terça-feira, 3 de abril de 2012

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BRASIL! BRASIL!


Posted: 31 Mar 2012 06:09 PM PDT


"O Policarpo nunca vai ser nosso", texto da atual edição de Veja, aumenta rol de dúvidas sobre interação entre publicação e contraventor; com senador Demóstenes como seu braço político, a revista seria sua mão editorial?; na Inglaterra, suspeitas de relações desvirtuadas com a polícia levaram o patrão Rupert Murdoch a se explicar no parlamento; aqui, pode acontecer o mesmo com Roberto Civita, dono da Abril, pelo longo flerte com o bicheiro?

Brasil 247

Estão faltando peças no tabuleiro das relações entre a revista Veja, a de maior circulação do Brasil em papel, e a do contraventor preso pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Precisamente, cerca de 200 peças, equivalentes ao número de ligações telefônicas grampeadas legalmente pela PF entre o editor-chefe e diretor da sucursal de Brasília da publicação, Policarpo Junior, e Carlinhos Cachoeira. Nelas se poderá verificar o verdadeiro padrão do relacionamento entre o jornalista e sua fonte. Haveria só perguntas e respostas entre eles ou algum jogo de ataques e defesas editoriais, aprimorado ao longo do tempo, no interesse comum de Veja e do contraventor? Ou, ainda, ora do interesse de Veja, ora do interesse do contraventor?

Interrogações deste mesmo tipo, mas sobre outros personagens, com outra nomenclatura, foram feitas na Inglaterra, no ano passado, durante os acontecimentos em torno do escândalo News Corp. O caso resultou no fechamento do centenário tablóide sensacionalista News of the World, cujos jornalistas atuavam em associação direta com a polícia investigativa do país – a Scotland Yard --, para a qual distribuíam dinheiro em troca de informações em primeira mão. O caso começou na redação, apanhou em cheio a editora executiva Rebekah Brooks, mas recaiu mesmo sobre o colo do patrão Rupert Murdoch. Ele se viu obrigado a ir ao parlamento do país pedir desculpas, tentar se explicar e, por fim, anunciar o sepultamento de sua publicação.

Aqui, no caso Veja-Cachoeira, a aliança da revista, por meio de seu editor-chefe, se deu, de maneira ainda obscura, com um contraventor preso sob acusação de liderar um pesado esquema de operação de jogos ilegais e infiltração em diferentes escalões do poder. Na Inglaterra, jornalistas e policiais. Aqui, com bandidos. Há fortes suspeitas de que Cachoeira, pelo método de gravações ilegais com interlocutores de seus próprios auxiliares, tenha até mesmo fabricado provas comprometedoras contra adversários. As ligações perigosas de Cachoeira com o líder da publicação em sua área mais estratégica, a sucursal de Brasília, e as dúvidas sobre uma longa aliança editorial entre eles já demandam, de per si, uma investigação independente. E esta terá, necessariamente, de incluir o dono da publicação, Roberto Civita, presidente do grupo Abril, e não apenas um ou alguns de seus funcionários. É o que lembra, em post deste sábado 31, o jornalista Luís Nassif, em Esqueçam Policarpo: o Chefe é Roberto Civita. "Policarpo realmente não era de Carlinhos Cachoeira. Ele respondia ao comando de Roberto Civita. E, nessa condição, estabeleceu o elo de uma associação criminosa entre Cachoeira e a Veja", escreve Nassif, que continua: "Não haverá como fugir da imputação de associação criminosa. E nem se tente crucificar Policarpo ou o araponga Jairo ou esse tal de Dadá. O pacto se dá entre chefias – no caso, Roberto Civita, pela Abril, Cachoeira, por seu grupo". (Leia aqui o artigo completo).

