terça-feira, 21 de abril de 2009
HORÁRIO DE NAVIOS E BALSAS
Saída de Salvaterra para Belém
Navio Araparí / Banavi (tempo médio de viagem: 03:30 h
segunda a Sábado
06:30 e 15:00 h
Domingo: 15:00 h
Catamarã Álamo saída:Catamarã Álamo saída 15:30h, todos os dias (exceto às quartas-feiras), tempo médio de viagem 02:00 h
Balsa para Icoarací Tempo médio de viagem 04:00 h
segunda a sábado 16:00h
Domindo 16:00 e 17:00h
"Boa Viagem"
Saída de Belém para Salvaterra/Soure
Navio Araparí / Banavi
Segunda a Sábado
06:30 e 14:30 h
Domingo: 10:00 h
Tempo estimado de viagem, 03:30h
Catamarã Álamo: 08:30h, todos os dias (exceto às quartas-feiras); 02:00h de viagem
Balsa saindo de Icoarací:Segunda a Sexta 06:30h
Sábado 04:00 e 06:30h
Tempo estimado de viagem, 04:00h
"Boa Viagem"
Nota do MST contesta versão da Globo sobre ocupação no Pará
21 DE ABRIL DE 2009 - 21h18
Nota do MST contesta versão da Globo sobre ocupação no Pará
Sobre o espisódio, muito repercutido pelos diversos programas da Rede Globo, em relação à ocupação do MST a uma fazenda na região de Xinguara e Eldorado de Carajás, no sul do Pará, o movimento esclarece em nota, divulgada neste sábado (20), que ''os sem-terra não pretendiam fazer a ocupação da sede da fazenda nem fizeram reféns. Nenhum jornalista nem a advogada do grupo foram feitos reféns pelos acampados, que apenas fecharam a PA-150 em protestos pela liberação de três trabalhadores rurais detidos pelos seguranças''. Segundo o MST, ''os jornalistas permaneceram dentro da sede fazenda por vontade própria, como sustenta a Polícia Militar''. A versão vai na contra-mão da difundida pela emissora.
Leia abaixo a íntegra da nota.
MST esclarece acontececimentos no Pará
Em relação ao episódio na região de Xinguara e Eldorado de Carajás, no sul do Pará, o MST esclarece que os trabalhadores rurais acampados foram vítimas da violência da segurança da Agropecuária Santa Bárbara. Os sem-terra não pretendiam fazer a ocupação da sede da fazenda nem fizeram reféns. Nenhum jornalista nem a advogada do grupo foram feitos reféns pelos acampados, que apenas fecharam a PA-150 em protestos pela liberação de três trabalhadores rurais detidos pelos seguranças. Os jornalistas permaneceram dentro da sede fazenda por vontade própria, como sustenta a Polícia Militar.
Esclarecemos também que:
1- No sábado (18/4) pela manhã, 20 trabalhadores sem-terra entraram na mata para pegar lenha e palha para reforçar os barracos do acampamento em parte da Fazenda Espírito Santo, que estão danificados por conta das chuvas que assolam a região. A fazenda, que pertence à Agropecuária Santa Bárbara, do Banco Opportunity, está ocupada desde fevereiro, em protesto que denuncia que a área é devoluta. Depois de recolherem os materiais, passou um funcionário da fazenda com um caminhão. Os sem-terra o pararam na entrada da fazenda e falaram que precisavam buscar as palhas. O motorista disse que poderia dar uma carona e mandou a turma subir, se disponibilizando a levar a palha e a lenha até o acampamento.
2- O motorista avisou os seguranças da fazenda, que chegaram quando os trabalhadores rurais estavam carregando o caminhão. Os seguranças chegaram armados e passaram a ameaçar os sem-terra. O trabalhador rural Djalme Ferreira Silva foi obrigado a deitar no chão, enquanto os outros conseguiram fugir. O sem-terra foi preso, humilhado e espancado pelos seguranças da fazenda de Daniel Dantas.
3- Os trabalhadores sem-terra que conseguiram fugir voltaram para o acampamento, que tem 120 famílias, sem o companheiro Djalme. Avisaram os companheiros do acampamento, que resolveram ir até o local da guarita dos seguranças para resgatar o trabalhador rural detido. Logo depois, receberam a informação de que o companheiro tinha sido liberado. No período em que ficou detido, os seguranças mostraram uma lista de militantes do MST e mandaram-no indicar onde estavam. Depois, os seguranças mandaram uma ameaça por Djalme: vão matar todas as lideranças do acampamento.
