sábado, 17 de setembro de 2011

Como aconteceu a ocupação da Amazônia


Trabalhadores partem para a Amazônia no início do século 20 (Acervo Jean Pierre Chabloz)
Borracha, madeira, soja, minério, pecuária - ou simplesmente o sonho de ter um pedaço de terra. Foram muitos os motivos que, historicamente, levaram brasileiros de todas as regiões à Amazônia.


Há sinais desse movimento desde a época do descobrimento, mas foi no governo de Getúlio Vargas (1930-1945) que a colonização da floresta passou a ser vista como estratégica para os interesses nacionais. Era a época da Marcha para o Oeste.
Foram anos de incentivos governamentais à exploração da floresta. Estradas foram abertas para facilitar o desenvolvimento da região. Durante a ditadura militar, a política para a Amazônia ficou conhecida pelo lema "Integrar para não Entregar".
Junto com a ocupação e o desenvolvimento da região veio também a destruição do bioma. Estima-se que, na década de 1970, as derrubadas tenham atingido 14 milhões de hectares, número que deve chegar a 70 milhões de hectares nos dias atuais.
Saiba quais foram os principais momentos dessa história:

Os primórdios: Os portugueses descobrem a Amazônia

Durante muitos anos, grande parte do que se conhece hoje pela Amazônia pertencia aos espanhóis - graças ao Tratado de Tordesilhas, assinado com Portugal em 1494. Mas as primeiras expedições à região foram acontecer apenas anos depois, a partir de 1540.
Apesar de a maior parte da terra estar sob domínio dos espanhóis, foram os portugueses que mais se interessaram sobre aquela área: era preciso protegê-la da invasão de outros países, como Inglaterra, França e Holanda.
Em 1637, Portugal encomenda a primeira grande expedição à região, com cerca de 2 mil pessoas. A exploração de frutos como o cacau e a castanha ganham uma forte conotação comercial.
A partir do século 18, a agricultura e a pecuária passam a ter papel fundamental na região. Como a mão-de-obra indígena já não era mais suficiente, os negros africanos também chegam à região como escravos.
Em 1750, com o Tratado de Madri, Portugal passa a ter direito sobre as terras ocupadas na região Norte do país. É o início do estabelecimento da fronteira brasileira na região amazônica, que culmina finalmente no século 20 com a anexação do Estado do Acre.

Fim do século 19: Surge o ouro negro

Outro grande marco na história da ocupação da Amazônia foi a Revolução Industrial. Com suas fábricas operando a todo vapor, a Inglaterra encontrou na floresta brasileira uma importante matéria-prima: a borracha, também chamada na época de "ouro negro".
Recrutamento de trabalhadores para a Amazônia (Acervo Jean Pierre Chabloz)
Imigrantes eram recrutados para trabalhar nos seringais da região
Incentivados pelo governo, milhares de brasileiros e estrangeiros decidem migrar para a região. Estima-se que, entre 1870 e 1900, 300 mil nordestinos tenham migrado para região.
Os imigrantes eram recrutados para trabalhar nos seringais, mas não tinham direito às terras. Os seringais eram administrados por famílias tradicionais locais, que lidavam diretamente com as exportadoras inglesas instaladas na região.
A exportação da borracha gera riquezas nunca antes vistas na região, o que permite construir as primeiras grandes obras, como o Teatro da Paz (Belém, 1878) e o Teatro Amazonas (Manaus, 1898). Estradas de ferro, como a Madeira-Mamoré, também são erguidas.
O primeiro boom da borracha dura pouco. Já em 1900, o produto começa a ser fortemente explorado na Ásia, interrompendo a primazia brasileira nesse mercado. A região amazônica entra em decadência.

Uma segunda chance à borracha brasileira

Na década de 1940, a borracha brasileira encontra uma segunda chance: com a Segunda Guerra Mundial, os aliados perdem acesso ao produto asiático, colocando o Brasil novamente na rota do comércio mundial.
Propaganda para atrair trabalhadores para a Amazônia (Acervo Jean Pierre Chabloz)
Governo lançou campanha para atrair trabalhadores para a Amazônia
País em plena expansão, os Estados Unidos tinham especial interesse na borracha brasileira. Ciente disso, o governo brasileiro firma um acordo com os americanos: eles investem no Brasil e o governo brasileiro se encarrega de arregimentar nova mão-de-obra para os seringais da Amazônia.
O então presidente Getúlio Vargas (1930-1945) defende a "Marcha para o Oeste". De acordo com a historiadora Maria Liege Freitas, da Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, Getúlio é o primeiro presidente brasileiro a ver na Amazônia uma "importância estratégica".
"Getúlio tinha uma preocupação geopolítica e via na floresta um peso importante, sobretudo em função das fronteiras", diz a historiadora.
O esforço de seu governo para atrair trabalhadores à floresta surte efeitos. Nas principais capitais do país, especialmente no Nordeste, são instalados postos de recrutamento. O suíço Jean-Pierre Chabloz é contratado para criar uma campanha chamando os brasileiros à Amazônia, que passa a ser conhecida como o "Novo Eldorado".
Mais uma vez, o ciclo de riqueza dura pouco. Terminada a guerra, os Estados Unidos suspendem os investimentos, e a Amazônia volta a sofrer com a decadência econômica.