Na edição que chegou às bancas neste sábado, Veja evitou enfrentar o fato de frente. Não há uma linha sequer sobre a informação veiculada durante toda a semana, em diferentes canais, mas especialmente na internet, a respeito do gigantesco volume de grampos nas conversas entre Policarpo e Cachoeira no período de 2008 a 2010. Na semana retrasada, quando o assunto já era de domínio público, a revista não veiculou uma palavra sequer sobre as ligações perigosas entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que resultaram na saída deste da liderança do partido no Senado, em abertura de investigação formal dentro da agremiação e numa solicitação de bastidores para que ele se afaste antes de, inevitavelmente, ser expulso."
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Posted: 31 Mar 2012 05:53 PM PDT


Luis Nassif, Luis Nassif Online

"Veja se antecipou aos críticos e divulgou um dos grampos da Policia Federal em que o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o araponga Jairo falam sobre Policarpo. Pinça uma frase – "o Policarpo nunca vai ser nosso" – para mostrar a suposta isenção do diretor da Veja em relação ao grupo.

É uma obviedade que em nada refresca a situação da Veja. Policarpo realmente não era de Carlinhos Cachoeira. Ele respondia ao comando de Roberto Civita. E, nessa condição, estabeleceu o elo de uma associação criminosa entre Cachoeira e a Veja.

Não haverá como fugir da imputação de associação criminosa. E nem se tente crucificar Policarpo ou o araponga Jairo ou esse tal de Dadá. O pacto se dá entre chefias – no caso, Roberto Civita, pela Abril, Cachoeira, por seu grupo.
Como diz Cachoeira, "quando eu falo pra você é porque tem que trabalhar em grupo. Tudo o que for, se ele pedir alguma informação, você tem que passar pra mim as informações, uai".

O dialogo abaixo mostra apenas arrufos entre subordinados – Jairo e Policarpo.

Os seguintes elementos comprovam a associação criminosa:
  1. Havia um modus operandi claro. Cachoeira elegeu Demóstenes. Veja o alçou à condição de grande líder politico. E Demóstenes se valeu dessa condição – proporcionada pela revista – para atuar em favor dos dois grupos.
  2. Para Cachoeira fazia trabalho de lobby, conforme amplamente demonstrado pelas gravações até agora divulgadas.
  3. Para a Veja fazia o trabalho de avalizar as denúncias levantadas por Cachoeira.
Havia um ganho objetivo para todos os lados:
  1. Cachoeira conseguia afastar adversários, blindar-se contra denúncias e intimidar o setor público, graças ao poder de que dispunha de escandalizar qualquer fato através da Veja.
  2. A revista ganhava tiragem, impunha temor e montava jogadas políticas. O ritmo frenético de denúncias – falsas, semi-falsas ou verdadeiras – conferiu-lhe a liderança do modelo de cartelização da mídia nos últimos anos. Esse poder traz ganhos diretos e indiretos. Intimida todos, anunciantes, intimida órgãos do governo com os quais trabalha.
  3. O maior exemplo do uso criminoso desse poder está na Satiagraha, nos ataques e dossiês produzidos pela revista para atacar Ministro do STJ que votou contra Daniel Dantas e jornalistas que ousaram denunciar suas manobras.
Em "O caso de Veja", no capítulo "O repórter e o araponga" narro detalhadamente –  com base em documentos oficiais – como a cumplicidade entre as duas organizações permitiu a Cachoeira expulsar um esquema rival dos Correios e se apossar da estrutura de corrupção, até ser desmantelado pela Polícia Federal. E mostra como a Veja o poupou, quando a PF explodiu com o esquema."
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Posted: 31 Mar 2012 04:24 PM PDT


Chico de Góis, O Globo / Extra

"Embora tenha sido ex-procurador geral de Justiça de Goiás em duas ocasiões e ex-secretário de Segurança do estado entre 1999 e 2002, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) transita com desenvoltura entre pessoas ligadas, direta ou indiretamente, ao mundo dos jogos ilegais, do qual Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, é apenas a face mais conhecida. Além da agora notória amizade com o contraventor, Demóstenes também recebeu dinheiro em sua campanha de um advogado preso duas vezes pela Polícia Federal sob acusação de integrar uma quadrilha para permitir o funcionamento de bingos e a exploração de caça-níqueis. O senador também teria influído na nomeação do atual presidente do Detran local, genro do ex-prefeito da Cidade de Goiás, assassinado quando deixava uma casa de jogos irregulares em Goiânia.