4- Sem a palha e a lenha, os trabalhadores sem-terra precisavam voltar à outra parte da fazenda para pegar os materiais que já estavam separados. Por isso, organizaram uma marcha e voltaram para retirar a palha e lenha, para demonstrar que não iam aceitar as ameaças. Os jornalistas, que estavam na sede da Agropecuária Santa Bárbara, acompanharam o final da caminhada dos marchantes, que pediram para eles ficarem à frente para não atrapalhar a marcha. Não havia a intenção de fazer os jornalistas de “escudo humano”, até porque os trabalhadores não sabiam como seriam recebidos pelos seguranças. Aliás, os jornalistas que estavam no local foram levados de avião pela Agropecuária Santa Bárbara, o que demonstra que tinham tramado uma emboscada.
5- Os trabalhadores do MST não estavam armados e levavam apenas instrumentos de trabalho e bandeiras do movimento. Apenas um posseiro, que vive em outro acampamento na região, estava com uma espingarda. Quando a marcha chegou à guarita dos seguranças, os trabalhadores sem-terra foram recebidos a bala e saíram correndo – como mostram as imagens veiculadas pela TV Globo. Não houve um tiroteio, mas uma tentativa de massacre dos sem-terra pelos seguranças da Agropecuária Santa Bárbara.
6- Nove trabalhadores rurais ficaram feridos pelos seguranças da Agropecuária Santa Bárbara. O sem-terra Valdecir Nunes Castro, conhecido como Índio, está em estado grave. Ele levou quatro tiros, no estômago, pulmão, intestino e tem uma bala alojada no coração. Depois de atirar contra os sem-terra, os seguranças fizeram três reféns. Foram presos José Leal da Luz, Jerônimo Ribeiro e Índio.
7- Sem ter informações dos três companheiros que estavam sob o poder dos seguranças, os trabalhadores acampados informaram a Polícia Militar. Em torno das 19h30, os acampados fecharam a rodovia PA 150, na frente do acampamento, em protesto pela liberação dos três companheiros que foram feitos reféns. Repetimos: nenhum jornalista nem a advogada do grupo foram feitos reféns pelos acampados, mas permaneceram dentro da sede fazenda por vontade própria. Os sem-terra apenas fecharam a rodovia em protesto pela liberação dos três trabalhadores rurais feridos, como sustenta a Polícia Militar.
HISTÓRICO
Histórico
O município de Salvaterra, foi colonizado por volta do século XVIII, pelos frades jeusuítas que se instalaram na vila de Monsarás, sede do município. Entre os povos que habitavam essa região, predominavam os índios da tribo Sacaca descendente dos Aruans, grupo lingüistico indígena dos mais importantes no Brasil, que deixaram uma herança de grandes obras de arte em cerâmica que se desenvolveu ao longo dos anos em toda a ilha do Marajó.
Quanto a vegetação, predominam as palmeiras (coqueiros, najazeiros e açaizeiros), em muitas áreas da zona rural se conservam as matas de igapó, as matas de várzeas, além de uma grande extensão de campos naturais.
Localizada à margem da Baia do Marajó, com o Rio Paracauarí, Salvaterra limita-se ao norte, com o município de Soure, separando os dois municípios, o rio Paracauarí. Ao nordeste e leste pela Baia do Marajó. Ao sul, sudeste e oeste, pelo município de Cachoeira do Arari, separando os dois municípios, o Rio Camará e Rio São Miguel.
Durante muitos anos a economia concentrava-se em três produtos: o gado, a pesca e o coco-da-bahia. Hoje com o desenvolvimento da agricultura, mais especificamente na cultura do abacaxi, o município passou a incluir esta produção como uma das principais fontes da economia local, atualmente o município conta com 443 h, plantadas com uma produtividade equivalente a 30.000 frutos/h, já tendo sido considerado o principal exportador do Estado do Pará. Em segundo lugar, vem a mandioca com uma área de 14 h plantado com uma produtividade de 600 kg/h. O milho, o arroz e o feijão também são cultivados, com freqüência, mas apenas para subsistência.
Gentílico: salvaterrense
Formação Administrativa
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, figura no município de Soure o distrito de Salvaterra.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.
