terça-feira, 9 de agosto de 2011

POBREZA_DESIGUALDADE

PNUD Brasil :
"Reportagens

Brasília, 28/07/2011
Brasil sem Pobreza apresenta plano de ação
Movimento que reúne entidades da sociedade civil prepara estratégia para ajudar o país a erradicar a miséria
Divulgação/PNUD
Movimento Brasil sem Pobreza

O Movimento Brasil sem Pobreza foi constituído em 15 de março de 2011 por iniciativa da ONG União Planetária com o objetivo de apoiar as políticas públicas para a erradicação da miséria.

Atualmente, integram o movimento 62 entidades, dentre as quais a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Rotary Clube, Articulação dos Povos Indígenas do Pantanal, Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, Liga Nacional de Judô, Green Cross Brasil, Grande Oriente do Brasil, Ananda Marga Brasília, Federação Brasileira das Entidades de Combate ao Câncer, Federação Espírita Brasileira, Instituto Brasileiro de Formação Educacional e Cultural, Comissão Especial Pastoral para o Serviço da Justiça, Caridade e Paz da CNBB e Sindicato dos Astrólogos de Brasília.

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A erradicação da fome e da pobreza é uma tarefa de todos. Com essa premissa em mente e muita vontade de mudar a situação dos 16 milhões de brasileiros que ainda vivem na miséria, representantes da sociedade civil e do governo estão unindo forças para colocar em prática um plano de ação dedicado a esta tarefa. O Movimento Brasil sem Pobreza, iniciativa liderada pela ONG União Planetária, com o apoio de mais de 60 entidades signatárias, tem como principal objetivo apoiar as políticas públicas para a erradicação da miséria.

Esta semana, o Movimento reuniu na sede do PNUD, em Brasília, representantes de 28 destas organizações engajadas no projeto. “O desafio de acabar com a fome é muito grande. O governo não consegue fazer isso sozinho. Mas, se unirmos forças, é possível vencer essa batalha e, para isso, a mobilização é fundamental”, ressaltou o secretário-executivo do Movimento Brasil sem Pobreza Ulisses Riedel. “Nós temos muita força, o que precisamos fazer agora é dirigir essa energia para a erradicação da pobreza”, completou.

Além de contribuir com sugestões relevantes para a proposta que está prestes a ser executada, o encontro serviu de espaço para troca de experiências entre os participantes. Ações como a do Rotary Club, que tem ajudado na implementação do Plano Emergencial de Erradicação da Poliomielite no Paquistão, ou iniciativas de inclusão cultural e esportiva, como aulas de forró ministradas a jovens de baixa renda do Distrito Federal (DF), inspiraram ainda mais os promotores da iniciativa.

Somente no DF existem 93 mil famílias vivendo em extrema pobreza. Destas, 23,9% são chefiadas por mulheres sem cônjuge e com filhos menores de 15 anos. A região apresenta uma das piores taxas de desigualdade na distribuição de renda domiciliar per capita. Tendo em conta esses índices, o Movimento definiu três territórios socialmente vulneráveis para iniciar as ações: Itapoã, Estrutural e Varjão, todos no entorno da capital federal.

Linha de ação

As linhas de ação do plano de trabalho proposto prevêem: a capacitação profissional dos cidadãos; ações específicas voltadas para grupos vulneráveis, como jovens, populações de rua, apenados, dependentes químicos, adultos não alfabetizados e crianças abandonadas; a formação de parcerias públicas e privadas e o fortalecimento de entidades que trabalham pela cidadania; e o estímulo ao voluntariado e à constituição de ecovilas.

A próxima tarefa do grupo é fazer um diagnóstico da área de Itapoã, primeira a receber um Centro de Referência de Inclusão Social, que será a base de atuação do Movimento. Cada entidade contribuirá com uma ação social sistemática no local, prevista para começar em 20 dias.

Segundo o Movimento, o plano não traz novidades em sua linha de ação. O que se busca, na verdade, é um engajamento consistente e efetivo da sociedade para que iniciativas de sucesso, já em andamento ou implementadas pelos governos, ganhem escala e se consolidem. ‘A solução definitiva da questão da miséria é complexa, porque demanda a mudança de valores da sociedade. Uma sociedade que tem como seus valores principais o individualismo, o ter, o competir, o acumular, o consumir só poderá construir uma sociedade individualista, egoísta, consumista, materialista’, explicita o documento em que é detalhado o projeto. Na visão das entidades envolvidas no projeto, o que se busca é exatamente o contrário disso.

Para o representante-residente do PNUD e coordenador do Sistema ONU no Brasil, Jorge Chediek, o interesse das entidades em atuar conjuntamente no combate à miséria demonstra o crescente compromisso da sociedade civil brasileira com as questões sociais e o desejo que o país manifesta em cumprir as metas estabelecidas pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Chediek ressaltou que o Brasil vem se destacando mundialmente através de políticas públicas dedicadas à erradicação da pobreza extrema, como o Bolsa Família. Segundo ele, este reconhecimento reflete os avanços que o Brasil vem alcançando em suas políticas sociais.

“Pela primeira vez temos conhecimento que nos possibilita eliminar doenças e erradicar a pobreza e a fome, problemas que são históricos. Neste contexto, o Brasil é um exemplo extraordinário para o mundo. O país ainda possui 16 milhões de pessoas vivendo na miséria e assumiu o compromisso de modificar essa situação. Dessa forma, sabemos que a construção de um mundo melhor não deve ser apenas feita pelo governo, mas por todos: governo, setor privado e sociedade civil”, completou.


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