Quase um ano antes de vir a público o primeiro escândalo do governo Lula, envolvendo o então assessor parlamentar da Casa Civil, Waldomiro Diniz, Carlinhos Cachoeira e a empresa de loterias Gtech, Demóstenes já atuava em favor do amigo que está preso, utilizando, para tanto, sua condição de senador. Quando o escândalo estourou e a oposição se revezava na tribuna do Senado para atacar o PT, o governo Lula e o próprio bicheiro, Demóstenes calou-se sobre Cachoeira e, nas quatro intervenções que fez sobre o assunto, não citou uma só vez o nome do amigo, que era desclassificado por outros líderes oposicionistas.

Em 13 de fevereiro de 2004, a revista "Época" trouxe a transcrição dos diálogos entre Cachoeira e Waldomiro Diniz, gravados em 2002 pelo próprio bicheiro. A publicação revelava que o então assessor da Casa Civil pedia propina a Cachoeira para tentar facilitar a contratação da Gtech pela Caixa Econômica Federal (CEF)."
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Posted: 31 Mar 2012 03:52 PM PDT


Mair Pena Neto, Direto da Redação

"Foram precisos muitos governos após a recuperação da normalidade democrática, e, principalmente, os dois últimos, para que o Brasil começasse a enfrentar a história dos anos de ditadura militar. Mesmo assim, as propostas originárias do poder Executivo, embora representem avanço, ainda esbarram em certos limites, como a Lei da Anistia, muito mais imposta pelos militares que deixavam o poder do que um pacto da sociedade por uma transição política pacífica.

A aprovação da Comissão da Verdade, com todas as suas limitações, já foi suficiente para deixar militares e civis envolvidos com a ditadura em polvorosa. Muitos temem seus efeitos e tentam, em vão, comparar os crimes cometidos pelo Estado com ações de resistência contra um governo ilegítimo.

As reações militares, promovidas, sobretudo, pela turma do pijama, que esteve diretamente envolvida com os anos de chumbo, ganha cada vez mais o contraponto da sociedade, que deseja ver essa história passada a limpo e não aceita que o hediondo e imperdoável crime da tortura seja jogado para debaixo do tapete como algo tolerável."
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Posted: 31 Mar 2012 09:59 AM PDT




Posted: 31 Mar 2012 09:52 AM PDT
Sergio Lírio, CartaCapita

"O mais impressionante das prévias do PSDB em São Paulo não foi a vitória apertada de José Serra, embora os magros 52,1% tenham causado muxoxos de analistas políticos que apostavam em um desempenho deslumbrante de quem foi presidenciável duas vezes, governador, prefeito e "o melhor ministro da Saúde" da história do Brasil, como ainda repetem os serristas. E de quem tinha o apoio irrestrito dos caciques partidários: do governador Geraldo Alckmin e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à avassaladora maioria das bancadas de deputados federais e estaduais.


Para os fundadores da legenda, realmente doloroso é constatar mais uma vez que sua verdadeira (ou talvez única) base de apoio social se resuma aos meios de comunicação. E talvez nem este segmento se mostre mais tão entusiasmado. Na terça-feira 27, em editorial, o Estado de S. Paulo não escondeu sua irritação: "O segundo resultado constrangedor (das prévias) foi a própria vitória de Serra (…) tal desfecho foi a proverbial vitória de Pirro, sem tirar nem pôr".


Dos cerca de 20 mil militantes aptos a votar, pouco mais de 6 mil exerceram o direito no domingo 25. Desse minúsculo grupo, que passou sete meses embalado pela crença em um átimo de democracia e revitalização interna, até tomar o banho frio da "imposição" na disputa do nome do ex-governador, Serra amealhou 3,2 mil votos. Em segundo lugar ficou o secretário estadual de Energia, José Aníbal, com 31,2% do eleitorado. Ricardo Trípoli somou 16,7%.


