sábado, 10 de setembro de 2011

IBGE faz projeção de novo recorde para safra 2011

BRASIL! BRASIL!: “A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve atingir 159 milhões de toneladas. O resultado da oitava estimativa, divulgada hoje (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), supera em 6,3% a safra recorde de 2010, que totalizou 149,6 milhões de toneladas. Além disso, é 0,1% maior do que a prevista em julho.

De acordo com dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, a área a ser colhida em 2011, de 48,8 milhões de hectares, apresenta acréscimo de 4,9% em relação à de 2010. As três principais culturas, que somadas representam 90,6% da produção, devem registrar aumentos na área colhida. No caso do arroz, o acréscimo é 1,6%; para o milho, o IBGE estima 4% de elevação; e para a soja, 3,3%.

No que se refere à produção, o arroz e a soja mostram acréscimos de 18,9% e 9,3%, enquanto o milho, redução de 0,7%.
Entre as regiões, a Sul lidera o volume de produção, com 66,3 milhões de toneladas. Em seguida, aparecem a Centro-Oeste, com 55,8 milhões de toneladas; a Sudeste, com 17,2 milhões de toneladas; a Nordeste, com 15,3 milhões de toneladas; e a Norte, com 4,4 milhões de toneladas. Na comparação com 2010, há incremento em todas as regiões: Norte (9,2%), Nordeste (30,1%), Sudeste (1,0%), Sul (3,3%) e Centro-Oeste (6,2%).

O estado de Mato Grosso ocupa a liderança na produção nacional de grãos, com uma participação de 19,6%. Com esse resultado, o estado supera o Paraná (19,4%), que apresentou prejuízos nas culturas do feijão segunda e terceira safras, de aveia, trigo e, principalmente, do milho segunda safra. As perdas, tanto em relação à quantidade de grãos quanto à qualidade dos produtos, ocorreram em função da estiagem em maio, geada em junho e excesso de chuva em julho deste ano.

Entre os 25 produtos selecionados, 14 apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior, com destaque para algodão herbáceo em caroço (73,8%), amendoim em casca primeira safra (25,9%), arroz em casca (18,9%) e batata-inglesa primeira safra (13,5%).”

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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Pesquisa mostra que brasileiros usam a internet para se informar sobre política

Jornal Correio do Brasil: internet

A internet já faz a diferença nas eleições

Pesquisa do Instituto Ibope, divulgada nesta quinta-feira, mostra que a internet se transforma, rapidamente, no maior veículo de comunicação do país, depois da TV, na área política. Em 2000 eram 4,9 milhões os internautas no Brasil. Em 2010 foram 34,8 milhões. Em 2000 em média os internautas acessavam sete horas por mês. Em 2010, em média, foram 32 horas por mês. Em 2010, 31% dos domicílios que tinham acesso à internet: 36% no Sudeste e 11% no Nordeste, sendo 90% na classe A, 24% na C e 3% na D/E.

Vinte e cinco por cento dos brasileiros acima de 10 anos acessam a internet todos os dias. Destes, 38% para se comunicar. 32% enviam\recebem e-mails. 30% mandam\recebem mensagens instantâneas. Já 28% participam de redes sociais e 18% leem jornais e revistas, enquanto 11% buscam informações sobre governo e 6% interagem com governo. Até agora, 6% usam Twitter e 3% têm blogs (respostas múltiplas). Dos internautas 86% acessam redes sociais (ou seja, 20% dos brasileiros de mais de 10 anos).

Nas eleições de 2010, a TV foi a principal fonte de informação para 72% dos eleitores. Internet vem em segundo com 12% (sendo 33% entre quem tem nível superior, 29% com renda acima de 5 salários mínimos, e 21% entre 16 e 24 anos). Depois vem o rádio com 4%, jornais 3%, conversas com amigos 2%. São 28% (em 2009 eram 24%), os que acessam a internet diariamente, sendo 32% entre 16 e 24 anos, 47% os de nível superior e 66% em cidades com mais de 100 mil habitantes.

