quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Conheça o Marajó

Copiado da Redação da Agência Pará

Secretaria de Comunicação

A ilha do Marajó, no Estado do Pará, está localizada a 85 quilômetros ao sul da Linha do Equador, na foz do rio Amazonas, arquipélago do Marajó - composto por 400 ilhas e com 350 km de largura. Belém está situada a sudeste do canal que separa a ilha do continente. Maior ilha fluviomarinha do mundo, a ilha do Marajó é maior que o Estado do Rio de Janeiro, possuindo aproximadamente 50 mil km² e abrigando 16 municípios, com população aproximada de meio milhão de habitantes. A cidade mais povoada é Breves, com pouco mais de 100 mil habitantes, seguida de Soure, com 22 mil (Fonte: IBGE 2009).

O estuário da Amazônia possui vazão média de 250 mil m³/segundo, sendo formado pela junção da Baía do Guajará (composta pelos rios Acará e Moju) com a Baía do Marajó, formada pelo rio Amazonas - que nasce no Peru e recebe mais de dois mil afluentes até se unir com o rio Tocantins e desaguar no oceano Atlântico.

Quando as águas salgadas do Atlântico se encontram com as águas doces do rio Amazonas e o oceano as "empurra" para dentro de volta, ocorre o famoso fenômeno da Pororoca. A maior pororoca do mundo é a do Marajó, onde se formam ondas com raio de aproximadamente 200 km e cerca de 4 metros de altura, sendo que as mais fortes ocorrem no período do Equinócio, em setembro e março.

Famosa pelas belezas naturais, a ilha se destaca por abrigar o maior rebanho de búfalos do Brasil, e atrai turistas de todo o mundo. Os municípios que compõem a ilha são Afuá, Anajás, Bagre, Breves, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Gurupá, Melgaço, Muaná, Ponta de Pedras, Portel, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, São Sebastião da Boa Vista e Soure.

Acesso - Salvaterra é considerado como portal de entrada do Marajó. Para quem vem de Belém pela Baía do Guajará, seguindo pela Baía do Marajó, o acesso principal para a ilha do Marajó é o Porto de Camará, em Salvaterra. De lá, o percurso de carro até o porto da balsa de Salvaterra, principal acesso à Soure, dura cerca de meia hora. Do porto, a travessia de balsa até o porto da balsa de Soure dura, em média, 10 minutos, dependendo da força das águas.

Pela facilidade de acesso, o turismo na ilha é mais intenso na zona leste, principalmente em Soure, Salvaterra e Ponta de Pedras. De Salvaterra para Soure, de hora em hora, há saída de barcos e balsas. As maiores vilas de Salvaterra são Jubim, Joanes e Condeixa, esta última famosa pela produção de abacaxi, de sabor adocicado e conhecido no mundo inteiro, constituindo-se como uma das principais fontes de renda local, além dos produtos derivados do búfalo, como o também famoso queijo do Marajó.

Para quem sai da capital paraense pelo Distrito de Icoaraci, a viagem de balsa dura, em média, quatro horas, dependendo da maré. Também há saída diária de barcos pela Estação das Docas, complexo que fica próximo ao mercado Ver-o-Peso. Outra opção é o Catamarã, lancha que faz o percurso em cerca de 2 horas e que opera, desde o ano passado, como uma experiência para incentivar o turismo da região - além da rapidez, o passageiro conta com mais conforto, como lanchonete e ar condicionado.

Características - A Ilha do Marajó possui clima equatorial úmido, com dois períodos mais distintos: de chuva (mais frequente de janeiro a julho) e de estiagem (setembro, outubro e novembro). O período de estiagem é tão intenso que muitas cabeças de boi são perdidas - o búfalo resiste melhor nesta época por sobreviver bem em áreas de lama (mangue).

A temperatura média da ilha varia entre 32 e 33 graus, com picos entre 36 e 37 graus. Grande parte do território é região de floresta densa, sendo que ao nordeste há grande presença de áreas de influência fluvial ou lacustre (campos mistos alagados ou campos de várzeas). No nordeste, mais próximo ao litoral, há predominância do manguezal, onde nota-se a presença de aningas, aturis, palmeiras buriti e açaí, que se comportam como pioneiras indicadoras da transição do mangue para a vegetação das áreas alagadas com água doce. Ao norte e ao sul ocorrem áreas de domínio de savana (cerrado).

Economia - Quatro polos econômicos formam a Ilha do Marajó. O polo leste possui economia mista, voltada para a agricultura e para a criação de gado (bovino e bubalino). Na agricultura, o destaque é a produção de abacaxi.