A etiqueta nesses momentos exige a troca de afagos e discursos de louvor à união partidária. Não foi diferente. O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, afirmou que o partido saía "fortalecido" das prévias. Aníbal e Trípoli prometeram empenho total na campanha à prefeitura, apesar da derrota para um oponente a favor do qual a burocracia interna manipulou as prévias – e a despeito da visão de mundo que os separa irremediavelmente. Antes das urnas abertas, não se via tanta cordialidade. Correligionários dos candidatos derrotados espalhavam a história de que militantes tucanos com cargos em subprefeituras da capital teriam sido coagidos a votar no ex-governador, sob a ameaça de perder seus empregos. Como em pleitos interioranos, não faltaram o transporte gratuito e o vale-alimentação para estimular a "militância".
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Posted: 31 Mar 2012 09:43 AM PDT


"Quem diz é Carlinhos Cachoeira ao araponga Jairo Martins. O grampo está nas páginas da própria revista Veja, que, acuada, tenta defender seu redator-chefe na edição desta semana; ontem, 247 mostrou reportagem da revista, de 2004, na qual Cachoeira, tratado como "empresário do setor de jogos", tem sua versão defendida contra um pedido unânime de 58 deputados fluminenses pela sua prisão; assinado, Policarpo


A revista Veja está acuada. Mas não conseguiu manter o silêncio sobre suas relações incestuosas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, com quem o redator-chefe da publicação, Policarpo Júnior, trocou 200 ligações recentes, segundo aponta o inquérito da Operação Monte Carlo.

Na edição desta semana, Veja se viu forçada a defender seu redator-chefe, que acaba de substituir Mario Sabino, outro que também caiu em desgraça desde a chegada de Fábio Barbosa ao comando da Abril. A defesa é tímida. E atrapalha mais do que ajuda. Veja publica um grampo entre Cachoeira e o araponga Jairo Martins, fonte contumaz de vários escândalos de Veja, em que ambos chegariam a um consenso sobre a independência do jornalista. Na conversa, Cachoeira diz que o "Policarpo nunca vai ser nosso".

Ok, isso talvez revele que Policarpo não se vendeu à quadrilha de Cachoeira.

Mas, no mínimo, se deixou usar. Em outro trecho do mesmo grampo publicado por Veja, Cachoeira diz que ele e Jairo "fazem um bem do c... para o Brasil", filmando corruptos. Sim, o bicheiro e o araponga acreditam que limpavam o Brasil da corrupção. "Quantos já foram, rapaz. E tudo via Policarpo".

Essa parceria produziu furos de reportagem, como o filme de Maurício Marinho, que deflagrou a CPI dos Correios, mas também reportagens que atendiam unicamente ao interesse da quadrilha. Como o caso revelado ontem pelo 247, que, através de Veja, impediu a prisão de Cachoeira em 2004 (leia mais aqui). Além disso, o ex-prefeito de Anápolis, Ernani de Paula, revelou que a denúncia inicial do mensalão foi tramada por Cachoeira e o senador Demóstenes Torres, com a utilização do araponga Jairo Martins e do jornalista Policarpo Júnior (leia mais aqui)."


Posted: 31 Mar 2012 09:35 AM PDT
"Não era apenas com políticos influentes, como o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), que a quadrilha do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, mantinha estreitas relações. O vazamento de trechos do inquérito que resultou na deflagração da Operação Monte Carlo, pela Polícia Federal (PF), mostra que a organização criminosa também contava com o apoio da imprensa para viabilizar suas atividades ilícitas.

Najla Passos e Vinicius Mansur, Carta Maior

O vazamento de trechos do inquérito que resultou na deflagração da Operação Monte Carlo, pela Polícia federal (PF), em fevereiro, mostra que, além de corromper agentes públicos e manter estreitas relações com políticos influentes como o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), a organização criminosa chefiada por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, também contava com o apoio da imprensa para viabilizar suas atividades ilícitas.

Na denúncia encaminhada à 11ª Vara da Justiça Federal em Goiás para solicitar a prisão de 81 membros da quadrilha, os procuradores da República Daniel de Resende Salgado, Léa Batista de Oliveira e Marcelo Ribeiro de Oliveira comprovam que Lenine Araújo de Souza, o principal braço operacional de Cachoeira, mantinha contato com jornalistas, com o propósito de plantar matérias, mediante pagamento, que favorecessem as atividades criminosas da quadrilha.