Entre os internautas a disputa entre Dilma, Serra e Marina foi mais acirrada durante a campanha sendo que em grande parte do segundo turno, Serra esteve na frente, e Dilma recuperou no final, quando a diferença foi a mesma do total. Nas buscas pelo Google, durante a campanha eleitoral, o nome de Dilma era mais associado a temas polêmicos ou negativos que Serra (em segundo), e Marina (em terceiro com mínimas citações negativas). A ascensão de Marina, na parte final da eleição, se deveu exclusivamente ao voto evangélico. Entre os evangélicos Marina empatou com Serra.



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Ninguém chuta cachorro morto

Blog da Cidadania: Deveria ficar surpreso, mas não fiquei. Eclodiu uma reação virulenta nas redes sociais Twitter e Facebook às críticas que este blog está fazendo à marcha dos cansados do 7 de setembro. Pessoas que se dizem integrantes do movimento que saiu às ruas dizendo protestar “contra a corrupção” estão invadindo meus perfis nessas redes usando insultos e outras táticas de trolls.

Na página que este blog criou no Facebook para receber confirmações de presença para o Ato Contra a Corrupção da Mídia Golpista pessoas que se dizem do tal movimento “contra a corrupção” começaram a postar reiteradas mensagens ofensivas e a apagarem os comentários dos que querem ir se manifestar – qualquer pessoa pode fazer isso no FB porque a página do ato é pública.

No Twitter, também pelo menos umas vinte pessoas – que também pode ser uma só, porque são sempre perfis novos com pouquíssimos seguidores – já vão pelo caminho do insulto. Como são sempre perfis com poucos seguidores, às vezes zero, vê-se que pode até ser uma pessoa ou um pequeno grupo criando perfis para incomodar. Você bloqueia e criam outro.

Aqui neste blog, também fizeram ameaça. Veja:

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Enviado em 09/09/2011 às 0:38

Nome informado: Kurt

email informado: whatis-theplan.org
anonymous-.kurt@live.com

IP: 201.83.46.96

Eu estava lá. Ajudando a organizar.

Leia e informe-se antes de falar o que não sabe

As máscaras usadas para fazer o protesto foi a máscara do Guy Fawkes

Do filme V de vingança e foi adotada pelo ideal Anonymous.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anonymous

Somos uma legião.

Não perdoamos.

Não esquecemos.

Esperem por nós.

http://whatis-theplan.org

Não nos provoquem.

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Esses são os métodos dessa gente que não foi incomodada por ninguém enquanto preparava seu teatro a ser apresentado no 7 de setembro.

Mas é só pressão. Estou acostumado. Quando o Movimento dos Sem Mídia promoveu o ato contra a Ditabranda da Folha de São Paulo, que congregou cerca de 500 pessoas diante do jornal para protestar contra a sua teoria de que a ditadura militar teria sido “branda”, até ameaças por telefone eu recebi.

Confesso, porém, que nunca vi tanta reação a um protesto contra a mídia. Por que cidadãos comuns se dispõem a tal atitude em defesa de impérios de comunicação? Acham a mídia perfeita, acima de críticas e queixas? Esses são os que marcharam contra a corrupção?

O fato é um só: ninguém chuta cachorro morto. E quanto mais chutam, mais vontade tenho de reagir, de lutar, de falar, porque esse tipo de gente não quer que quem pensa diferente fale. Saem às ruas para protestar e dizer o que querem, mas não querem que quem discorda faça o mesmo.

O Brasil está em um rumo político preocupante. Como em 1964, o moralismo de alguns que se propõem a se tornar acusadores públicos mostra viés político de intimidação e censura. A mídia que serviu de garota-propaganda das tais marchas “contra a corrupção”, informando até “como participar” etc. , está por trás disso. É o que se supõe se o ato que incomoda esses bandidos é contra a mídia.

Eu não desisto. Nunca desisti. Assinei a representação do Movimento dos Sem Mídia ao MPF denunciando alarmismo criminoso da mídia no caso da febre amarela, em 2008, que teve como saldo a morte de mais de uma dezena de pessoas por reação adversa à vacina. Assinei a representação ao MPE contra o Ibope, o Datafolha, o Sensus e o Vox Populi, no ano passado, pedindo investigação da Polícia Federal sobre possível fraude dos institutos, e a investigação foi aberta. Manifestações, o MSM convocou várias, sendo a mais conhecida a da Ditabranda da Folha.

Essas foram apenas algumas das medidas do MSM, de seus membros e deste blogueiro. E outras virão sempre que se entender que são necessárias.

