quinta-feira, 7 de julho de 2011

Facebook avança no Brasil e já é líder em 119 países

BBC Brasil :
"O Facebook, rede social online criada por Mark Zuckerberg, teve um crescimento de mais de 100% no Brasil nos últimos seis meses e já é o líder entre os sites de rede social em 119 países do mundo, segundo serviços de monitoramento de tráfego.

Um mapeamento do tráfego de sites de rede social feito pelo designer gráfico e especialista em mídias sociais italiano Vincenzo Cosenza, que analisou 134 países em todo o mundo entre 2009 e 2011, mostra que o site americano ganhou terreno nos últimos meses e caminha para a hegemonia global.
Redes sociais


Nos últimos dois anos, além de dobrar o número de usuários no Brasil e ameaçar o último reduto do Orkut, o Facebook alcançou a liderança em 38 novos países. Atualmente, uma em cada nove pessoas utiliza o serviço no mundo.

'Em 2009, havia 17 redes sociais online entre as mais populares no mundo. Hoje, há somente 9. Sites com ambições globais como o MySpace e o Friendster foram destruídos pelo Facebook, a adesão a ele foi impressionante', disse Cosenza à BBC Brasil.

Segundo Cosenza, no final de 2009, o Facebook ultrapassou o Orkut na Índia, onde este era a rede social mais popular. E ele afirma que o mesmo deve acontecer no Brasil, último país onde o Orkut ainda é o site mais visitado do gênero, nos próximos meses.

De acordo com o Social Bakers, serviço de estatísticas do Facebook, o número de usuários brasileiros do serviço cresceu 133% nos últimos seis meses. Com 21 milhões de usuários, o Brasil se tornou o nono país do mundo e o primeiro país da América do Sul em presença no site, que já tem cerca de 750 milhões de usuários no mundo. Na América Latina, a rede social online já é líder em pelo menos 19 países.

Mas o crescimento do Facebook levanta questões entre analistas sobre o acúmulo de dados pessoais dos usuários em uma só plataforma, segundo o pesquisador Silvio Meira, cientista-chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar).

“O risco que ele (o Facebook) oferece é diretamente proporcional à quantidade de oportunidades que está criando com esta facilitação de conexões”, disse Meira à BBC Brasil.

Presença do Brasil
Mapa-múndi das redes sociais
Mapa criado por Vincenzo Cosenza. Imagem: Cortesia de Vincenzo Cosenza

Panorama de junho de 2011 mostra Facebook (equivalente à cor azul-escura) como rede social dominante no mundo. Cor roxa corresponde ao Orkut.

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A adesão dos brasileiros ao Facebook é confirmada pela empresa de pesquisa de dados americana ComScore. Entre maio de 2010 e maio de 2011, o número de visitantes do site cresceu 172% no Brasil, contra somente 20% do Orkut.

A visualização de páginas do Facebook também cresceu 615% em um ano, enquanto no Orkut, elas caíram 9%.

De acordo com o serviço de monitoramento de tráfego na internet Alexa, uma das fontes utilizadas por Vincenzo Cosenza em sua análise, o Facebook já é o terceiro site mais visitado no Brasil. O Orkut estaria em sétimo lugar.

No entanto, o serviço Google Trends e a comScore ainda registram o Orkut à frente do Facebook em visitas e pageviews no país.

'Os serviços de monitoramento usam metodologias diferentes, mas o que temos que considerar é a tendência principal. Acredito que, nos próximos meses, o Facebook deverá superar o Orkut no Brasil. Observei o mesmo tipo de ascensão na Índia', disse Cosenza.

Atualmente, segundo o Alexa, o Facebook é o site mais visitado em 15 países, que incluem México, Argentina, Peru, Chile Egito e Grécia. Nos Estados Unidos e na maior parte da Europa, ele fica em 2º lugar, atrás do Google.

Segundo Gustavo Pereira, gerente de operações da Bites, consultoria especializada em redes sociais, o aumento do número de brasileiros no site criou uma demanda maior de ações publicitárias e anúncios no Facebook pelas empresas.

'O Facebook está em uma curva ascendente e, por causa da maneira como é organizado, dá mais visibilidade a ações publicitárias do que o Orkut. O Orkut tem mais usuários do Brasil e é importante, mas tem uma estrutura mais engessada, que torna o trabalho das empresas mais difícil', disse Pereira à BBC Brasil.

Monopólio de informações

Silvio Meira diz que a evolução do Facebook, com uma oferta cada vez maior de aplicativos e serviços, explica a rápida escalada mundial do site, que já eliminou importantes concorrentes deste a sua criação, em 2004.

“Eles evoluíram mais rápido do que todo mundo. Vaporizaram o MySpace numa capacidade nunca vista simplesmente porque souberam criar e desenvolver uma oferta que não existia antes”, diz.

O MySpace, que chegou a ter 300 milhões de usuários e foi a rede mais popular do mundo antes do Facebook, foi uma das principais vítimas da migração de usuários e, consequentemente, de publicidade para o concorrente.

Em 2005, o serviço foi comprado pela empresa NewsCorp., do magnata da comunicação Rupert Murdoch, por US$ 580 milhões (R$ 904 milhões).

'Nos próximos meses, o Facebook deve superar o Orkut no Brasil. Vi o mesmo acontecer na Índia.'

Vincenzo Cosenza

Mas a partir de 2008, o MySpace começou a sofrer o impacto do sucesso do Facebook. No início do mês de julho, com cerca de 70 milhões de usuários, o site foi vendido por US$ 35 milhões para uma empresa de publicidade.

Na última quarta-feira, Mark Zuckerberg anunciou seu novo serviço de vídeo chamadas, em associação com o Skype. A funcionalidade era um dos carros-chefe do concorrente Google+, o novo site de rede social do Google, que foi lançado na última semana.

Para Meira, os dados sobre o crescimento do Facebook no mundo indicam que ele está a caminho da hegemonia no mercado das redes sociais online. Isso pode dar à empresa, de acordo com o pesquisador, um controle sem precedentes de informações valiosas sobre os usuários.

'O Facebook sabe as redes das quais eu participo e, mesmo sem invadir a minha rede explicitamente, consegue saber exatamente quem eu sou ao analisar as conexões com pessoas e serviços que eu faço dentro dele.'

“O risco é que ele (o Facebook) se torne um verdadeiro monopólio não só de informações pessoais, mas das conexões entre as pessoas. Se isso acontecer, será preciso encontrar uma maneira de fazer com que as informações sobre o usuário sejam portáteis, para que ele possa levá-las para a rede social que quiser', afirmou o pesquisador.


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