Exemplo é um diálogo gravado pela PF, por meio de escutas telefônicas autorizadas, entre Lenine e o jornalista Wagner Relâmpago, repórter do programa DF Alerta, da TV Brasília/Rede TV. Na conversa, Relâmpago promete criticar as autoridades que tentavam coibir os jogos clandestinos no entorno do Distrito Federal, uma das áreas de atuação da quadrilha. Em troca, Lenine lhe oferece dinheiro."
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Posted: 31 Mar 2012 09:09 AM PDT


"Novos documentos e escutas mostram a intensa troca de favores entre o senador Demóstenes Torres e o bicheiro Carlinhos Cachoeira – da saúde pública às licitações da Copa

Marcelo Rocha, Murilo Ramos e Andrei Meireles / ÉPOCA

Qual é o papel de um líder? Conseguir que outros o sigam. Inspirar seus subordinados por meio de suas próprias ações. Servir de exemplo para as futuras conquistas de um corpo coletivo. O senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás, liderava seu partido no Senado Federal. Suas palavras e atitudes, apoiadas num passado de credibilidade no mundo jurídico e como secretário da Segurança Pública de seu Estado, eram respeitadas na cena política nacional. Não mais. Documentos e escutas telefônicas revelados nas últimas semanas mostram que, em vez de representar seus mais de 2 milhões de eleitores, Demóstenes se concentrou em defender os interesses de um único cidadão brasileiro: o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Demóstenes fez lobby para Cachoeira no Congresso Nacional, na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e na Infraero, empresa responsável pela infraestrutura dos aeroportos do país. Uma transcrição obtida com exclusividade por ÉPOCA mostra que Demóstenes também pedia favores a Cachoeira. Ele queria que o bicheiro, influente no Centro-Oeste, ajudasse a agência de publicidade de um amigo a conseguir contratos em Mato Grosso para a Copa do Mundo (leia o documento abaixo). Acumulam-se as evidências de uma relação promíscua entre um legislador e um fora da lei.

nvestigações da Polícia Federal mostram que essa relação incluía inúmeras conversas amistosas, acompanhadas de troca de favores. Um desses bate-papos ocorreu num final de tarde, exatamente às 16h38, do dia 11 de abril de 2011. Os dois conversaram sobre negócios ao telefone. Demóstenes pediu ajuda a Cachoeira para vencer uma licitação em Mato Grosso. Estava em disputa a prestação de serviços de marketing relacionados à Copa do Mundo de 2014. Demóstenes diz a Cachoeira que um "amigo nosso", dono de agência de publicidade, está interessado. "Cê acha que consegue?", pergunta Demóstenes. "Acho um negócio bacana. Se for do interesse seu... (de Demóstenes)", responde Cachoeira. "Eu acho que consigo." Quatro minutos depois, os dois voltam a se falar, e Demóstenes afirma que passará na casa de Cachoeira para conversar mais sobre o assunto. A ocasião realmente merecia uma discussão mais profunda: estavam em jogo dois lotes, de R$ 13 milhões cada um. Mais tarde, Cachoeira tratou do mesmo assunto com Cláudio Abreu, representante da empresa Delta Construções no Centro-Oeste. "Pega uma (um dos lotes) pra nós", diz Cachoeira. Em milhares de páginas, o inquérito da Operação Monte Carlo expõe em detalhes como Demóstenes Torres conciliou – e muitas vezes misturou – sua função de senador da República com a de prestador de serviços e parceiro privado de Cachoeira. Tais serviços incluíam lobby, tráfico de influência e corrupção."
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Posted: 31 Mar 2012 08:57 AM PDT


"Comentaristas da nossa malfadada mídia burguesa, ainda fascinadas pelos encantos de um império em decadência, não se cansam de sublinhar as contradições econômicas e políticas entre os países que compõem o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para sustentar que o grupo não tem unidade nem sentido objetivo para existir. Seria "muito mais uma sigla do que um grupo de países com amplos interesses comuns", como sugere o articulista do "Estadão" Rolf Kuntz.

Umberto Martins, Vermelho

É fato que os Brics surgiram como um acrônimo criado em 2011 pelo economista Jim O´Neill, chefe de pesquisa em economia global do grupo financeiro Goldman Sachs, num artigo em que reflete sobre as potencialidades de desenvolvimento de quatro países com grande território e população (Brasil, Rússia, Índia e China, a África do Sul foi incluída mais tarde). Sua transformação em grupo econômico com interesses próprios e convergentes é obra de uma sábia engenharia política que envolve Pequim, Brasília, Moscou, Nova Délhi e Pretória.