Este Blog, seus leitores, os membros do MSM e a própria ONG estão incomodando? Ótimo. Cada ataque, cada insulto é uma medalha em nosso peito. Cada ato baixo, covarde, de gente que se esconde, que age mascarada, é uma condecoração para aqueles que se apresentam de peito aberto em defesa do que acreditam.

Ninguém chuta cachorro morto. O que se faz a partir deste blog e das redes sociais é para incomodar mesmo. Só assim, um dia, teremos um país em que os meios de comunicação servirão à sociedade em vez de servirem-se dela.

Não tenho medo. Não tenha medo você também. O medo é uma prisão. Este país teve medo, esteve aprisionado por vinte anos por ação dessas famílias midiáticas “éticas” que agora querem comandar exércitos de reacionários nas ruas do país – e na internet – para favorecerem os políticos que querem colocar no poder por razões mais do que óbvias.

Se você está entre aqueles que concorda com as premissas deste post, não pense duas vezes. Vá ao Masp às 14 horas do próximo dia 17 se manifestar contra uma corrupção da mídia que ainda carece de mais detalhes que posso garantir que serão dados até o dia da manifestação. Vá sem medo, pois. O Brasil precisa de coragem.

Acredito em você.

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Para aderir ao evento no Facebook, clique aqui

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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Que tal a marcha contra escravocratas?

Altamiro Borges:
Que tal a marcha contra escravocratas?
Por Altamiro Borges

Neste 7 de setembro, Dia da Independência, a Juventude do PSDB, os chefões demotucanos e alguns “calunistas” da mídia deram apoio às chamadas “marchas contra a corrupção”. O motivo é nobre e seduziu algumas pessoas contrárias aos “malfeitos” com o dinheiro público. Já os animadores dos protestos não são tão nobres assim. Muitos deles são mais sujos do que pau de galinheiro.

Mas já que decidiram deixar suas mansões e ir às ruas para protestar, aproveito para fazer uma sugestão. Por que não convocam também atos contra as empresas corruptoras ou contra os empresários que sonegam impostos e desviam grana para os paraísos fiscais? Já que estão tão indignados, por que não protestam contra os escravocratas, que crescem como praga no país?

A “lista suja” da escravidão

No final de julho, o Ministério do Trabalho divulgou o seu Cadastro dos Empregadores. Ele mostra que o uso do trabalho escravo tem crescido no país. A “lista suja” do governo traz 251 nomes de empresários do campo e das cidades – o maior número desde a criação da lista, em 2004. Em julho do ano passado, ela continha 151. Em cerco de um ano, o salto dos criminosos foi de 65%.

Segundo o ministério, esse aumento decorre do aperto na fiscalização. Ela hoje seria mais eficiente, como comprovou o recente escândalo do uso de trabalho escravo nas oficinas subcontratadas pela multinacional espanhola Zara. Será que o correspondente do El País, Juan Arias, que adora falar besteiras sobre o Brasil, toparia participar de uma “marcha contra os escravocratas”?

Cadê os indignados demotucanos?

A “lista suja” também confirma que a maioria dos escravocratas explora na zona rural – são os velhos latifundiários, alguns deles travestidos de modernos barões do agronegócio. Dos 251 criminosos listados, 183 infrações foram cometidas no campo. O total de trabalhadores resgatados nestes locais foi de 7.963. O Pará é o estado que concentra o maior número de escravocratas (62).

Será que o senador tucano Álvaro Dias, muito ligado aos ruralistas, toparia convocar uma marcha contra o trabalho escravo? Pelo twitter, ele foi um dos entusiastas dos protestos de ontem. O “indignado” demo ACM Neto também poderia ser acionado. Alguns tucaninhos, filhinhos de papai de ruralistas, poderiam até usar seus carrões para agitar a “marcha contra os escravocratas”.

Desarquivar a PEC do trabalho escravo

Esta marcha não teria somente um caráter de denúncia, não seria apenas um oba-oba oposicionista. Ela serviria para pressionar os deputados a desarquivarem a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) contra o trabalho escravo. Até hoje o DEM e o PSDB, além dos ruralistas de outros partidos, bloqueiam a tramitação deste projeto civilizatório. Será que rola dinheiro dos escravocratas?