No centro da ilha, há o predomínio da criação de gado, com mais de 1,3 milhão de cabeças, sendo que se estima que um pouco da metade seja de búfalos. O Marajó tem a maior criação de búfalos das Américas.

A economia de base do norte e noroeste da ilha é a pesca, mas também há criação de gado. Ao sul e sudeste, a extração de madeira para exportação é a principal atividade.

Outras opções - Entre as sugestões de passeio está a Fazenda São Jerônimo, em Soure. O local foi escolhido pela produção do programa No Limite 3, da rede Globo, na edição de 2001. As próprias locações construídas para o programa depois passaram a ser utilizadas como pousadas. A fazenda fica a cerca de 5 km do porto da balsa de Soure.

As praias são outras boas opções de passeio, com destaque para a Praia do Pesqueiro, reserva extrativista localizada em Salvaterra, onde os visitantes encontram barracas de artesanato e de venda de comidas (petiscos) regionais, cercados por guarás, garças e outros animais, que se misturam à paisagem. A Praia Grande, em Soure, é outro local bastante procurado pelos turistas.

Búfalos - Os búfalos, pelo tamanho, resistência e facilidade de locomoção em áreas alagadas, servem de meio de transporte para a população e para a polícia. Um búfalo adulto pode chegar a mais de 1.200 quilos, com média de 30 a 35 anos. Apesar do ciclo de reprodução ser similar ao do boi, a vantagem da criação de búfalos é o crescimento rápido do animal, que em dois anos alcança o dobro do peso do boi, chegando a 400 quilos, já podendo entrar no período de abate.

Aves - Uma tendência nestes últimos cinco anos, que vem atraindo turistas estrangeiros, é a observação de aves, os chamados birdwatcher. Um levantamento feito nos últimos 15 anos levou a 585 espécies identificadas, com algumas espécies raras, como a Guarouba guarouba (Ararajuba), e endêmicas, como a sub-espécie Amazona Ochrocephala xantholaema, conhecida como papagaio campeiro do Marajó.

Nomenclatura - Marajó é uma variação da nomenclatura M'barayó, vocábulo originário da língua tupi, especificamente da etnia tupinajé. Já a palavra Soure tem origem no latim, quando era grafada originalmente saurius, que significa jacaré, animal abundante na ilha, que surpreendeu os colonizadores, mas que foi extinto com o tempo pela caça desordenada.

Para se hospedar

O Canto do Francês (Soure): (5591) 3741-1298/8163-3546/8841-4697. E-mail: thcarliez@ig.com.br

Casarão da Amazônia (Soure): (5591) 3741-2222. E-mail; reservas@hotelcasarao.com. Site: www.hotelcasarao.com

Fazenda São Jerônimo (Soure): (5591) 3741-2093/8261-6881/8274-7920. E-mail: fazenda.saojeronimo@hotmail.com. Site: www.marajo.tk

Pousada dos Guarás (Salvaterra): (5591) 4005-5656. Site: www.pousadadosguaras.com.br

Guia de turismo: Osvaldo Saldanha (5591) 3256-5342/8304-6085. E-mail: osvaldosal@yahoo.com.br e osvaldosal@hotmail.com.

Fonte: Agência Pará, com informações do guia de turismo Osvaldo Saldanha.

Exuberância do Marajó surpreende e encanta profissionais de turismo


Eliseu Dias/ Ag. Pa A praia de Joanes é uma das mais visitadas por quem opta pelo turismo ecológico na ilha do Marajó












Cláudio Santos/ Ag. Pa A praia do Pesqueiro também é outro ponto de atração de turistas que visitam a ilha do Marajó



Da Redação
Secretaria de Comunicação



A Ilha do Marajó fica a aproximadamente 3 horas de barco da capital paraense. Mas ainda há quem desconheça que pertinho de Belém exista um verdadeiro paraíso de belezas naturais e exotismo. De passeio de búfalo ao conhecimento do artesanato indígena, o ecoturismo realizado na costa leste da ilha tem atraído cada vez mais os olhares do mundo para o local.

"Não encontrei pontos negativos. Foi uma grande surpresa que superou as expectativas, principalmente a visita à fazenda (São Jerônimo, em Soure), onde se percebe um programa duplo, unindo agricultura e turismo", comenta Sham Bida, operador de turismo do Suriname, um dos 15 integrantes do famtur ao Marajó, viagem de familiarização para que empresários da atividade turística possam conhecer os atrativos de um destino, ocorrida no início deste mês. A iniciativa foi promovida pela Companhia Paraense de Turismo (Paratur), durante a V Feira Internacional de Turismo da Amazônia (Fita), que ocorreu de 12 a 15 de agosto, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia.

