sábado, 8 de outubro de 2011

Curso de Engenharia Naval da UFPA ganha excelência


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Notícias do Campus
Sex, 07 de Outubro de 2011 02:26
naveO Curso de Engenharia Naval da Universidade Federal do Pará é uma das melhores graduações do País. A graduação recebeu nota 5, nota máxima, após visita in loco de representantes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O resultado foi oficialmente divulgado à UFPA e diz respeito à certificação do curso, processo de avaliação realizado pelo Ministério da Educação que possibilita o reconhecimento dos diplomas de graduação em Bacharelado em Engenharia Naval pela Instituição paraense.
“Pelo menos, desde a criação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), em 2004, não temos registro de um curso de graduação na UFPA que já tenha começado com nota máxima”, conta Scarleth O’Hara, presidente da Comissão Permanente de Avaliação da Universidade (CPA). “O curso mantém uma qualidade peculiar em relação as demais graduações em Engenharia Naval ofertadas no Brasil: É um curso que estuda os problemas da navegação da Amazônia, sem a perda da visão global da Engenharia Naval, o único que trata de águas fluviais. Por isso, sua criação e excelente avaliação são muito significativas para a Universidade como um todo”, aponta.

A notícia sobre o resultado foi recebida com comemoração na Faculdade de Engenharia Naval da UFPA, mas não com surpresa. “Trabalhamos silenciosamente, porém, intensamente para que este resultado fosse alcançado. Se tivéssemos recebido outra nota, certamente, não seria suficiente para expressar a realidade do curso”, afirma Hito Braga de Moraes, vice–diretor da Faculdade de Engenharia Naval da UFPA.

A preparação envolveu a organização das informações sobre o curso, reuniões com servidores e discentes da Faculdade e sensibilização constante com os professores e alunos de Engenharia Naval a respeito da importância da participação de todos durante a visita in loco do Inep.

Alunos, professores e servidores unidos pelo reconhecimento da qualidade do curso - Para o diretor, entre as características que possibilitaram alcançar o excelente resultado, estão: a alta qualidade do projeto político pedagógico do curso, a formação e titulação do corpo docente, a infraestrutura física do curso, a visibilidade nacional da produção acadêmica dos alunos e professores, a quantidade de convênio e projetos mantidos em parcerias com outras faculdades da UFPA e de outras instituições, o número de projetos que obtiveram sucesso e que, hoje, são financiados por agências de fomento à pesquisa e, ele destaca, o engajamento de estudantes, professores e servidores da Faculdade em prol deste objetivo. “Diria que a receita para tirar a nota máxima é união, determinação, qualidade, organização e humildade. Somando isso, certamente, dá cinco”, brinca Hito Braga.

Outro ponto forte do curso, segundo o professor, é a interação e a cooperação com outras faculdades da UFPA, especialmente com as ligadas ao Instituto de Tecnologia da UFPA (ITEC), com destaque para a Faculdade de Engenharia Mecânica. “Nossa sede ainda está em construção, por isso, funcionamos em espaços cedidos por outras faculdades e pelo ITEC. Muitos dos professores que dão aulas no curso também são de outras faculdades. Em razão disso, grande parte de nossas atividades é mantida no Laboratório de Engenharia Mecânica, com os professores da Engenharia Mecânica”, relata.

Formados na UFPA já despertam interesse internacional - Para os estudantes, a avaliação também é considerada importante. “Sair da universidade com uma nota que aponta que o curso tem capacidade de formar excelentes profissionais é muito importante para a nossa carreira. E é o próprio Ministério da Educação quem diz que o curso tem qualidade. Isso mostra às empresas e a outras instituições o nosso potencial. Temos colegas recém-formados que já estão sendo contratados até por empresas estrangeiras e estão indo para Portugal, Japão e Holanda”, avalia Roosevelt Casanova, presidente do Centro Acadêmico da Faculdade de Engenharia Naval.

O curso de Engenharia Naval da UFPA foi criado em 2005 e oferta, anualmente, 20 vagas. “Basta olhar o mapa ou ao nosso redor para ver a importância da Engenharia Naval na região. Estamos cercados por rios e por um litoral extenso e, até a criação do curso, só havia pesquisa e ensino nesta área no sudeste brasileiro, o que significa que era improvável receber os profissionais formados lá, para lidar com as limitações da Amazônia. Precisávamos de profissionais e pensadores formados e voltados para lidar com os nossos problemas, que são específicos. O curso, porém, tem uma visão globalizada cujo sucesso pode ser mensurado na contratação dos alunos, que formamos recentemente, por empresas de outros países para atuar fora do Brasil”, aponta Hito Braga.

Essencialmente amazônico, sem perder a visão global - “Esse rio é minha rua”, cantaram os compositores Paulo André e Ruy Barata. A maior bacia hidrográfica do mundo reúne 20 mil km2 de rios navegáveis por onde passa, diariamente, 20% da água potável do globo, mas também por onde passa grande parte dos produtos comercializados na região e por onde acontece o trânsito de pessoas entre as diversas localidades da Amazônia, com um universo estimado de 500 mil embarcações.

Estudos realizados no ano 2000 indicaram que, pelos rios paraenses, passam cerca de 30 milhões de toneladas de mercadorias a cada ano. Entre os principais produtos que têm nas águas doces do Pará sua principal via de escoamento está a soja, cuja produção de 3 a 4 milhões de toneladas por ano é levada pelo rio Madeira até Itacoatiara, no Amazonas, e Santarém, no oeste do Estado. Apenas no Porto de Vila do Conde, localizado à margem direita do rio Pará, município de Barcarena, saem e chegam cerca de 18 milhões de toneladas de produtos por ano.

“Podemos estimar que 70% da carga que circula na região passa por vias fluviais. Embora a maior parte do trajeto ocorra nas rodovias, como no caso dos produtos que chegam para abastecer as cidades da Amazônia, as mercadorias só chegarão ao destino final se entrarem nos rios”, assegura o engenheiro Hito Braga.

Atendendo a uma demanda social de suma importância, que é o desenvolvimento de recursos humanos com conhecimento e habilidades necessárias para o estudo das soluções de questões regionais, o curso de Engenharia Naval da UFPA se propõe a produzir conhecimento capaz de responder a questões fundamentais, como: Que embarcações são adequadas para a Amazônia? Como transportar com rapidez e economia as riquezas naturais e pessoas que têm nos rios a sua rua? Como introduzir as mais modernas técnicas de informatização nas empresas de navegação e transportes, muitas vezes, geridas de forma casual e não sistematizada? Como aproveitar a logística natural e vocacional da Amazônia e suas possibilidades de integração com o Brasil e com o mundo? Esses são os desafios dos pesquisadores e profissionais do curso de Engenharia Naval da UFPA.

Assessoria de Comunicação da UFPA

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