Ela também poderia exigir maior fiscalização do Estado. Afinal, os escravocratas são notórios corruptores. Eles corrompem fiscais, juízes, policiais e... parlamentares. A bancada ruralista no Congresso Nacional é expressiva e atuante. Para peitar os escravocratas corruptores é urgente aumentar a fiscalização e endurecer as punições. Quem topa a marcha contra os escravocratas?

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Liberdade é pensar por sí mesmo

Liberdade é pensar por si mesmo


Toda hora a gente ouve os economistas e os comentaristas falarem dos “fundamentos da economia”. E da velha regra de que quando a demanda cai, a produção cai e os preços, idem.
Lógico, isso reduziria a inflação, não é?
A obviedade, porém, não resiste à prova dos fatos.
Quem tem mais de 40 anos e viu, já adulto, a espiral inflacionária, sabe que o poder de compra do povo brasileiro caía, caía e os preços, ao contrário, subiam, subiam.
Mesmo depois do Plano Real, o combate à inflação sempre foi o argumento usado para proteger a mais vergonhosa espoliação do nosso país.
Em nome dele, endividou-se o nosso país a níveis inacreditáveis. Desde lá, até 2001, nosso endividamento passou de 15 para 55% de toda a riqueza produzida no país. E pagamos, neste período, mais de 200% de juros reais, líquidos, descontada a inflação.
Isso não é aplicação financeira, é prática de agiotagem.
Há mais de 40 anos praticamos uma política que, quando consegue – e foram raras as vezes em que conseguiu – dar algum impulso à economia, o fez à custa da renda do trabalho e do desenvolvimento soberano do país.
Faz pouco tempo que isso mudou. E olha que nem mudou tanto.
Na segunda metade de seu primeiro mandato, iniciado com um país combalido, o Governo Lula passou a ensaiar um caminho diferente, que se consolidou e afirmou como rumo permanente no seu segundo mandato, notadamente a partir da crise de 2008.
Conservamos o regime de metas de inflação – um mandamento divino, na visão de nossos conservadores – mas colocamos ao lado deles metas – embora menos formais – de crescimento do emprego, do salário-mínimo e da economia como um todo.
O dia da independência deve nos trazer à mente uma reflexão serena, mas corajosa.
Algo só perde valor quando este valor se transfere para outro lugar, porque valores materiais não se evaporam.
A grande perda da economia brasileira não é a inflacionária, embora a inflação não deva ser tolerada tanto por seu poder corrosivo sobre a renda do trabalho quanto pela perda de referências que isso traz.
A grande perda do Brasil é exaurir suas riquezas, as da natureza e do trabalho humano, alienando-as da sociedade e retirando-as da circulação interna em que teriam um efeito multiplicador.
Agora, que o destino nos aquinhoou com uma imensa massa de petróleo, que representa uma possibilidade de recuperarmos uma parte, apenas uma parte, de tudo o que já se levou deste país, agridem e sabotam nossa maior e mais lucrativa empresa.
A política de defesa do poder de compra e das riquezas nacionais  é atacada como quando, ao atirar em seu próprio peito, Vargas  acusou:
“Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente”.
Os tempos, nestes quase 60 anos mudaram. A equação, não.
Os países podem emergir sem rupturas. A China recompôs os laços com o mundo que a revolução havia rompido. A Índia  jamais rompeu abruptamente suas relações, embora sejam dolorosas as marcas de seu passado colonial.
Mas jamais poderão emergir pensando pela mente alheia.
Como um ser humano, um país precisa amar e respeitar a sim mesmo, encontrar sua identidade,  aprender a conviver com os demais em harmonia fraterna, mas jamais injusta.
Um pequeno gesto, mínimo mesmo, em defesa de nós mesmos, como foi a redução de meio – apenas meio por cento! – por cento nos juros que pagamos, os mais altos do planeta, despertou uma fúria insana contra uma política econômica que, no essencial, tem seguido as regras da “cartilha”, produzindo superávits e apenas cortando com prudência os exageros da especulação.
Temos uma elite feroz, que infelizmente conseguiu espalhar sua ideologia aos setores da inteligência brasileira que, em troca de ser cosmopolita de segunda ou terceira categoria, deixou de nos ver como um só país, uma só nação, um só povo.
O dia da pátria nos traga, em lugar de um nacionalismo formal e vazio, a ideia de que essa mãe deve ser gentil a todos os brasileiros.
E  que acreditemos que esse país, enorme e rico como é, tem não arenas o direito, mas o dever de trilhar um caminho próprio. Um caminho onde seu povo não seja mais excluído.
O seu caminho inevitável, como a nossa história está desenhando.

