentário contando a história desta incrível viagem musical, do Igarapé-mirí e da ilha de Marajó às terras alencarinas, contada por seus protagonistas.
O que estou enviando a todos é o link para clip promocional editado pelo nosso diretor Tibico Brasil que mostra um pouco das duas viagens que fizemos ao Pará e dos depoimentos que colhemos. A emoção foi forte e o vídeo mostra um pouco do que foram esses dias. Acredito que vocês irão gostar. Especialmente aqueles que viveram a Fortaleza daquela época.
Entramos agora numa nova fase do documentário que é a produção de um show que trará de volta ao Ceará, os grandes mestres do carimbó e da guitarrrada, juntos em um mesmo palco, cantando seus clássicos com participação especial do músico Manu Chao, provavelmente na primeira quinzena de dezembro. Para isso estamos buscando parceiros para realizar e documentar esse momento histórico, apoteose da Piranha. Contamos com a ajuda de todos para a indicação de eventuais
apoiadores. Muito obrigado a todos os que trabalharam, incentivaram e de alguma forma contribuíram com esse projeto.
http://www.youtube.com/user/tibico
Agora o vírus da Piranha já está sendo disseminado.Assistam, Divulguem, Espalhem.Abraços a todos. Sérgio


Leia mais no Blog da Dilma: BLOG DA DILMA 13: O Carimbó no Ceará