Elevada à categoria de município com a denominação de Salvaterra, pela lei estadual nº 2460, de 29-12-1961, desmembrado de Soure. Sede no antigo distrito de Salvaterra. Constituído de 5 distritos: Salvaterra, Condeixa e Joanes. Desmembrado do município de Soure, Jubim e Monsarás criados pela mesma lei do município de Salvaterra. Instalado em 13-02-1962.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 5 distritos: Salvaterra, Condeixa, Joanes, Jubim e Monsarás.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.
Fonte: IBGE
A tragédia do brigue "palhaço"
Brigadeiro Soares Andréia em relatório ao Ministro da Guerra, Belém do Pará, 1836
Quase uns trezentos homens sufocavam no porão do brigue “Palhaço” ancorado nas aforas do porto de Belém do Pará quando a gritaria começou. Berravam por água e por ar. Asfixiavam-se. Eram do 2º Regimento de Artilharia de Belém que se insurgira contra a junta governativa em agosto de 1823. Quem os prendeu e os removeu para a masmorra flutuante foi o comandante Greenfell, um daqueles ingleses oficiais de marinha a soldo de D. Pedro I, que lá estava para assegurar a integração do Grão-Pará ao Brasil recém independente.
Assustados com a barulheira dos encarcerados, meio endoidecidos pelo calor e pela sede, a tripulação da improvisada galé os acalmou a tiros e à noite espargiu sobre eles, ainda empilhados lá embaixo, uma nuvem de cal. Na contagem matinal do dia seguinte, no dia 22, só deram com 4 vivos. Dias depois restou só um, João Tapuia. Morreram 252 milicianos e praças, sufocados e asfixiados. Um pavor acometeu o Pará. O interior ferveu. Gente comum morrera como bicho.
Quanto a responsabilidade pela tragédia, como sempre ocorre, ninguém a assumiu. Para milhares de tapuias e de caboclos paraenses, genericamente chamados de “cabanos”, devido as choças que habitavam, a independência até então não dissera a que veio. Agregou-se a isso o fato dos poderosos locais, quase todos portugueses, donos do comércio grosso e de vastas terras, ainda reservavam para si o controle das instituições, e que, como ativista do partido dos “Caramurús”, almejavam reatar com Lisboa na primeira oportunidade que houvesse.
(*)KIDDER, Daniel Parish (1815-1891); FLETCHER, James Cooley (1823-?)
Brasil e os brasileiros, O; esboço histórico e descritivo. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1941, p. 2v
A PROVÍNCIA DO GRÃO-PARÁ ENTRE 1835 - 1840
A Cabanagem, movimento que ocorreu na província do Grão-Pará, entre os anos de 1835 e 1840, pode ser vista como um prosseguimento da Guerra da Independência na região.
Desde a emancipação política, em 1822, a Província do Grão-Pará, vivia um clima agitado. Isolada do resto do país, era a parte mais ligada a Portugal. Declarada a Independência, a Província só foi reconhecê-la em agosto de 1823. A adesão ao governo de D. Pedro I foi penosa e violentamente imposta. Administrada por Juntas governativas que se apoiavam nas Cortes de Lisboa, os habitantes da Província já estavam acostumados a ver todos os cargos públicos e recursos econômicos nas mãos dos portugueses.
A Independência não provocara mudanças na estrutura econômica nem modificara as péssimas condições em que vivia a maior parte da população da região, formada por índios destribalizados, chamados de tapuios, índios aldeados, negros forros e escravos e mestiços. Dispersos pelo interior e nos arredores de Belém, viviam marginalizados em condições miseráveis, amontoados em cabanas à beira dos rios e igarapés e nas inúmeras ilhas do estuário do rio Amazonas. Essa população conhecida como "cabanos", era usada como mão-de-obra, em regime de semi-escravidão, pela economia da Província, baseada na exploração das "drogas do sertão"( cravo, pimenta, plantas medicinais, baunilha), na extração de madeiras, e na pesca.
Desde a Guerra da Independência, quando mercenários, comandados pelo Lord Almirante Grenfell, destituíram a Junta que governava a Província, o povo exigia a formação de um governo popular chefiado pelo cônego João Batista Gonçalves Campos. No entanto, Grenfell, que recebera ordens para entregar o Governo a homens da confiança do Imperador, desencadeou violenta repressão, fuzilando e prendendo muitas pessoas. O episódio ocorrido a bordo do brigue Palhaço, quando cerca de 300 prisioneiros foram sufocados com cal, não conseguiu implantar a normalidade. Ao contrário os ânimos ficaram ainda mais exaltados.