Por: Fernando Brito

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Brasileiros estão otimistas sobre capacidade para pagar suas dívidas, aponta pesquisa do Ipea

 Agencia Brasil:
Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Os brasileiros estão otimistas quanto a sua capacidade de pagar dívidas. Segundo o Índice de Expectativas das Famílias (IEF), divulgado mensalmente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 47,6% das famílias analisadas admitiram ter dívidas, mas mais da metade delas (60,7%) disseram que terão condições de pagá-las, seja parcialmente (46,6% do total) seja completamente(14,1%). Do total de famílias entrevistadas (3.810 domicílios), 52,2% disseram não ter dívidas e 9,7% consideram-se muito endividadas.

Para Marcio Pochmann, presidente do Ipea, esse otimismo indica que o brasileiro aprendeu a lidar com os juros. “Houve um aprendizado do conjunto das famílias com relação à trajetória recente de elevação das taxas de juros. O fato de termos um crédito sendo difundido em maior dimensão no Brasil, vem permitindo que as famílias passem por um processo de aprendizagem em usar o crédito e o utilizam mais à medida que a taxa de juros é menor e o utilizam menos à medida que a taxa de juros é maior”, disse.

Apesar desse aprendizado em lidar com a dívida, destacado por Pochmann, quatro em cada dez famílias analisadas pela pesquisa disseram que não terão condições de honrar seus compromissos. Na avaliação do presidente do Ipea, esse número não representa um risco para a economia do país.

“Isso não é uma bolha, como ocorreu em outros países, porque o Brasil vem expandindo os empregos, a taxa de desemprego vem caindo e os salários vêm conseguindo subir acima da inflação: então, as condições gerais do país são satisfatórias a tal ponto de evitar que tenhamos uma bolha. No entanto, em alguns segmentos ou setores de atividades econômicas poderá ter algum tipo de problema relativo às dificuldades das famílias pagarem suas dívidas”, declarou.

O índice que foi divulgado hoje (6) pelo Ipea também apontou que a população brasileira continua otimista com o comportamento socieconômico do país. Em agosto, o índice apurado foi 65,2 pontos, valor superior ao que foi registrado em julho (63,5 pontos). Os mais otimistas com relação à situação econômica brasileira são os que têm mais renda e mais instrução, principalmente os que recebem entre quatro e cinco salários mínimos e têm ensino superior incompleto.

“O que temos percebido ao longo das pesquisas é que à medida que se eleva o grau de escolaridade, maior é a possibilidade de ascensão ocupacional, e isso termina impactando na percepção das famílias sobre sua situação financeira e até mesmo sobre o país. Infelizmente, as pessoas com menor escolaridade terminam não observando, no horizonte, a possibilidade de ascensão, tendo em vista a situação de dificuldade em que se encontram”, disse. Ainda com base na pesquisa, Pochmann declarou que a crise internacional ainda não contaminou o Brasil e não fez efeitos sobre a percepção da população a respeito da economia brasileira.



Edição: Aécio Amado

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Regulação da mídia passará antes por consulta pública, diz ministro Paulo Bernardo

Jornal Correio do Brasil: Regulação da mídia passará antes por consulta pública, diz ministro

6/9/2011 13:54, Por Redação, com André Barrocal, Carta Maior - de Brasília
Bernardo

Paulo Bernardo é o atual ministro das Comunicações

A proposta de um novo regulatório para rádios e TVs vai passar por consulta pública, antes de ser concluída e submetida à presidenta Dilma Rousseff. A informação é do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Ele participou do IV Congresso do PT, no qual o plenário concordou que “é urgente abrir o debate no Congresso Nacional sobre o marco regulador da comunicação social”. Bernardo é filiado ao PT.

Segundo fontes do governo, a consulta pública deverá ter como ponto de partida conceitos genéricos, e não textos com redação de lei. Por ora, não há previsão de quando a consulta começará. É provável que seja ainda este ano.

O ministério das Comunicações recebeu em janeiro proposta de novo marco regulatório elaborada – mas não fechada – no ano passado pelo ex-ministro Franklin Martins. O texto atualizava o Código Brasileiro de Telecomunicações, que é de 1962.