A Fazenda São Jerônimo foi um dos pontos alto do famtur ao Marajó. No local, que oferece pousada e almoço com as melhores iguarias da região, os atrativos ficaram por conta do passeio no mangue, feito sob pontes construídas com bambu, uma criação do dono do local. Para chegar ao mangue, os visitantes viajam de barco a remo pelo rio Tucumanduba até chegar à praia do Goiabal. Do local, que recebe água tanto do oceano Atlântico quanto do Rio Pará, retornam à fazenda montados em búfalos, animais típicos da região, que possui a maior criação do Brasil.

Soure, Salvaterra, Joanes e Ponta de Pedras são as localidades que mais atraem turistas por estarem localizadas próximos à costa. Além de visitas técnicas a pousadas e hotéis de Soure e de Salvaterra, o grupo também visitou praias, assistiu a shows de danças folclóricas e conheceu mais sobre o artesanato marajoara e a fabricação do curtume - couro do búfalo, retirado durante o abate, com o qual são confeccionadas sandálias, bolsas, carteiras e outros objetos. Sham Bida filmou e fotografou toda a viagem. O material abastecerá o DVD que ele pretende produzir para divulgar a ilha no Suriname.

À frente de uma agência de turismo no Rio de Janeiro e visitando o Marajó pela terceira vez, o suíço Peter Hagnauer lembrou que, para quem opta pelo turismo ecológico, é vital contar com a qualidade e a personalização dos atendimentos, percebida por ele em muitos dos locais visitados durante o famtur. "A Fazenda São Jerônimo, com toda a sua simplicidade, tem charme e tem a dedicação dos donos. O refinamento está nessa presença", comentou, destacando ainda a pousada O Canto do Francês. O conhecimento técnico e a experiência demonstrada pelos guias de turismo, outra exigência do ecoturismo, acrescentou Hagnauer, foi mais um ponto positivo desta viagem de reconhecimento.

Para a turismóloga Lydia Brito, representante do Comitê de Turismo da Guiana Francesa no Produto Turístico Combinado da Amazônia (PTCA), a viagem ao Marajó foi surpreendente. "Ninguém imagina o que se pode encontrar aqui", disse ela, que ficou impressionada com os búfalos. As aves também têm atraído o turista, principalmente o estrangeiro, observa o guia de turismo Osvaldo Saldanha, que acompanhou o grupo.

Na opinião do jornalista carioca Arnaldo Martins, que participou de um press trip (viagem de imprensa), a experiência foi excelente pelo leque de opções ofertado ao turista, como o passeio nas pontes de bambu, elogiado por ele, que já conhecia a ilha. Martins pretende falar sobre a experiência em uma matéria especial para a Revista de Bolso, guia de turismo com circulação nacional, via mala direta, e com versão on line.

São Jerônimo - A cozinha de Jerônima Brito, que herdou a fazenda de seu pai Jerônimo, é reconhecida tanto no país quanto internacionalmente, onde é referência em revistas e livros especializados. Entre as sugestões oferecidas no almoço do grupo, estava a pescada branca ao molho de camarão e caranguejo, e o bife de búfalo, além de sobremesas e sucos regionais, como o creme de bacuri.

Seu esposo, Raimundo Cordeiro de Brito, conta que fez diversos cursos sobre construção de pontes para chegar ao protótipo das pontes feitas de bambu, uma criação exclusiva dele, que já pesquisa novos materiais para substituir o bambu, já que a palmeira dura pouco tempo, cerca de seis meses, dois deles só para a construção dos 20 metros de ponte.

No local, os visitantes também podem assistir a shows de danças típicas, visitar os pontos turísticos da cidade, fazer passeios a cavalo, trilhas de observação da fauna e da flora, entre outras opções.

PTCA - O Produto Turístico Combinado da Amazônia é um convênio de cooperação firmado entre os Estados do Pará, Amapá e Amazonas, a Guiana Francesa e o Suriname. Os Estados e países que integram a região amazônica negociam de forma integrada os produtos turísticos e roteiros ofertados e comercializados, junto aos mercados emissores nacionais e internacionais. Os Estados e países parceiros também participam conjuntamente de feiras de turismo, promoção e realização famturs e press trips e produção de material promocional.

Conheça mais o Marajó