Viúvas do neoliberalismo

As contradições apontadas pelos ideólogos e políticos conservadores, que se opõem à política externa do governo Dilma e morrem de saudades da diplomacia dos pés descalços de FHC, são reais. Não é difícil perceber, por exemplo, conflitos de interesses no comércio exterior decorrentes da feroz concorrência no setor industrial ou divergências de opinião em relação ao Conselho de Segurança da ONU.

Sabe-se que nem tudo são flores nas relações entre as nações. Estas geralmente obedecem ao mandamento dialético de unidade e luta. Além disto, enquanto prevalecer o capitalismo o caminho do comércio, das finanças e da geopolítica estará sempre minado por infinitas contradições, especialmente em tempo de crise, e mesmo as guerras são inevitáveis.

Mas os fatos revelam que também existem fortes interesses convergentes entre as cinco nações que justificam a unidade dos Brics e explicam sua crescente projeção como grupo político em contraposição (a cada dia mais nítida e aberta) ao decrépito G7. São coisas que as viúvas do neoliberalismo não querem enxergar. A corrente comercial no interior do bloco, responsável hoje por mais de 50% do crescimento mundial, saltou "de US$ 27 bilhões em 2002 para estimados US$ 250 bilhões em 2011", conforme notou a presidente Dilma Rousseff."
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Posted: 31 Mar 2012 08:29 AM PDT


"Empresário Valter Paulo Santiago (à esq.), que comprou casa do governador de Goiás no ano passado, recebe verbas estaduais na forma de bolsas de estudo para Faculdade Padrão; ali vivia Cachoeira, que ali foi preso pela Operação Monte Carlo; declaração de bens de Marconi registra valor inferior em R$ 1 milhão ao que ele mesmo divulgou sobre o negócio

Marco Damiani, Brasil 247

O governador de Goiás, Marconi Perillo, acaba de se aproximar ainda mais do círculo de fogo das relações perigosas do contraventor Carlinhos Cachoeira dentro de seu Estado. Já se sabia que a casa em que Cachoeira foi preso pela Operação Monte Carlo, no condomínio Alphaville Ipês, em Goiânia, pertencera, até o ano passado, ao próprio Marconi. Ele a vendeu ao empresário Valter Paulo Santiago, dono da Faculdade Padrão. A novidade está na revelação, agora, por 247, de que a instituição pertencente a Santiago é uma das beneficiárias do programa estadual de concessão de bolsas de estudos pelo programa Bolsa Universitária (abaixo, mensagem do empresário Santiago, postada no site da faculdade, na qual incentiva os alunos a aderirem ao benefício concedido pela gestão de Marconi).

O governador declarou que não conhecia Santiago, tendo apenas recebido três cheques, no momento do fechamento do negócio, sem a presença do comprador, totalizando R$ 1,4 milhão. Santiago, porém, foi contemplado pelo próprio governador, em 2006, com o título de comendador de Goiás, durante seu segundo mandato no Estado. Além disso, na declaração de bens e rendimentos de Marconi consta o valor de R$ 417 mil, e não R$ 1,4 milhão, como o que foi recebido pela venda. O negócio foi intermediado por Wladimir Garcez, ex-vereador e antigo auxiliar de Cachoeira, também preso pela Operação Monte Carlo. Ele foi o corretor. A mansão foi repassada por Santiago a Cachoeira, que ali foi preso."
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Posted: 31 Mar 2012 08:10 AM PDT


Portal Terra / EFE

"A presidente Dilma Rousseff concluiu neste sábado sua primeira viagem oficial à Índia, com uma visita privada ao Taj Mahal, na cidade de Agra, antes de retornar ao Brasil.

Durante a estadia de cinco dias no país, Dilma assistiu a 4ª cúpula do grupo de potências emergentes Brics, que reúne Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul.

A visita da governante brasileira serviu para afiançar a relação bilateral com a Índia, um país com o qual Brasília quer unir forças no cenário global para aumentar o peso de ambos nos organismos internacionais de tomada de decisões.

"Emergimos como novos polos de crescimento na economia global (...) e estipulamos aumentar nossas consultas sobre a reforma da governança internacional", declarou na sexta-feira o primeiro-ministro Singh em seu comparecimento conjunto com Dilma."
Foto: AP
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Francisco Almeida / (91)81003406

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