A principal razão de ainda não estar pronto nem ter ido à consulta pública, de acordo com relatos feitos à reportagem, é que o governo decidiu incluir, no mesmo projeto, uma proposta de atualização da Lei Geral de Telecomunicações (LGT), que é de 1997. O trabalho de Franklin Martins não mexia na LGT, uma lei extensa, de 216 artigos.

Segundo relatos feitos à reportagem, o governo considera estrategicamente importante juntar o debate de um novo marco regulatório da radiodifusão com a revisão da LGT. Seria uma forma de contar com um aliado de peso (as teles) para tentar fazer o projeto avançar no Congresso.

A avaliação é que as empresas de radiodifusão são contra um novo marco regulatório e vão pressionar os parlamentares para que não votem. Ao modernizar a LGT, o governo poderia atender pleitos das teles. Assim, induziria as operadoras a fazer, no Congresso, lobby no sentido oposto ao da radiodifusão. O primeiro setor fatura quase dez vezes mais do que o segundo e, com poder econômico, poderia se contrapor à força política de rádios e TVs.

No dia 31 de agosto, Bernardo participou de audiência pública no Senado e, ao falar sobre o controle de rádio e TV por políticos, mostrou que não ignora a atuação dos grupos de mídia como agentes políticos.

– É uma área empresarial que influencia a opinião pública, essa que é a verdade. Nós nunca vamos ter meios de comunicação absolutamente neutros. Isso não existe, nós teríamos que ser muito ingênuos para achar isso – afirmou.

Documento petista

A proibição de político controlar rádio ou TV é uma das teses defendidas pelo PT em documento específico sobre comunicação social aprovado no Congresso do partido. Bernardo disse que é a favor da proibição, para que não haja “desequilíbrio democrático”.

A “democratização da comunicação” é o conceito geral usado no documento petista em defesa de uma série de propostas. A carta cobra, por exemplo, que o Congresso e o marco regulatório possam “impedir a existência de oligopólios” nos meios de comunicação. Na prática, isso significa criar condições para que novas empresas entrem e sobrevivam no setor.

O veto a oligopólios nos meios de comunicação está previsto no artigo 220 da Constituição. Mas nunca foi regulamentado – não há uma lei que defina oligopólio nem o que deve ser feito, caso algum seja identificado.

O PT acha que deve se vetar a propriedade cruzada dos meios de comunicação, ou seja, impedir que um mesmo grupo tenha mais um de tipo de mídia (jornal, rádio, TV). Essa proibição existe em outros países, como os Estados Unidos.

Os petistas também cobram a regulamentação do artigo 221 da Constituição, que lista os princípios que a programação de rádio e TV deve seguir. O dispositivo impõe cotas de regionalização da produção cultural, artística e jornalística, mas a definição do tamanho das cotas também depende de lei.

Recentemente, o governo teve uma espécie de experiência piloto sobre a dificuldades de debater cotas de programação. Isso aconteceu na votação, pelo Congresso, de projeto que muda a regulamentação do mercado de TV por assinatura e, entre outras coisas, abre o setor à participação de operadoras de telefonia.

O projeto estebelece cotas de conteúdo regional e nacional para os canais. As empresas brasileiras que operam TV a cabo fizeram lobby contra o projeto no Congresso e agora pressionam o governo para que vete o dispositivo, quando a presidenta Dilma Rousseff for sancionar a lei.

O documento defende ainda mais investimento em duas empresas públicas, a Empresa Brasil e Comunicação (EBC) e a Telebrás, a criação de conselhos de comunicação social em todos os estados (só existe um em nível federal) e a realização da segunda Conferência Nacional de Comunicação.

A primeira Conferência aconteceu em dezembro de 2009 e deu início do projeto de novo marco regulatório da mídia que hoje está em debate no governo. A maioria das empresas de radiodifusão boicotou o encontro.

PSDB: “censura”

Em documento oficial divulgado nesta segunda-feira, o PSDB, por meio do Instituto Teotônio Vilela (ITV), responsável pela formulação de críticas ao governo de rumos para os tucanos, criticou as teses petistas. “O PT tem horror à crítica flerta com a censura”, diz o texto intitulado Guerreiros da censura.



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