Anos 1960: "Integrar para não Entregar"

O início da ditadura (1964) também deixa suas marcas na ocupação da Amazônia. Dentro de um discurso nacionalista, os militares pregam a unificação do país. Além disso, é preciso proteger a floresta contra a "internacionalização". Em 1966, o presidente Castelo Branco fala em "Integrar para não Entregar".
Castelo Branco
Castelo Branco lançou o lema "Integrar para não Entregar"
Também nessa época começam as grandes obras rodoviárias em direção à Amazônia. A Transamazônica é inaugurada em 1972 e, dois anos depois, fica pronta a Belém-Brasília.
Por meio da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), o governo oferece uma série de incentivos aos interessados em produzir na região. Mas segundo o historiador Alfredo Homma, "os subsídios são direcionados aos mais favorecidos".
Apesar da onda migratória, praticamente todas as terras ainda pertenciam oficialmente à União e aos Estados.

Anos 1970: O perigo do desmatamento

Após anos de incentivos à produção e à ocupação da Amazônia, os sinais de destruição ficam mais claros. Em 1978, a área desmatada chega a 14 milhões de hectares.
Longe dali, uma descoberta iria influenciar o futuro da Amazônia: em 1974, Frank Rowland e Mario Molina provam que substâncias utilizadas em aerossóis e sistemas de refrigeração destroem a camada de ozônio.
Foto de arquivo
Área desmatada na Amazônia chegou a 14 milhões de hectares em 1978
O assunto ganha repercussão internacional e os desmatamentos nas florestas também passam a ser questionados.
Até então, a discussão ambiental era vista como uma questão "burocrática" ou como de "intimidação por parte daqueles que se sentiam prejudicados", diz Homma.
Um novo fenômeno mexe com a vida das pessoas: a venda e a disputa por terras. Torna-se cada vez mais comum o comércio de terras, muitas vezes sem controle ou documentação. Era comum os lotes serem cercados sem o devido controle do governo.
Em 1976, o governo faz a primeira regularização de terras na Amazônia. Uma Medida Provisória permitiu a regularização de propriedades de até 60 mil hectares que tivessem sido adquiridas irregularmente, mas "com boa fé".
A população da Amazônia Legal chega a 7 milhões de pessoas.

Anos 1980: O ambientalismo de Chico Mendes

As discussões sobre meio ambiente começam a mudar na década de 1980. O assassinato do líder sindical Chico Mendes, em 1988, é considerado um "divisor de águas" na história da Amazônia.
Chico Mendes
Morte de Chico Mendes foi "divisor de águas" na história da Amazônia
Foi a partir desse crime que o governo brasileiro passou a sofrer pressões - inclusive internacionais - a respeito de suas políticas para a Amazônia.
O governo reage com algumas iniciativas, mas, segundo os historiadores, as ações são ainda pontuais e insipientes.

Anos 1990: O impacto da soja

A realização da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, batizada de Eco-92, coloca definitivamente a questão ambiental e a Amazônia na pauta das grandes discussões mundiais. A ideia de que as florestas precisam ser preservadas conquista o imaginário popular.
Área no Pará desmatada pelo cultivo de soja
Produção de soja se transforma em um dos vilões do desmatamento
Ao mesmo tempo, a soja chega à Amazônia. O grão, que desde a década de 1970 já figurava entre os principais produtos da pauta de exportação brasileira, é adaptado ao cerrado e se transforma em um dos vilões do desmatamento.
A produção atrai uma nova leva de imigrantes, dessa vez do Sul e Sudeste do país.
Durante a década de 1990, a área total desmatada volta a dar um salto, chegando a 41 milhões de hectares.