A própria Junta que assumiu o governo da Província, em agosto de 1823 confessava: "Sentimos não poder afirmar que a tranqüilidade está inteiramente restabelecida porque ainda temos a temer, principalmente a gente de cor, pois que muitos negros e mulatos foram vistos no saque de envolta com os soldados, e os infelizes que se mataram a bordo do navio, entre outras vozes sediciosas deram vivas ao Rei Congo, o que faz supor alguma combinação de soldados e negros".
A situação da Província do Grão-Pará era, portanto, favorável ao surgimento de movimentos que expressavam a luta de uma maioria de índios, mestiços e escravos, contra uma minoria branca formada, principalmente, por comerciantes portugueses. Essa minoria concentrava-se em Belém, cidade que na época abrigava cerca de 12 mil moradores dos quase 100 mil que habitaram o Grão-Pará. Entre 1822 e 1835 a Província passou por momentos de intranqüilidade. No interior e na capital ocorreu uma série de levantes populares, que contaram com a adesão dos soldados da tropa, descontentes com o baixo soldo, com o poder central e com as autoridades locais.
A REVOLTA DOS CABANOS
A abdicação de D. Pedro I teve reflexos violentos no Grão - Pará. Sob a liderança do cônego Batista Campos, os cabanos depuseram uma série de governantes nomeados pelo Rio de Janeiro para a Província. Além disso, exigiam melhores condições materiais e a expulsão dos portugueses, vistos como os responsáveis pela miséria em que viviam. Em dezembro de 1833, o Governo da Regência Trina Permanente conseguiu retomar o controle da situação, e Bernardo Lobo de Sousa assumiu o governo da Província.
Segundo o historiador Caio Prado Júnior, "é neste governo que propriamente se inicia a revolta dos cabanos." Logo após ser empossado, Lobo de Sousa iniciou uma violenta política repressiva. Perseguiu, efetuou prisões arbitrárias e deportações em massa. No entanto, foi o recrutamento para o Exército e a Armada imperiais, medida extremamente impopular, que precipitou uma rebelião generalizada. O recrutamento permitiu que fossem afastados os elementos considerados "incômodos" ao governo da Província. Para Domingos Antonio Raiol, contemporâneo dos acontecimentos, a política de Lobo de Sousa conseguiu eliminar aqueles que "eram conhecidos por suas doutrinas subversivas, que pregavam e inoculavam no seio da população e que ameaçavam a ordem pública pela influência perigosa que exerciam entre as massas."
As atitudes de Lobo de Sousa aumentaram a agitação e o descontentamento da população. A revolta se alastrou pelo interior da Província. Os cabanos receberam o apoio dos irmãos Antônio e Francisco Vinagre, lavradores do rio Itapicuru do seringueiro Eduardo Nogueira Angelim, e do jornalista do Maranhão Vicente Ferreira Lavor, que, através do periódico A Sentinela, propagava as idéias revolucionárias. À medida que o movimento avançava, os revoltosos se dividiam: a ameaça de radicalização fez com que muitos se retirassem temendo a violência das massas populares, enquanto outros, como o cônego Batista Campos, esperavam obter as reformas que defendiam na recém-criada Assembléia Legislativa Provincial. A partir daí a elite que liderara a revolta recuou e os cabanos assumiram o controle.
Em janeiro de 1835, dominaram Belém, executando o governador Lobo de Sousa e outras autoridades. O primeiro governo cabano foi entregue ao fazendeiro Félix Antonio Malcher, que, com medo da violência das camadas mais pobres da população, entrou em choque com os outros líderes perseguindo os elementos mais radicais. Chegou a mandar prender e deportar Angelim e Francisco Vinagre. Além disso, manifestou a intenção de manter a Província ligada ao Império, ao jurar fidelidade ao Imperador, afirmando que só ficaria no poder até à maioridade. Esse juramento ia de encontro ao único ponto que unia os revoltosos: a rejeição à política centralizadora do Rio de Janeiro, vista como preservadora dos privilégios dos portugueses. Malcher acabou sendo deposto e executado.
