Copiado do blog O Terror do Nordeste
Em entrevista a Conceição Lemes, do Vi o Mundo, o cientista Miguel Nicolelis comenta os esforços da midia para destruir a credibilidade do Enem
Por: Cida de Oliveira, Rede Brasil Atual
São Paulo - Desde a realização da edição deste ano do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), data de aplicação da prova, o Ministério da Educação (MEC) está sob bombardeio. O próprio exame vem sendo questionado sistematicamente. Para o neurocientista Miguel Nicolelis, esses ataques atendem apenas a setores com interesses econômicos ou aos segmentos dedicados a barrar a ampliação de oportunidades de acesso ao ensino superior.
“Só os donos de cursinhos e aqueles que não querem a democratização do acesso à universidade podem ter algo contra o Enem”, afirma, indignado, ao Viomundo, o professor da Universidade de Duke, nos EUA, e fundador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, no Rio Grande do Norte.
“Eu vi a entrevista do ministro Fernando Haddad ao Bom Dia Brasil, TV Globo. Que loucura! Como jornalistas que num dia falam de incêndio, no outro, de escola de samba, no outro, ainda, de esporte, podem se arvorar em discutir um assunto tão delicado como sistema educacional? Pior é que ainda se acham entendedores. Só no Brasil educação é discutida por comentarista esportivo!”, ataca
Nicolelis é um dos maiores neurocientistas do mundo. Vive há 20 anos nos Estados Unidos, onde há décadas existe um modelo de avaliação chamado teste de admissão padrão (SAT, na sigla em inglês para standart admissions test), cuja fórmula é parecida com a do Enem. O pesquisador tem três filhos, que já passaram pelo SAT.
Estavam inscritos 4,6 milhões estudantes, e 3,4 milhões submeteram-se às provas. No teste do sábado, ocorreram dois erros distintos. Um foi assumido pela gráfica encarregada da impressão. Na montagem, algumas provas do caderno de cor amarela tiveram questões repetidas, ou numeradas incorretamente ou que faltaram. Cálculos preliminares do MEC indicavam que essa falha tivesse afetado cerca de 2 mil alunos. Mas o balanço diário tem demonstrado, até agora, que são bem menos: aproximadamente 200.
O outro erro, de responsabilidade do Inep, foi no cabeçalho do cartão-resposta. Por falta de revisão adequada, inverteram-se os títulos. O de Ciências da Natureza apareceu no lugar de Ciências Humanas e vice-versa. Os fiscais de sala foram orientados a pedir aos alunos que preenchessem o cartão, de acordo com a numeração de cada questão, independentemente do cabeçalho. Inep é o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais, órgão do MEC encarregado de realizar o Enem.
Leia a entrevista aqui
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