As mulheres da Via Campesina fizeram uma        Jornada Nacional de Luta das Mulheres em referência ao dia 8 de Março -        Dia Internacional da da Luta das Mulheres -para denunciar a extrema        gravidade da situação do campo brasileiro. 
Foram realizadas mobilizações em dez        estados, como atos, marchas e protestos em empresas e rodovias. O grito        feminista das mulheres camponesas contra os agrotóxicos e contra a        violência contra a mulher ecoou pelo Brasil. Mais de 15 mil mulheres já        deram o recado: contra os venenos na alimentação e contra a opressão na        vida cotidiana. Leia o que aconteceu em todos os estados na Página do MST:        http://www.mst.org.br/jornada-
O agronegócio é a combinação entre        latifúndio, capital financeiro, indústria química e metalúrgica,        financiamento público e mídia. Baseado na produção em forma de        monocultura, o agronegócio é o novo rosto do latifúndio. Mantém a lógica        de produção em grandes extensões de terras – para isso, concentrando cada        vez mais; péssimas condições de trabalho, devastação dos recursos        naturais, trabalho escravo e produção para exportação. 
Essa lógica provoca a expulsão do        campesinato e de populações tradicionais das suas terras, a contaminação        dos trabalhadores e trabalhadoras e o aprofundamento da crise ambiental e        das mudanças climáticas. Esse atual modelo de desenvolvimento para o campo        visa manter um padrão de produção e de consumo ambientalmente        insustentável e socialmente injusto. 
O Brasil é o maior consumidor de        agrotóxicos do mundo desde 2008. Em 2009, o país consumiu 1 bilhão de        litros de venenos. Se dividirmos essa quantia por habitante, teremos        5 litros de veneno consumido por habitante por ano.
A vida no campo e a produção de alimentos        estão ameaçadas com o desaparecimento de sementes crioulas, a perda de        biodiversidade e a ameaça a segurança alimentar em virtude da liberação        comercial de cultivos transgênicos, do uso de agrotóxicos e da expansão        das monoculturas de exportação. 
Além disso, o controle da cadeia        produtiva alimentar pelas grandes transnacionais ameaça a soberania        alimentar e a saúde da população Esse modelo de desenvolvimento é        devastador.
Financiamento  público
O governo tem se tornado um forte aliado        do agronegócio e da indústria dos agrotóxicos no Brasil. Além do        financiamento público para as empresas, o governo fortalece esse mercado        por meio de incentivos fiscais com a isenção de 60% dos impostos. 
O financiamento e a isenção de impostos é        a mão do Estado garantindo o aumento do uso de venenos na agricultura        brasileira. Mas outros fatores, como a falta de rigoroso cumprimento da        legislação ambiental e sanitária, incluindo a fiscalização e das ações das        empresas de agrotóxicos e seu uso, contribuem para que isso se fortaleça.        
Por isso, as mulheres se mobilizaram para        apresentar uma alternativa para a produção no campo, que é a agroecologia.        Esse modelo tem como base a pequena propriedade, da Reforma Agrária e da        agricultura camponesa cooperada, para a produção de alimentos saudáveis e        preservação da a biodiversidade. A terra, a água e as sementes são bens da        natureza que devem ser utilizados a serviço dos seres humanos e de toda a        sociedade. 
Para enfrentar esse quadro de        contaminação da população e destruição do ambiente, a Via Campesina propõe        as seguintes medidas para a sociedade e para o governo: 
- Que o Governo Federal crie a Lei        Federal que proíbe a Pulverização Aérea de Agrotóxicos: Lei Zé Maria do        Tomé 
- Que os órgãos governamentais e        jurídicos (IBAMA, ANVISA, etc.) cumpram de fato o seu papel de monitorar e        de punir as empresas que cometem irregularidades e banir venenos já        proibidos em outros países;
-Suspensão de todos os incentivos fiscais        para a produção, comercialização e utilização de agrotóxicos e pelo fim de        créditos subsidiados para as empresas que cometem crimes ambientais e        sociais;
-Divulgação e ampliação dos estudos e        pesquisas existentes nas Universidades, como forma de medir os impactos        sociais e ambientais e esclarecer a população sobre os riscos dos        agrotóxicos na saúde e no ambiente;
-Suspensão da produção, comercialização e        utilização de agrotóxicos no Brasil;
-Recuperação ambiental das áreas afetadas        pelos agrotóxicos;
- Proibição imediata da produção e        comercialização de produtos transgênicos;
- Desapropriação das terras com crime        ambiental e destinação imediata para a Reforma Agrária;
- Créditos de apoio para a produção        agroecológica de alimentos produzidas pela agricultura camponesa.
Os movimentos sociais do campo mantêm o        comprometemos de lutar e denunciar permanentemente todas as formas de        violação dos direitos e crimes cometidos pelas empresas  transnacionais.
Secretaria Nacional do        MST


 
 
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