Francisco Vinagre foi escolhido para o segundo governo cabano. No entanto não foi capaz de resolver as divergências entre os revoltosos, e foi acusado de traição por ter feito um acordo com as tropas legalistas enviadas pelo Rio de Janeiro.
Vinagre ajudou as tropas e navios sob o comando do Almirante inglês Taylor, e prometeu entregar a presidência da Província a quem fosse indicado pelo Governo Regencial. As forças regenciais retomaram Belém.
Os cabanos, vencidos na capital, retiraram-se para o interior. Aos poucos foram tomando conta da Província. Profundos conhecedores da terra e dos rios, infiltraram-se nas vilas e povoados, conseguindo a adesão das camadas mais humildes da população. Liderados por Vinagre e Angelim, reforçaram suas tropas e retomaram Belém, após nove dias de lutas violentas. Com a morte de Antônio, Eduardo Angelim foi escolhido para o terceiro governo cabano que durou dez meses. Angelim era um cearense de apenas 21 anos que migrara para o Grão- Pará após uma grande seca ocorrida no Ceará, em 1827.
No entanto, os cabanos, durante todo o longo período de lutas, não souberam organizar-se com eficiência. Abalados por dissidências internas, pela indefinição de um programa de governo, sofreram ainda uma epidemia de varíola, que assolou por longo tempo a capital.
A REPRESSÃO DA REGÊNCIA
O regente Feijó decidiu restabelecer a ordem na Província. Em abril de 1836 mandou ao Grão-Pará uma poderosa esquadra comandada pelo brigadeiro Francisco José Soares de Andréia, que conseguiu retomar a capital. Havia na cidade quase unicamente mulheres. No dizer de Raiol, "a cidade despovoada apresentava por toda parte um aspecto sombrio e contristador".
Os cabanos abandonaram outra vez Belém e retiraram-se para o interior, onde resistiram por mais três anos. A situação da Província só foi controlada pelas tropas do Governo Central em 1840. A repressão foi violenta e brutal. Incapazes de oferecer resistência, os rebeldes foram esmagados. Ao findar o movimento, dos quase 100 mil habitantes do Grão-Pará, cerca de 30mil, 30% da população, haviam morrido em incidentes criminosos e promovidos por mercenários e pelas tropas governamentais.
Chegava ao fim a Cabanagem que, segundo o historiador Caio Prado Júnior, "foi o mais notável movimento popular do Brasil... o único em que as camadas mais inferiores da população conseguem ocupar o poder de toda uma província com certa estabilidade. Apesar de sua desorientação, da falta de continuidade que o caracteriza, fica-lhe contudo a glória de ter sido a primeira insurreição popular que passou da simples agitação para uma tomada efetiva de poder."
Livro recomendado para aprofundamento sobre o assunto : CABANAGEM, Epopéia de um povo, de Carlos Rocque - Imprensa Oficial, Belém-PA, 1984.
Link para esta postagem http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo02/rev_norte.html
Salvaterra
Salvaterra é um município típico da região Marajoara, com grandes extensões de terra, grande potencial turístico, agrícola e pesqueiro; mas sua economia ainda é fraca e gira basicamente em torno das rendas do funcionalismo público, aposentados, pensionistas, e os programas sociais do Governo Federal. Com um comércio, ainda, incipiente e não existindo políticas públicas municipais de apoio a produção, obriga a quem não se encaixar nesse quadro, a trabalhar no campo, numa cultura, ainda, de subsistência, ou na pesca artesanal. .Não é de hoje, que se fala sobre as potencialidades do Marajó mas, nosso povo não vê as coisas acontecerem, apesar da imensa quantidade de Terra disponível, da oferta de crédito dos programas federais, da proximidade a um grande mercado consumidor que é Belém. Diante das circunstancias procurando opções para o aproveitamento do potencial da região e de atividades econômicas para a geração de emprego e renda, revela-se um estado onde políticas e investimentos públicos de apoio à produção agrícola, pesqueira e turística, que são as afinidades econômicas da região, fariam Salvaterra dar o grande salto qualitativo e quantitativo em direção a sua sustentabilidade econômica e desenvolvimento social. Mas, para isso, é preciso vontade , competencia e coragem, dos gestores municipais, para dar o primeiro passo que é a Regularização Fundiária. Esta é a chave que abrirá as portas do desenvolvimento da região e especificamente, Salvaterra . Sem terra, não se planta. se não plantar, não se colhe. se não colher, o quê vamos comer ?