terça-feira, 9 de agosto de 2011

ProJovem garante qualificação e cidadania

PNUD Brasil :
ProJovem garante qualificação e cidadania
Programa inova ao usar conceito de educação integrada que articula ensino fundamental, formação profissional e ação comunitária
"Mais de 450 mil jovens brasileiros entre 18 e 29 anos que, apesar de alfabetizados não tinham completado o ensino fundamental, já foram beneficiados através de ações de inclusão social desenvolvidas pelo ProJovem Urbano. A iniciativa do governo federal, que conta com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), baseia-se no conceito de educação integrada, ou seja, busca aliar também a qualificação profissional e o envolvimento comunitário ao ensino. Com isso, os jovens ganham uma nova perspectiva de futuro dentro de um panorama de integração social.

A preocupação do Estado com a juventude tem suas razões. Segundo o IBGE, quase 36% da população com idade entre 18 e 24 anos está desempregada. A violência urbana é outra condição que aflige os jovens: nas últimas décadas, houve um aumento expressivo na taxa de homicídios nessa mesma faixa etária, muito superior à média dos outros grupos da população – como mostra o Mapa da Violência elaborado pelo Instituto Sangari.

A situação de vulnerabilidade a que esses brasileiros estão expostos levou o governo federal a criar, em 2005, a Política Nacional de Juventude, que estabeleceu diretrizes e criou estruturas para a implementação e gerenciamento de políticas públicas dedicadas aos jovens. Na tentativa de centralizar essas políticas foi criado, em 2008, o ProJovem Integrado que inclui, além do Urbano, os segmentos Campo, Adolescente e Trabalhador.

Ensino, formação profissional e cidadania

O currículo integrado do ProJovem Urbano é reflexo do dinamismo a que seus beneficiários estão submetidos. Completar o primeiro grau, para eles, não é suficiente para entrar no mercado de trabalho, e é nesse ponto que a qualificação profissional se torna fundamental. Os cursos, que se dividem em 23 arcos ocupacionais (conjunto de ocupações relacionadas), acompanham os 18 meses de duração do programa. Os alunos recebem ainda aulas de informática e uma bolsa-auxílio mensal de R$ 100. Entre as opções de qualificação profissional, existem cursos nas áreas de administração, construção civil, educação, saúde, telemática e metalurgia mecânica, entre outras.

Para que a intervenção do programa seja bem sucedida, é preciso estimular o engajamento social e a participação na vida da comunidade, devolvendo aos jovens a autoestima e o sentimento da importante contribuição social que cada um pode oferecer. A concepção do ProJovem Urbano busca alinhavar as três áreas de modo a proporcionar condições reais de empoderamento aos indivíduos, fornecendo as ferramentas necessárias à conquista da autonomia profissional e ao reconhecimento de sua condição de cidadãos dentro da sociedade.

“O ProJovem Urbano tem se mostrado um instrumento essencial de comunicação com o jovem brasileiro. É evidente que precisamos aprimorá-lo em alguns pontos, mas estamos confiantes de que isso será feito ao longo dos próximos anos com a experiência acumulada em sua implementação”, explica Érica Machado, analista de projetos do PNUD.

O projeto, que possui um caráter de inclusão baseado no conceito de oportunidades para todos e direitos universalmente assegurados, funciona também em algumas unidades prisionais. Em 2009, através de uma parceria com o Ministério da Justiça, foram implementadas, em caráter experimental, três unidades do ProJovem Urbano dentro de penitenciárias nos estados do Rio de Janeiro, Acre e Pará.

O ProJovem Urbano Prisional atende jovens que cumprem pena privativa de liberdade e possui o mesmo desenho do projeto original. Há, no entanto, algumas adequações no calendário e no material, além de treinamento especial para os educadores, que possuem a missão de despertar novamente naqueles alunos as noções de dignidade, autoconfiança e cidadania, criando um cenário mais promissor e com perspectivas reais de reintegração social.


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