Anos 2000

Segundo o IBGE, a população da Amazônia Legal chega a 21 milhões de pessoas em 2000.
Os estudos sobre os impactos humanos sobre a Floresta Amazônica tornam-se mais consistentes. Um estudo da ONG Imazon, realizado em 2002, aponta que 47% da Amazônia está sob algum tipo de pressão humana.

Área desmatada na Amazônia chega a 70 milhões de hectares
A pecuária passa a ser responsável pelo desmatamento de grandes áreas. Entre 1990 e 2003, o rebanho bovino da Amazônia Legal cresceu 240%, chegando a 64 milhões de cabeças.
Mesmo após algumas tentativas do governo de regularizar as posses na Amazônia, estima-se que metade das propriedades tenha algum tipo de irregularidade fundiária.
De 2003 a 2009, o governo abriu mão de 81 milhões de hectares de terras federais, que foram utilizadas para assentamentos de reforma agrária, preservação ambiental ou para projetos indígenas.
Ainda assim, 67 milhões de hectares de terras federais continuam oficialmente sob a responsabilidade da União.
Em fevereiro de 2009, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva envia ao Congresso a Medida Provisória 458, que prevê a transferência dessas terras. Em junho, a MP é sancionada pelo presidente e vira lei.
A área desmatada da Amazônia chega a 70 milhões de hectares.

Caiu a ponte que liga Salvaterra a Cachoeira do Ararí

O LIBERAL:

Ramal alternativo aumenta em cinco quilômetros o percurso de carro

Ainda não foi reformada a ponte de madeira que desabou na última terça-feira, 13, à altura do quilômetro 20 da rodovia PA-154, que interliga Salvaterra a Cachoeira do Arari, na Ilha do Marajó. O acidente aconteceu quando um caminhão baú, carregado de mercadorias, passava pela ponte. Com a queda, os motoristas dos veículos que trafegavam por aquele trecho da rodovia são obrigados a seguir por um desvio que corta uma propriedade rural e percorrem cerca de cinco quilômetros a mais para ter acesso ao porto do "Beiradão", às margens do rio Camará.

Segundo o pecuarista Mário Nunes, proprietário de uma fazenda no Marajó, a ponte já vinha oferecendo risco há algum tempo. "Nós estávamos passando na ponte com a cara e a coragem. Ela já estava toda quebrada e furada. A própria população ia ajeitando um pouco, mas agora não teve jeito, ela caiu", diz. "A Setran já sabia do estado dela desde janeiro e não tomou nenhuma providência", denuncia.

A ponte em ruínas também dificultará o escoamento do arroz produzido naquela região. "O desvio que temos que fazer é por meio de um ramal muito estreito, cheio de buraco e mato. Isso vai dificultar a passagem dos caminhões", considera.

A Secretaria de Transporte do Estado (Setran) afirma que está aguardando a conclusão do processo licitatório para os recursos serem liberados. "Aconteceu um acidente em função do tráfego pesado e a solução tem que ser breve. Iniciaremos a obra o mais breve possível. A nossa previsão é de reformar a ponte para manter o tráfego até a construção de uma de concreto, já que as outras já são de concreto", diz Henrique Montenegro, do Departamento de Obras de Artes Especiais da Setran.

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Posted: 17 Sep 2011 01:17 AM PDT


A Feira do Vestibular 2011 da Universidade Federal do Pará (FeiVest - UFPA) terminou nesta sexta-feira, 16, com mais de 20 mil pessoas transitando entre os 60 estandes, os quais apresentavam a maioria dos 180 cursos de graduação da UFPA, em Belém, e mais de 70% dos cursos dos campi do interior do Estado. Ao longo destes três dias de feira, os milhares de participantes puderam também  participar de "aulões" sobre os conteúdos programáticos do Processo Seletivos (PS) 2012, visitas dirigidas pelo campus da UFPA e diversas programações culturais.
Posted: 16 Sep 2011 02:34 PM PDT


Foi-se o tempo em que bibliotecas eram os principais portais de acesso ao conhecimento. Desde o surgimento da internet, com as tecnologias da informação e da comunicação, é possível ser conhecedor de variados assuntos sem sair da frente do computador. Notando essas transformações que ocorrem no mundo globalizado e vendo uma possibilidade de democratizar a educação, a Faculdade de Geologia, do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Pará (Fageo/IG/UFPA),
Posted: 16 Sep 2011 02:31 PM PDT


ufsc-logoIniciam na próxima terça-feira, 20 de setembro, e prosseguem até 19 de outubro as inscrições para o Vestibular 2012 da UFSC. O concurso será realizado nos dias 10, 11 e 12 de dezembro, entre 14h e 18h. As inscrições devem ser feitas no site www.vestibular2012.ufsc.br. O Vestibular UFSC 2012 oferece 5.961 vagas em 84 cursos e habilitações, nos quatro campi da instituição, localizados nas cidades de Florianópolis, Araranguá, Curitibanos e Joinville.
Posted: 16 Sep 2011 02:29 PM PDT


instituto-vital-brazilNos dias 13 e 14 de outubro, o Instituto Vital Brazil promoverá o "Simpósio Nacional de Estratégias do Governo para Desenvolvimento e Aplicação da Biotecnologia no Brasil", em Niterói. O evento traz para o estado do Rio de Janeiro o desenvolvimento da biotecnologia na região. As inscrições são gratuitas e limitadas, e já estão abertas. Basta entrar no site www.vitalbrazil.rj.gov.br, no link do evento, e efetuar o cadastro.
Posted: 16 Sep 2011 02:28 PM PDT


Os cursos de Pedagogia e Ciências Biológicas da Universidade Braz Cubas (UBC) receberam o selo Estrelas no Guia Estudante Profissões Vestibular – Melhores Universidades edição 2012, uma avaliação da Editora Abril que indica os melhores cursos de nível superior do país. O Guia do Estudante, como é popularmente conhecido, é uma publicação que reconhece a qualidade do ensino superior público e privado e avalia alguns critérios importantes na área educacional, como a grade curricular, corpo docente, ensino, pesquisa e extensão e infraestrutura.
Posted: 16 Sep 2011 02:26 PM PDT


A Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP) de Caçador abre inscrições para o curso de especialização em Direito Empresarial. O objetivo do curso é oportunizar aos profissionais da área jurídica capacitação para atuar no Direito Empresarial, como assessores jurídicos, consultores ou mediadores em situações de conflitos. O público alvo do curso são profissionais com nível superior na área jurídica, advogados de empresas e demais profissionais interessados nesta área do conhecimento.
Posted: 16 Sep 2011 02:22 PM PDT


O desempenho dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010 foi o tema do programa Bom-Dia, Ministro desta sexta-feira, 16. O ministro da Educação, Fernando Haddad, foi o convidado do programa, realizado pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República e a EBC Serviços. "Pela primeira vez, foi possível fazer a comparação do Enem", destacou Haddad. "Além do aumento da participação, saímos de 820 mil concluintes para 1,1 milhão e conseguimos aumentar dez pontos na média. Isso significa que cumprimos 10% da meta esperada para a década."
Posted: 16 Sep 2011 02:21 PM PDT


O ministro da educação, Fernando Haddad, apontou a integração como mecanismo para melhorar a educação na América Latina. Haddad participou, na manhã desta sexta-feira, 16, da abertura do Encontro Latino-Americano de Organizações da Sociedade Civil pela Educação, no Conselho Nacional de Educação (CNE), em Brasília. O ministro falou da importância da educação como assunto de interesse de todos os países latino-americanos.
Posted: 16 Sep 2011 08:00 AM PDT


Mais uma vez, diversos cursos das áreas de Humanas, Educação e Saúde, oferecidos pela Universidade de Mogi das Cruzes recebem o Selo Estrelas do Guia do Estudante, produzido pelo Editora Abril, que indica os melhores cursos superiores do Brasil. A edição 2012 do Guia do Estudante Profissões Vestibular – Melhores Universidades, que começa a circular no dia 6 de outubro, trará em sua lista mais de 10 cursos de graduação oferecidos pela UMC.
Posted: 16 Sep 2011 07:22 AM PDT


Entre os dias 19 de setembro e 21 de outubro a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) recebe as inscrições no Vestibular 2012 para candidatos Indígenas. Nesse processo seletivo são ofertadas 57 vagas, uma adicional em cada opção de curso de graduação na modalidade presencial da Instituição, distribuídas entre seus três campi, nas cidades de Araras, São Carlos e Sorocaba.
Posted: 16 Sep 2011 07:20 AM PDT


A Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) encerra no próximo dia 23 de setembro (às 20 horas), as inscrições para o Vestibular Nacional Unicamp 2012. As inscrições podem ser feitas exclusivamente pela internet, em formulário disponível na página eletrônica da Comvest: www.comvest.unicamp.br. O Vestibular Unicamp 2012 oferece 3.444 vagas em 66 cursos da Unicamp e dois cursos da Famerp (Faculdade de Medicina e Enfermagem de São José do Rio Preto).
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Francisco Almeida / (91)81003406